MOCIDADE PORTUGUESA

MOCIDADE PORTUGUESA
 Criada por decreto em 1936 (a secção feminina seria criada dois anos mais tarde), a Mocidade Portuguesa era destinada a todas as crianças e jovens, sendo de inscrição obrigatória. O seu objectivo era inculcar na juventude os valores patrióticos e nacionalistas do Estado Novo. Foi extinta após o 25 de Abril de 1974.
MOCIDADE PORTUGUESA

Organização de carácter juvenil que procurava desenvolver a devoção à Pátria, o respeito pela Ordem, o culto do Chefe e o Espírito Militar.
A ela deveriam pertencer, obrigatoriamente, os jovens dos 7 aos 25 anos.
Os seus membros encontravam-se divididos por quatro escalões etários: os lusitos (dos 7 aos 10 anos), os infantes (dos 10 aos 14 anos), os vanguardistas (dos 14 aos 17 anos) e os cadetes (dos 17 aos 25 anos).
Extinção da Mocidade Portuguesa A Mocidade Portuguesa era uma organização oficial juvenil criada em 1936, dirigida por um comissário nomeado pelo Ministério da Educação Nacional e com um carácter notoriamente paramilitar.
Os seus objectivos enquadravam-se no espírito do regime da época, patente no regulamento da organização: “estimular o desenvolvimento integral da capacidade física da juventude, a formação do carácter e a devoção à pátria no sentimento da ordem, no gosto da disciplina e no culto do dever cumprido”.
 Esta instituição entrou em declínio em 1971 e acabou por ser extinta após o 25 de Abril de 1974.

SER ALUNO NO ESTADO NOVO: SALAZARISMO
Se fosses aluno durante o Salazarismo, a tua escola e o sistema de ensino seriam bem diferentes. Desde logo, rapazes e raparigas frequentariam escolas separadas.
Sempre que um aluno não cumprisse com os seus deveres era castigado severamente.
Em cada sala de aula haveria um crucifixo e dois retratos, um do Presidente da República e outro de Salazar.
Todos os alunos, de cada ano de escolaridade, estudariam pelo mesmo manual, elaborado segundo os ideais do regime.

«O sonho do “Chico”» – um conto infantil português, na obra O Canto da Mocidade (1938) 

" Quando o pai morreu, deixou ao Chico toda a sua fortuna nessa pequena casinha branca rodeada duma horta bem cultivada […]. Ao longe, no cimo da ermidinha* singela, tocavam os sinos com suavidade… Chico, docemente, rezou a Ave- -Maria […]. [Anos mais tarde, já casado e com filhos, Francisco contava-lhes à hora da sesta:] – A seguir àquela noite em que eu dissera ao tio Manuel querer ir para o Brasil, do que ele me demoveu logo, pensei em vir para o Alentejo. […] E fizeram-se estas coisas grandiosas! […] Arrotearam-se, lavraram-se os campos, deu-se trabalho a milhares de braços. […] A terra, abençoada por Deus, retribui-nos em duplicado o que lhe entregamos […]. Acabara a sesta. O pessoal, alegre e bem-disposto, voltava para o trabalho. A esposa, acompanhada das crianças, regressou a casa. Francisco ergueu-se. Ia para a labuta também. Vendo-o ir, a assobiar uma cançoneta, o tio Manuel murmurou: – Abençoado seja aquele que sonhou um dia este sonho divino… Abençoados todos aqueles que deram o seu esforço, por mais humilde, para que o Portugal de hoje seja um Portugal tão grande ou maior do que aquele que ensinou ao mundo que o mar não era um abismo…"

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Capela

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