Até 24 de Abril (1974)

Até 24 de Abril (1974)
1974
21 de Agosto de 1973
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau.
9 de Setembro de 1973
Nasce o MFA na primeira reunião plenária (clandestina) dos capitães, no Monte Sobral em Alcáçovas, com a presença de 95 Capitães, 39 Tenentes e 2 Alferes.
23 de Fevereiro
1974
Publicação da obra "Portugal e o Futuro" da autoria do general António de Spínola
5 de Março
1974
O Movimento dos Capitães reúne em Cascais, para aprovação das bases gerais do seu programa, documento intitulado “O Movimento, as Forças Armadas e a Nação”.

O Movimento passa a designar-se Movimento das Forças Armadas (MFA).
9 de Março

Quatro oficiais afectos o MFA, entre os quais se contam Vasco Lourenço, Ribeiro da Silva, Carlos Clemente e David Martelo, recebem ordem de transferência. Os dois primeiros são encarcerados no Presídio Militar da Trafaria, onde aguardam a transferência para os Açores.
13 de Março

Decorre no Clube Militar Naval uma reunião de oficiais na qual é lavrado um documento de protesto contra a detenção dos seus camaradas no dia 9.
14 de Março

Um numeroso grupo de oficiais generais, vulgarmente designado por “Brigada do Reumático”, reúne-se com o Presidente do Conselho, Marcello Caetano no Salão Nobre do Palácio de São Bento, afirmando a sua fidelidade à política ultramarina do Governo. Os generais Costa Gomes e António de Spínola, respectivamente Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e de Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, não comparecem, sendo nesse mesmo dia exonerados dos seus cargos pelo Chefe do Governo.
15 de Março

Marcello Caetano procede a uma alteração da orgânica do Governo nos sectores da Economia, Indústria e Comércio, e substitui os respectivos ministros, procurando dar resposta ao agravamento da situação económica, causada pela crise petrolífera de 1973, pela desaceleração do crescimento na Europa e pelo aumento dos custos militares.
16 de Março

Na sequência da exoneração dos generais Costa Gomes e António de Spínola, o MFA precipita o golpe militar que vinha planeando há vários meses. As descoordenação entre os membros do Movimento não permite a plena execução das operações. Somente os elementos do Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, comandados pelo Capitão Virgílio Varela cumprem o planeado, marchando sobre Lisboa. O golpe fracassa, sendo presos cerca de 200 militares.
18 de Março
A Comissão Coordenadora do MFA, composta por Otelo Saraiva de Carvalho, Vítor Alves, Sousa e Castro e Vasco Lourenço, emite um comunicado salientando a relevância da tentativa de golpe de dia 16.

Em reunião com Otelo Saraiva de Carvalho, Vítor Alves e Melo Antunes, é deliberado que este último deverá elaborar um programa definidor dos objectivos do Movimento.
20 de Março

O Movimento reúne na Parede e conclui que as possibilidades de sucesso de um novo golpe são elevadas.
22 de Março

No decurso de nova reunião do MFA, na residência e Vítor Alves, Melo Antunes apresenta a primeira versão do Programa político que ficara incumbido de redigir.
24 de Março
A Comissão Coordenadora do MFA reúne-se pela última vez.

Otelo Saraiva de Carvalho assume a responsabilidade operacional do golpe, que ficaria agendado para a última semana de Abril, e Vítor Alves é encarregue da direcção política.
29 de Março

Ocorrem incidentes no Instituto Superior Técnico, envolvendo estudantes e as forças policiais, sendo decidido o seu encerramento.

O Partido Comunista Português (PCP) divulga um documento no qual refere que o regime atravessava uma grave crise.

Decorrem greves na Petroquímica, Sociedade Industrial de Vila Franca, Gremental e Casa Hipólito. Os trabalhadores dos seguros promovem uma concentração na Baixa de Lisboa, que termina em confrontos com a polícia.
1 de Abril
Têm início as reuniões destinadas a debater o conteúdo do Programa MFA.
5 de Abril

Os Bispos de Moçambique referem-se aos “dolorosos acontecimentos de desinteligência e divisão” ocorridos no território, apelando “a uma aurora de paz genuína e de um crescente entendimento entre todas as gentes de Moçambique”.
7 de Abril

O General Spínola, com o qual o MFA estabelecera contactos desde inícios de Março, propõe alterações ao Programa, nomeadamente a criação de um governo militar que desse cumprimento aos objectivos definidos no documento.
13 de Abril

A versão revista do Programa é submetida à apreciação de António de Spínola. A sua proposta de constituição de um governo militar não é acolhida. Em alternativa, Spínola é informado da intenção do MFA de o nomear CEMGFA e entregar a Costa Gomes a presidência da República. Para a chefia do governo, a escolha do Movimento recai sobre um civil, sendo propostos os nomes de Francisco Pereira de Moura, João Pedro Miller Guerra e Raul Rego.
16 de Abril

O Partido Socialista (PS) interpreta os acontecimentos de 16 de Março como a expressão do cansaço das Forças Armadas motivado pelo prolongamento da guerra, considerando este factor determinante na desagregação do Estado Novo.
17 de Abril
Otelo Saraiva de Carvalho apresenta o Plano de Operações militar.

Costa Gomes é indicado para presidir à Junta Militar.

A PIDE/DGS não consta deste plano.
18 a 20 de Abril

Otelo Saraiva de Carvalho reúne com delegados e agentes de ligação dos diversos sectores operacionais para os informar da Ordem de Operações.
20 de Abril

São apresentadas as versões finais do Programa do Movimento das Forças Armadas, da Proclamação do Movimento ao país e o Protocolo Secreto entre o Movimento e a Junta de Salvação Nacional, que não chegaria a ser assinado.
22 de Abril

As unidades envolvidas no golpe entram em estado de alerta.
O MFA reune em casa de Simões Teles.

É ultimada a lista de nomes a convidar para o Governo, que seria submetida a António de Spínola.

Decorre uma vaga de greves em diversas empresas, entre as quais avultam a UCAL, a Philips e a Siemens.
23 de Abril

Otelo Saraiva de Carvalho, Garcia dos Santos e Jaime Neves reúnem-se no Regimento de Engenharia 1, na Pontinha para ultimar a instalação do Posto de Comando.
24 de Abril

Otelo Saraiva de Carvalho comunica a Vasco Lourenço e Melo Antunes, via telegrama, a notícia do início das operações.

Otelo Saraiva de Carvalho chega ao Quartel da Pontinha, cerca das 22 horas.

Às 22.55 os Emissores Associados emitem a canção de Paulo de Carvalho E Depois do Adeus, a senha para a preparação da saída dos militares dos quartéis.

Costa Martins desloca-se para a Base Aérea nº 1, na Portela de Sacavém, com a missão de controlar o Aeroporto e o tráfego aéreo.

23.00 – O Capitão Santos Silva assume o comando da  Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, após a detenção do Comandante, do 2º Comandante e dos sargentos que não aderiram ao golpe.


 Monte Sobral

 Monte Sobral

 Monte Sobral

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