1974- 25 DE ABRIL-: "GRUPO DE APOIO AOS DESALOJADOS DO ULTRAMAR" (GADU):- MANUEL AFONSO e ALFERES MADEIRA DO MFA

Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé
MFA- Comissão Administrativa
Manuel António Afonso
António Alfredo Figueiredo
Alferes Madeira

DO 25 DE ABRIL DE 74 AO 11 DE MARÇO DE 75
 Entre 1974 e 1975, diversos acontecimentos marcaram a sociedade portuguesa.
Entre os quais, o apelo do general António Spínola à "maioria silenciosa" a 28 de setembro, sem sucesso, que originou a sua demissão do cargo de Presidente da República, dois dias depois.
A 11 de março de 1975, uma tentativa falhada de golpe de estado deu origem a uma viragem substancial do processo revolucionário, que teve o seu epílogo nos acontecimentos de 25 de novembro de 1975.
 DO 25 DE ABRIL DE 1974 AO VERÃO QUENTE DE 1975
A sociedade portuguesa foi submetida a um longo período de constrangimentos até ao 25 de Abril de 1974.
Com o derrube do Estado Novo pelos militares iniciou-se um novo tempo para os Portugueses.
Os novos valores trazidos pelo 25 de Abril, em especial a Liberdade e a promessa de instauração de um regime democrático, deram a todos a oportunidade de participar na construção de uma nova sociedade.
Mas, como sempre, os períodos de mudança, se trazem consigo a possibilidade de ascender a mais progresso, também proporcionam a emergência de conflitos mais ou menos extensos.
As dissidências no seio do MFA e na sociedade portuguesa foram crescendo depois do 25 de Abril, acabando por convergir nos acontecimentos do 28 de setembro de 1974, em que o general Spínola, então Presidente da República, apelou à “maioria silenciosa” para que manifestasse a sua oposição ao processo revolucionário.
Ultrapassado este confronto com o afastamento do general Spínola e a nomeação do general Costa Gomes para a Presidência da República, a agitação social não deixou de se acentuar, vindo a atingir novo ponto de rutura em 11 de março de 1975.
O período de tensão que se seguiu ficou conhecido como “Verão Quente” e culminou com as movimentações militares de 25 de novembro de 1975 e a vitória definitiva dos que pretendiam um sistema político segundo os padrões europeus, baseado em eleições democráticas e na vontade popular.
Neste excecional período de menos de nove meses ocorreram profundas transformações da sociedade portuguesa, às quais poucos ficaram imunes.
De facto, quer através de movimentos espontâneos motivados por problemas imediatos relacionados com as mais diversas carências sociais, quer mobilizados em grandes manifestações resultantes do seu enquadramento sindical ou partidário, as pessoas e os grupos sociais tiveram oportunidade de exprimir posicionamentos e patentear crescente consciência dos princípios e dos valores em jogo. E se esta participação crescente se deve realçar como um fenómeno novo no quotidiano dos portugueses, muito especialmente se deve referir, dentro deste período, a mais extraordinária e concludente manifestação do povo português — o ato eleitoral da Assembleia Constituinte, em 25 de Abril de 1975.
Este ato eleitoral é, ao mesmo tempo, um ponto de chegada, como realização máxima das promessas contidas no Programa do MFA, ato culminante de um processo democrático prosseguido apesar de todas as vicissitudes, e um ponto de partida das mais virulentas polémicas em torno da assumida oposição entre o processo democrático e o processo revolucionário.
Aliás, a partir de 11 de Março, as forças intervenientes no processo político vão situar-se mais nitidamente em relação àqueles dois processos: enquanto as forças de esquerda mais radicais, incluindo o PCP, fazem prevalecer a importância das conquistas revolucionárias, tomando como programa um contínuo avanço da revolução, embora evidentemente com diversas orientações práticas, outras forças, especialmente lideradas pelo PS e pelo PPD, defendem, acima de tudo, a continuação do processo democrático e, portanto, a realização de eleições e a adequação do modelo de sociedade aos resultados eleitorais. As forças de direita, cada vez com menos espaço no espectro político aceite pela revolução, vão, por um lado, organizar a oposição violenta a todo o processo de transformação, e, por outro, apoiar as forças políticas defensoras da realização de eleições.
Elas esperam poder desempenhar um papel importante junto das populações rurais e mesmo das pequenas cidades, por forma a revelar a fraca implantação, nessas áreas, das forças que privilegiam o processo revolucionário.
Contudo, pela especificidade da situação portuguesa, onde as Forças Armadas, através do MFA, desempenham um papel de relevo, as prioridades de cada projeto são transferidas para o interior do MFA, vindo este a transformar-se no lugar privilegiado de confrontação.
Não é pois de estranhar que se acentuem no seio do MFA algumas correntes principais, que traduzem o espectro ativo da sociedade portuguesa.
Desenvolvem-se, em paralelo, vários campos de luta. Em primeiro lugar, uma contínua tentativa de movimentos sociais autónomos que, quase sempre a breve prazo, são assumidos pelas mais diversas organizações políticas, raramente se conseguindo libertar dessas tutelas. Em segundo lugar confrontam-se grandes blocos sociais, ora obedecendo a uma espiral de empenhamento social, ora obedecendo a estratégias traçadas pelos comandos dos grupos e dos partidos políticos.
Finalmente os conflitos repercutem-se por toda a sociedade, alastrando a todas as instituições: a família, a Igreja e, evidentemente, as Forças Armadas. Nada nem ninguém fica ao abrigo da agitação social.

Fonte: Instituto de História Contemporânea

1974
24 de Abril
Otelo Saraiva de Carvalho comunica a Vasco Lourenço e Melo Antunes, via telegrama, a notícia do início das operações.

Cerca das 22 horas Otelo Saraiva de Carvalho chega ao Quartel da Pontinha.

Às 22.55 os Emissores Associados emitem a canção de Paulo de Carvalho E Depois do Adeus, a senha para a preparação da saída dos militares dos quartéis.

Costa Martins desloca-se para a Base Aérea nº 1, na Portela de Sacavém, com a missão de controlar o Aeroporto e o tráfego aéreo.

23.00 – O Capitão Santos Silva assume o comando da  Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, após a detenção do Comandante, do 2º Comandante e dos sargentos que não aderiram ao golpe.
25 de Abril
0.20 – É transmitida pela Rádio Renascença a canção de José Afonso, Grândola, Vila Morena, a senha que desencadeia a “Operação Fim de Regime”, levada a cabo pelo MFA.

São presos os oficiais de dia e de prevenção na Escola Prárica de Administração Militar em Lisboa.
O Capitão Carlos Gaspar, do MFA, assume o posto de oficial de dia.

01.30 – Chamados à formatura na parada, grande parte dos militares da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, aderem ao golpe, dispondo-se a marchar sobre Lisboa.

0.30 às 3.00 – As unidades militares participantes na operação deslocam-se para os objectivos a controlar.
Da Escola Prática de Artilharia, sai uma força, comandada por Santos Silva, incumbida de ocupar o Aeroporto de Lisboa, para onde se deslocam também elementos da Escola Prática de Infantaria, de Mafra, sob o comando do Capitão Rui Rodrigues.
Salgueiro Maia comanda um grupo de militares da Escola Prática de Cavalaria, com destino ao Terreiro do Paço, por forma a controlar os vários ministérios que aí se encontram sedeados.

Militares estacionados em Santa Margarida dirigem-se para o Porto Alto, onde se encontram as antenas da Emissora Nacional (EN).
Por seu turno, do Campo de Tiro da Serra da Carregueira, saem forças, sob o comando de Oliveira Pimentel e Frederico Morais, em direcção da Rua do Quelhas, com a missão de ocupar as instalações daquela estação emissora.

Oficiais revoltosos, entre os quais se cintam Carlos Azeredo, Eurico Corvacho e Boaventura Ferreira assumem o controlo do Quartel General da Região Militar do Porto, no qual instalam o Posto de Comando do MFA na região norte do país.

03.45 – O Comandante-Geral da GNR, General Adriano Augusto Pires, contacta o Batalhão nº 4, ordenando que contactem com a PSP e o Batalhão de Cavalaria nº 6, do Porto, para cojuntamente tomarem o Quartel General da Região Militar Norte.

Simultaneamente, o General Edmundo da Luz Cunha dá ordem de prevenção rigorosa às unidades da Região Militar de Lisboa (RML), visando neutralizar as operações do MFA.

03.59 – Militares da EPAM, comandados pelo Capitão Teófilo Bento, entram nas instalações da RTP, na Alameda das Linhas de Torres.

04.00 – Tem início a ocupação do Aeroporto de Lisboa.

É enviada uma força do Batalhão de Caçadores 5 para a residência do General Spínola.

O General Edmundo da Luz Cunha contacta o CEMGFA, os Ministros do Exército, da Marinha, e da Defesa, bem como o Chefe de Estado Maior da Força Aérea, dando conta da eclosão do golpe.

04.20 – Através dos microfones do Rádio Clube Português (RCP), ocupado e transformado em posto de comando do MFA, o jornalista Joaquim Furtado lê o primeiro comunicado do Movimento, apelando à calma e mobilizando o pessoal médico para qualquer eventualidade.

04.45 – Através do RCP, é lido um segundo comunicado destinado aos militares em posição de comando, exortando-os, sob ameaça de punição, a não desencadearem operações contra o Movimento.

05.00 – O director da PIDE/DGS, Major Silva Pais, estabelece contacto telefónico com  Marcello Caetano, dando-lhe conta das movimentações em curso, indicando o Quartel do Carmo, sede da GNR, como lugar de refúgio.

A Companhia de Caçadores 4241 ocupa as antenas do RCP e assume o controlo da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira.

05.50 – A coluna da EPC, comandada por Salgueiro Maia, chega à Baixa de Lisboa, ocupando o Banco de Portugal e a Rádio Marconi.

06.00 – Os militares comandados por Salgueiro Maia ocupam o Terreiro do Paço.

Marcello Caetano chega ao Quartel do Carmo.

07.00 – Forças da EPA ocupam posições junto ao monumento do Cristo-Rei, em Almada.

Uma força munida de auto-metralhadoras, comandada pelo Tenente-Coronel Ferrand de Almeida defronta-se com a coluna de Salgueiro Maia, que recusa a capitulação. Ferrand de Almeida rende-se

07.30 – É transmitido via RCP um terceiro comunicado do MFA, explicitando os objectivos do Movimento, reiterando o apelo à população para permancecer em casa. Entretanto, a Legião Portuguesa intercepta as emissões de rádio

Uma força da GNR, estacionada no Campo da Cebolas, desloca-se para o Terreiro do Paço. Salgueiro Maia exorta à sua retirada, ordem que é aceite pelo comandante da coluna.

07.52 – É suspensa a emissão da EN.

08.30 – Os Ministros da Marinha e do Exército, que se haviam deslocado para os respectivos Ministérios, sitos no Terreiro do Paço, refugiam-se no Regimento de Lanceiros 2, onde começam a preparar a resistência ao golpe.

É emitido um novo comunicado do MFA, desta feita através da EN.

10.00 – Militares do Regimento de Cavalaria 7, comandados pelo Brigadeiro Junqueira dos Reis, adjuvados por um contigente de Lanceiros 2, deslocam-se para a Ribeira das Naus. Salgueiro Maia apela ao diálogo, recusado por Junqueira os Reis, que ordena ao Aspirante Sottomayor que abra fogo, ordem que este recusa, no que é acompanhado pelos atiradores dos carros de combate. Fracassada a confrontação, Junqueira dos Reis retira
para a Rua do Arsenal, com alguns dos seus homens.

10.30 – As forças do Regimento de Cavalaria 7 que ainda permaneciam na Ribeira das Naus rendem-se ao Major Jaime Neves.

11.00 – Salgueiro Maia inicia a marcha para o Quartel do Carmo, sendo vitoriado pela população que, desobedecendo às recomendações do MFA para permanecer em casa, sai à rua em apoio aos militares revoltosos.

O Agrupamento Norte, sob o comando do Capitão Gertrudes da Silva chega ao Forte de Peniche. A PIDE/DGS não mostra intenção de se render.

Final da manhã – Um grupo de Fuzileiros desloca-se para a Rua António Maria Cardoso com destino à sede da PIDE/DGS. Após conversações com o Comandante Alpoim Calvão, que se encontrava nas instalações da polícia política, regressam ao quartel.
Entretanto, populares cercam o edifício.

13.00 – Militares da GNR, fiéis ao regime, ocupam posições na Rua Nova da Trindade, cercando as forças de Salgueiro Maia que, entretanto haviam tomado o Largo do Carmo. O Brigadeiro Junqueira dos Reis, comandando os militares que lhe permaneceram fiéis, ocupa o Largo de Camões.

13.15 – Forças do Regimento de Cavalaria 3 controlam a Ponte Salazar. Uma coluna deste Regimento segue então para Lisboa, para prestar auxílio ao contigente da EPC, que ocupava o Largo do Carmo.

13.30 – Um grupo de militares comandados por Jaime Neves ocupa as instalações da Legião Portuguesa (LP), na Penha de França.

14.00 – Em face do avanço das forças do Regimento de Cavalaria 3, o contigente que fiel ao regime que cercava o Largo do Carmo bate em retirada.

14.30 – Em comunicado transmitido pela rádio, o MFA garante que os lugares-chave que o Movimento previa ocupar estavam já sob o seu controlo e o principais dirigentes do regime presos ou sitiados.

15.00 – Perante o impasse vivido no Quartel do Carmo, onde as forças fiéis ao regime não davam sinais de rendição, Salgueiro Maia ordena a sua capitulação em quinze minutos.

15.15 – Em face da recusa da rendição dos militares sitiados no Carmo no prazo exigido, tem início o bombardeamento do Quartel, com recurso a armamento ligeiro, interrompido pouco depois

Simultaneamente, tem início a libertação dos militares envolvidos no golpe frustrado de 16 de Março, que se encontravam detidos no Presídio Militar da Trafaria.

16.30 – Sitiado no Quartel do Carmo, Marcello Caetano solicita ao General Spínola que ali compareça para lhe entregar o poder. Pedro Feytor Pinto, Director dos Serviços da Informação e Turismo e Nuno Távora, assessor do secretário de Estado da Informação, Pedro Pinto, serão os mediadores entre o Presidente do Conselho e o General.

18.00 – Spínola entra no Quartel do Carmo, sob o aplauso dos populares que enchem o largo. Marcello Caetano transmite o poder ao General, pedindo-lhe que evite que este caia na rua.

Forças da EPA entram no Regimento de Lanceiros 2. O Comandante Coronel Pinto Bessa recusa aderir ao Movimento, não sendo acompanhado pelos graduados milicianos e praças sob seu comando, que se colocam à ordens do MFA.

18.15 – Oficiais do Regimento de Cavalaria 7 aderem ao MFA.

18.40 – A emissão da RTP é interrompida. O locutor Fialho Gouveia lê um comunicado do MFA.

19.30 – Marcello Caetano, César Moreira Baptista, Ministro do Interior, Rui Patrício, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Coutinho Lanhoso, adjunto militar do Presidente do Conselho, abandonam o Quartel do Carmo numa viatura Chaimite, sob os apupos da multidão.

20.00 – Rendidos o Presidente do Conselho e os principais membros do Governo, é lida, aos microfones do RCP, a Proclamação do MFA.

20.30 – O General Spínola chega ao Quartel da Pontinha, onde estava sedeado o Posto de Comando do MFA.

21.00 – Da sede da PIDE/DGS, que permanece cercada por populares, são disparados tiros que causam quatro mortes e várias dezenas de feridos.

23.30 – Ocorrem incidentes entre populares e a PSP na Avenida dos Aliados e na Praça da Liberdade, de que resultam feridos.

Ainda no decurso do dia 25 de Abril são promulgados diversos diplomas, entre os quais avultam a Lei nº 1/74, que destitui dos respectivos cargos o Almirante Américo Thomaz e Marcello Caetano, dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e estatui que os respectivos poderes sejam exercidos pela Junta de Salvação Nacional (JSN);
 o Decreto Lei nº 169/74, que exonera os Governadores-Gerais dos Estados de Angola e Moçambique, cujas competências são transferidas para para os correspondentes Secretários-Gerais;
 o Decreto Lei nº 171/74, que determina a extinção da DGS na Metrópole e a sua continuação no Ultramar, sob a designação de Serviço de Informações Militares (SIM), bem como a extinção da LP e da Mocidade Portuguesa;
o decreto Lei nº 172/74, que extingue a Acção Nacional Popular; o Decreto Lei nº 173/74, que amnistia os crimes políticos; o Decreto Lei nº 179/74, que exonera os Governadores Civis, cujas competências são transferidas para os respectivos secretários.
26 de Abril
01.30 – Frente às câmaras da RTP, a JSN apresenta-se ao país. É composta pelas seguintes personalidades: General António de Spínola, que assume a presidência da Junta, General Francisco da Costa Gomes, General Manuel Diogo Neto, Brigadeiro Jaime Silvério Marques, Coronel Carlos Galvão de Melo, Capitão de Mar e Guerra José Baptista Pinheiro de Azevedo, Capitão de Fragata António Rosa Coutinho.
É constituída uma Junta de Salvação Nacional (JSN), presidida pelo general Spínola, que assume as atribuições dos órgãos fundamentais do Estado, entretanto destituídos.
Um conjunto de diplomas legais exonera os principais dirigentes do regime, dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e extingue a Direcção-Geral de Segurança (excepto nas colónias), a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa e a Acção Nacional Popular (ANP).

07.30 – Vítor Alves apresenta à comunicação social o Programa do MFA, que fora, durante a madrugada, objecto de negociações com o  General Spínola, com vista à sua revisão.

07.40 – Américo Thomaz, Marcello Caetano, Joaquim Silva Cunha, ex-Ministro da Defesa e César Moreira Baptista, ex-Ministro do Interior, são transportados para o Funchal, onde permanecerão em residência vigiada.

09.00 – A PIDE/DGS decide, por fim, render-se, sendo o edifício ocupado por forças do Exército e da Marinha, comandadas respectivamente por Campos Andrada e Luís Costa Correia.

É decretada uma amnistia para os crimes políticos e infracções disciplinares da mesma natureza.
Libertação dos presos políticos de Caxias e Peniche.

23.30 – São libertados os presos políticos detidos em Caxias, ocupado por forças de Fuzileiros e Pára-Quedistas, comandados, respectivamente, pelo capitão-tenente Abrantes Serra e pelo capitão Mário Pinto.

A JSN faz a sua primeira conferência de imprensa, no Quartel da Pontinha.

A Intersindical delibera a ocupação dos sindicatos nacionais, que se multiplicam no decurso das semanas seguintes.
27 de Abril
02.30 – São libertados os presos políticos detidos no Forte de Peniche.

É publicado o Decreto-Lei nº 174/74, que nomeia Delegados da JSN junto dos Ministérios, até à nomeação de um Governo Provisório.

É publicado o Decreto-Lei nº 175/74, que decreta do dia 1 de Maio como feriado nacional, comemorativo do Dia do Trabalhador.

Em cumprimento do Programa do MFA, a JSN inicia contactos com representantes de movimentos e correntes políticos. São recebidos o Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE), a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) e a Convergência Monárquica.

A Intersindical apresenta um caderno reivindicativo contendo exigências de carácter laboral e político.

Regresso de Mário Soares e vários outros exilados
28 de Abril
Decorre o Encontro Nacional do MDP/CDE, com a participação de representantes do PCP e do PS, no qual é aprovado um memorando a apresentar à JSN

Mário Soares regressa do exílio em Paris. É acompanhado na viagem de comboio por diversos dirigentes socialistas entre os quais se contam Tito de Morais, Ramos da Costa e Fernando Oneto

Chegada de Mário Soares a Lisboa, sendo saudado por uma multidão em Santa Apolónia, proferindo um discurso da varanda da estação, e dando uma conferência de imprensa improvisada na sala de espera

Mário Soares torna-se, assim, o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros da Revolução de Abril, antes mesmo de ser investido oficialmente no cargo, dezanove dias depois, quando da posse do l Governo Provisório.
29 de Abril
Vasco Lourenço, que fora transferido para os Açores em Março, regressa a Lisboa

O General Spínola reúne-se na Cova da Moura com os administradores dos principais bancos portugueses.

É publicado o Decreto-Lei nº 176/74, que exonera dos reitores das Universidades e as direcções das Escolas Superiores e Institutos Universitários.

Nomeação de Costa Gomes para o cargo de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas
30 de Abril
É publicado o decreto-Lei nº 190/74 que determina o saneamento dos quadros das Forças Armadas.

A JSN autoriza o regresso dos exilados políticos.

Regressa a Lisboa, proveniente de Praga, onde estava exilado, o secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, acompanhado de Domingos Abrantes e Conceição Matos.
Chega a Lisboa (Aeroporto da Portela), vindo do exílio, Álvaro Cunhal, líder do PCP. Espera-o uma grande manifestação que o saúda.
Mário Soares está presente.

São ocupadas, por elementos afectos à Intersindical, as instalações do Ministério das Corporações e Segurança Social, na Praça de Londres, que passa a ser designado como Ministério do Trabalho.

Libertação dos presos políticos das colónias do campo de concentração do Tarrafal, Cabo Verde, e da cadeia de Machava, em Moçambique.
1 de Maio
Realizam-se por todo o país manifestações evocativas do Dia do Trabalhador. Em Lisboa, no antigo Estádio da FNAT, entretanto rebaptizado Estádio 1º de Maio, decorre uma grande manifestação que conta com a presença, entre outros, de Mário Soares, Álvaro Cunhal, Francisco Pereira de Moura, José Manuel Tengarrinha e Arlindo Vicente. Simultaneamente, decorre no Terreiro do Paço, uma manifestação organizada pelo MRPP, sob o signo “1º de Maio Vermelho”.

São libertados os nacionalistas africanos detidos no Campo de Trabalho de Chão Bom, antigo campo de concentração do Tarrafal.

Regressam do exílio os cantores José Afonso, José Mário Branco e Luis Cília.
2 de Maio
Trabalhadores da Siderurgia Nacional apelam ao saneamento da administração. Nas semanas seguintes, semelhantes reivindicações serão feitas em numerosas empresas.

São demitidas as direcções de diversos órgãos de imprensa

Tem início o conflito laboral na Rádio Renascença, que se agudizaria nos meses seguintes, despoletado pela proibição pela administração da estação emissora da emissão de reportagens sobre o regresso do exílio de Mário Soares, Álvaro Cunhal, Luis Cília e José Mário Branco.

São ocupadas casas pertencentes à Fundação Salazar. As ocupações de casas devolutas intensificar-se-iam nos meses seguintes.
3 de Maio
São libertados mais de 4 mil presos políticos do campo de concentração de São Nicolau, em Angola.
4 de Maio
A Conferência Episcopal Portuguesa pronuncia-se em Nota Pastoral sobre os acontecimentos recentes, assumindo a defesa do pluralismo político e exortando os sacerdotes a não militarem em partidos políticos.

Militantes do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) impedem o embarque de tropas para a Guerra Colonial.
Palavra de ordem: "Nem mais um soldado para as colónias!".

Spínola convoca representantes de movimentos políticos para uma reunião no Palácio de Belém, com vista à preparação do Governo Provisório.
Além de membros do MFA, estão presentes dirigentes do PCP, MDP/CDE, PS, Convergência Monárquica, bem como os fundadores dos futuros PPD (Partido Popular Democrático) e Centro Democrático Social (CDS).
5 de Maio
São libertados presos políticos do presídio da Ilha das Galinhas, na Guiné-Bissau.

A Associação Industrial Portuguesa expressa, em comunicado, o seu apoio à JSN e o desejo de aproximação de Portugal à CEE.

É fundado o Partido Cristão Social Democrata (PCSD), por António da Cunha Coutinho e Frei Bento Domingues, que se fundirá com o Partido Democrático Popular Cristão (PDPC), dirigido por Nuno Calvet de Magalhães
6 de Maio
Decorre a primeira reunião plenária do MFA, na qual é discutido o afastamento dos oficiais-generais mais próximos do regime deposto.

É publicado o Decreto-Lei nº 191/74, que estabelece medidas transitórias que garantam o abastecimento de bens essenciais e evitem a fuga de capitais.

É fundado por antigos membros da ANP, da cooperativa Cidadela, da Associação Programa e outras organizações de direita, o Movimento Federalista Português, que assumirá, após o reconhecimento pelo Governo Provisório, do direito à independência dos territórios coloniais, a designação de Partido do Progresso (PP)

Fundação do Partido Popular Democrático (PPD) por Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota
7 de Maio
É criado, por despacho do CEMGFA, o Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP.

Constitui-se formalmente o Partido Popular Democrático (PPD).
8 de Maio
Carlos Fabião é nomeado delegado da JSN na Guiné.

São ocupadas as instalações da Federação das Caixas de Previdência e nomeada uma comissão ad hoc para gerir a instituição.
9 de Maio
A ONU apela à JSN que estabeleça negociações com os movimentos de libertação africanos.

O delegado da JSN junto do Ministério do Trabalho reúne com representantes sindicais e anuncia a homologação de todos os contratos colectivos de trabalho ainda em fase de negociação.

O General Spínola recebe empresários e banqueiros.
10 de Maio
Costa Gomes inicia uma visita a Angola e Moçambique, acompanhado pelo General Diogo Neto.

É fundado o Movimento de Esquerda Socialista (MES) que conta, entre os fundadores, com Jorge Sampaio, César de Oliveira, João Cravinho, José Manuel Galvão Teles e Victor Wengorovius

É criado o Partido da Democracia Cristã (PDC) por iniciativa de, entre outros, Nuno Calvet de Magalhães, João da Costa Figueira e Henrique de Sousa e Melo.

A JSN condena a ocupação de imóveis devolutos.

Termina a primeira Reunião Plenária da Intersindical que aprova dois documentos orientadores da acção sindical, “Reestruturação e Organização Sindical” e “Para uma Estratégia do Movimento Sindical no Momento Actual”.
11 de Maio
É fundada a União Democrática Timorense (UDT).

Trabalhadores da Lisnave apresentam um caderno reivindicativo à administração da empresa.

Com a presença de 56 sindicatos, reúne-se a Intersindical Nacional, que aprova dois documentos: "Para uma estratégia do movimento sindical no panorama actual" e "Reestruturação e organização sindical".
12 de Maio
Entram em greve os trabalhadores do sector têxtil da Covilhã, os pescadores da Nazaré e os mineiros da Panasqueira.
13 de Maio
Libertação dos presos políticos do Campo de S. Nicolau, em Angola.
14 de Maio
É publicada a Lei nº 2/74, que extingue a Assembleia Nacional e a Câmara Corporativa.

É publicada a Lei nº 3/74, que define a estrutura constitucional transitória até à promulgação de uma nova Constituição.

É extinta a Companhia Móvel da PSP conhecida por Polícia de Choque.
15 de Maio
É publicado o Decreto-Lei nº 203/74, que define o Programa de Governo e respectiva orgânica.

O General Spínola é empossado no cargo de Presidente da República, em cerimónia que decorre no Palácio de Queluz.

Tem início uma greve na Lisnave.

Nos meses seguintes, intensificar-se-á uma vaga grevista, que afecta transversalmente os diversos sectores de actividade

Aumentam também substancialmente as manifestações  e plenários de trabalhadores e o saneamento das administrações.

Nomeação do I Governo Provisório, tendo como Primeiro-ministro Adelino da Palma Carlos e como Ministros sem pasta, Álvaro Cunhal, Pereira de Moura e Sá Carneiro

Decreto-Lei nº204/74, nomeando primeiro-ministro provisório Adelino de Palma Carlos. António de Spínola é nomeado presidente da república
16 de Maio
Toma posse o I Governo Provisório, chefiado por Adelino da Palma Carlos.
Ocupam as funções de Ministros sem pasta: Álvaro Cunhal, Francisco Sá Carneiro e Francisco Pereira de Moura.
17 de Maio
Mário Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros, encontra-se em Dakar com o secretário-geral do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Aristides Pereira, para conversações com vista ao estabelecimento do cessar-fogo na Guiné.

O Avante! Órgão oficial do PCP, publica o seu primeiro número na legalidade.
18 de Maio
O PS vem a público defender a realização de eleições municipais em Outubro.
O PPD manifesta publicamente o apoio a esta sugestão.
19 de Maio
No seguimento de um vasto movimento popular de ocupação de casas, a JSN decide legalizar as ocupações verificadas e proíbe novas ocupações.
20 de Maio
Américo Thomaz e Marcello Caetano partem para o exílio no Brasil.

É fundada a Associação Social Democrata Timorense (ASDT) que, em 11 de Setembro adopta a designação de Frente de Libertação de Timor (FRETILIM).
21 de Maio
As instalações da Companhia das Águas de Lisboa são ocupadas pelos trabalhadores.
22 de Maio
Portugal reconhece como interlocutores, de entre os movimentos independentistas o PAIGC (Guiné), o MPLA, a UNITA e a FNLA (Angola) e a FRELIMO (Moçambique)
23 de Maio
A Intersindical critica a vaga grevista.

É fundado o Partido Popular Monárquico (PPM), criado por iniciativa sa Convergência Monárquica, federação de diversos movimentos monárquicos independentes.
24 de Maio
O general Costa Gomes, na qualidade de CEMGFA, decreta que todos os oficiais, sargentos e praças sejam integrados no MFA.

Realiza-se, no Coliseu dos Recreios, o primeiro grande comício de organizações de extrema-esquerda: estão presentes o PRP, a Liga Comunista Internacional (LCI), a União Revolucionária Marxista-Leninista (URML) e os Comités de Base Socialista (CBS).
25 de Maio
Prosseguem, em Londres, as negociações entre o Governo português e o PAIGC, lideradas, respectivamente, por Mário Soares e Pedro Pires.

Comício do PCP no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, onde se afirma que "a onda generalizada de greves serve o fascismo" e se acusam grupos de esquerdistas irresponsáveis de fazerem o jogo da reacção.

Manifestação anticolonial de extrema-esquerda, exigindo a libertação do capitão cubano Peralta, é reprimida pelas Forças Armadas e policiais.
27 de Maio
Formação da APODETI

Tem início uma greve de zelo na Timex.

Avelino Pacheco Gonçalves era ministro do Trabalho quando foi criado o primeiro salário mínimo nacional.
Decreto Lei 217/74 de 27 de Maio
28 de Maio
É criado o Partido Liberal (PL), que se reclama representante da “maioria silenciosa” do povo português.
Resultante de uma cisão na Convergência Monárquica, discordante dos fundamentos do PPM, e ao qual se associam militantes da Acção Católica, conta, entre os seus fundadores, com António Ávila, Osvaldo Aguiar e Gastão da Cunha Ferreira
29 de Maio
O Presidente da República inicia no Porto, um périplo pelas principais cidades do país.
30 de Maio
Tomada de posse do Conselho de Estado de cuja composição fazem parte, entre outros, Vasco Gonçalves, Vítor Alves, Melo Antunes, Freitas do Amaral, Henrique de Barros, Azeredo Perdigão, Isabel Magalhães Colaço, Rafael Durão e Rui Luís Gomes

Prosseguem, em Londres, as negociações entre o Governo português e o PAIGC.

O Presidente da República reúne-se com sindicalistas, a quem apela ao fim da instabilidade laboral.
31 de Maio
É empossado o Conselho de Estado, organismo composto por vinte e um elementos: os membros da JSN, sete representantes do MFA e sete cidadãos de reconhecido mérito, designados pelo Presidente da República. O Conselho de Estado assume a responsabilidade pelo sancionamento e veto dos diplomas do Governo, pela fiscalização dos seus actos, bem como pela verificação da constitucionalidade das normas jurídicas aprovadas pelo Executivo.

É criada a Juventude Socialista (JS).

Ao longo do mês foram regressando ao país conhecidos exilados políticos: Piteira Santos, Manuel Alegre, Rui Luís Gomes, Adolfo Ayala, José Augusto Seabra, Miguel Urbano Rodrigues, Emídio Guerreiro entre muitos outros.

Vaga grevista ao longo de todo o mês centrada em reivindicações salariais, melhores condições de trabalho, controlo dos despedimentos, saneamento, etc.
1 de Junho
Decorre em Lisboa uma manifestação da Intersindical, apoiada pelo PCP, de contestação à vaga grevista.
3 de Junho
O Presidente da República visita Tomar.

Tem início uma greve geral na Timex.
4 de Junho
No Funchal circula um comunicado anónimo que apela à autonomia da Madeira.
5 de Junho
Decorre, na Manutenção Militar, o primeiro Plenário dos militares do Exército do MFA, em que participam cerca de oitocentos oficiais.
6 de Junho
Em visita a Évora, o Presidente da República adverte para os perigos de radicalização da situação política.

É tornado público, nas páginas do Correio dos Açores, um comunicado do Movimento de Autodeterminação do Povo Açoriano (MAPA), no qual é reclamado o direito à autodeterminação do arquipélago.
7 de Junho
José Luís Saldanha Sanches, director do órgão central do MRPP Luta Popular, é preso no Forte da Graça, em Elvas.
8 Junho
Início das negociações entre as delegações do Governo Português e da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), chefiadas respectivamente por Mário Soares e Samora Machel, sob a égide de Kenneth Kaunda, Presidente da Zâmbia.
9 de Junho
Portugal restabelece relações diplomáticas com a União Soviética e com a Jugoslávia.
10 de Junho
Decorrem em Lisboa e no Porto manifestações em defesa de uma solução federalista para os territórios coloniais.

Realiza-se em Lisboa uma manifestação de apoio ao MFA, que termina no Palácio de Belém

É fundada a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), por iniciativa, entre outros, de Vasco de Mello e José Manuel Morais Cabral.

O Partido Trabalhista Democrático Português (PTDP), fundado em 3 de Maio, elege o General Spínola como presidente honorário, propondo a sua elevação a marechal.
11 de Junho
Silvino Silvério Marques e Henrique Soares de Melo são nomeados, respectivamente, Governadores- Gerais de Angola e Moçambique.
12 de Junho
É publicado o Decreto-Lei nº 251/74, que garante o acesso a ambos os sexos e em condição de igualdade a todos os cargos judiciários.
13 de Junho
Decorre na Manutenção Militar um Plenário do MFA e da JSN, presidido pelo Presidente da República, estando também presentes o Primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, Vasco Vieira de Almeida, Ministro da Coordenação Económica, e Mário Firmino Miguel, Ministro da Defesa Nacional.
O General Spínola, propõe a realização de um referendo constitucional e a eleição simultânea do Chefe de Estado.

Tem início a Assembleia Geral da Intersindical, que define como propósito a criação de “um movimento sindical unitário e independente”.
14 de Junho
Tem início em Argel uma ronda negocial entre as delegações do Governo português e do PAIGC.

Decorre um encontro entre a delegação do Governo português e a delegação da UNITA, chefiada pelo seu líder Jonas Savimbi.
15 de Junho
Surge o primeiro comunicado do Movimento Popular Português (MPP), composto por personalidades ligadas ao Círculo de Estudos Sociais Vector e à revista Resistência, criticando o processo de descolonização.
17 de Junho
Greve dos CTT, registando-se um antagonismo entre o PCP, que condena a greve, e o PS, que a apoia
18 de Junho
Encontro entre Spínola e Nixon nos Açores, cujas conversações são secretas
19 de Junho
O Presidente da República encontra-se com o Presidente norte-americano, Richard Nixon, na Base das Lages. É acompanhado por Francisco Sá Carneiro e Diogo Neto.
20 de Junho
Tem início uma vaga de encerramentos de empresas têxteis.
21 de Junho
O Movimento Nacional Pró-Divórcio realiza o seu primeiro comício em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos.
22 de Junho
É extinto o Movimento Nacional Feminino.
23 de Junho
É fundada a Associação dos Deficientes das Forças Armadas.
24 de Junho
Familiares de soldados destacados no Ultramar manifestam-se exigindo o seu regresso.
25 de Junho
É publicado o Decreto-Lei nº 278/74, que confere ao Governo a gestão da RTP.

É publicado o Decreto-Lei nº 281/74 que define as regras de liberdade de imprensa e cria uma Comissão “Ad-Hoc” para a comunicação social, presidida por António Ramalho Eanes.

Palma Carlos encontra-se em Bruxelas com o seu homólogo britânico, Harold Wilson.

O Governo toma posse da Empresa de Águas de Lisboa, na sequência da ocupação das suas instalações por trabalhadores que reivindicam a sua nacionalização.

Entrevista de Palma Carlos ao Diário de Notícias: "As maiorias silenciosas têm de sair do seu comodismo ou do seu temor e de se pronunciarem abertamente"
26 de Junho
São publicados os Decretos-Lei nºs 283, 284 e 285/74 que nomeiam as Comissões Liquidatárias da ANP, PIDE/DGS e LP, respectivamente.
1 de Julho
Tem lugar na Guiné uma Assembleia do MFA.

É criada a Agência Noticiosa Portuguesa (ANOP), que substitui a Agência Nacional de Informação (ANI).
4 de Julho
Inicia-se, assim, o desacordo com o PCP a propósito do MDP/CDE.
5 de Julho
O Presidente da República apresenta no Conselho de Estado um conjunto de propostas, em que avultam a convocação de eleições presidenciais e a referenda de uma Constituição provisória para Outubro de 1974, o adiamento para Novembro de 1976 das eleições para a Assembleia Constituinte e o reforço dos poderes do Primeiro-ministro.

Projecto de Constituição provisória, de cariz presidencialista, apresentado a Spínola por Palma Carlos
6 de Julho
O MFA, reunido no Quartel-General da antiga LP, na Penha de França, manifesta oposição às propostas apresentadas no dia anterior pelo Presidente da República ao Conselho de Estado, excepto no que respeita ao reforço de poderes do Primeiro-ministro.
 A Comissão Coordenadora do MFA reune igualmente, manifestando discordância com as propostas do Chefe de Estado.
8 de Julho
O Conselho de Estado recusa as propostas formuladas pelo Presidente da República.

O Presidente da República encontra-se com o seu homólogo senegalês, Léopold Senghor, em escala por Lisboa.

Criação do COPCON
Decreto-Lei nº 310/74 criando o COPCON
9 de Julho
O Primeiro-ministro apresenta a demissão. Acompanham-no os ministros Firmino Miguel, Vasco Vieira de Almeida, Sá Carneiro e Magalhães Mota.
10 de Julho
Tem lugar uma reunião do MFP, MPP, PL e PTDP, que criticam em comunicado o silenciamento a que tem sido votada a maioria dos portugueses e exortam ao cumprimento integral do Programa do MFA.
11 de Julho
O Presidente da República, em visita à Base Militar do Alfeite, endurece as críticas à situação política e militar.
13 de Julho
Otelo Saraiva de Carvalho, graduado no posto de Brigadeiro, é empossado nos cargos de comandante da RML e de comandante-adjunto do COPCON, organismo, segundo o qual, se destinava “à defesa intransigente do cumprimento do Programa do Movimento das Forças Armadas (…) contra eventuais manobras reaccionárias”.

Em face do prolongamento da greve na TAP, forças policiais ocupam as instalações da empresa, registando-se incidentes.

Publicação do "Povo Livre"

Otelo Saraiva de Carvalho no seu discurso entra em choque directo com o do general Jaime Silvério Marques.
15 de Julho
É criado o Partido Social Democrata Português (PSDP) que conta, entre os seus dirigentes, com Adelino da Palma Carlos.

Nomeação de Vasco Gonçalves para primeiro-ministro do II Governo Provisório
17 de Julho
Tomada de posse do II Governo Provisório, chefiado pelo coronel Vasco Gonçalves, que liderava a Comissão Coordenadora do Programa do MFA,

Spínola refere-se, pela primeira vez, à "Maioria silenciosa"
18 de Julho
Toma posse o II Governo Provisório, chefiado pelo coronel Vasco Gonçalves. São Ministros Sem Pasta: Álvaro Cunhal, Ernesto Melo Antunes, Vítor Alves e Joaquim Magalhães Mota.

É criada a 5ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, com a finalidade de divulgar o ideário do MFA.
19 Julho
É fundado o Partido do Centro Democrático Social (CDS), presidido por Diogo Freitas do Amaral.
Renomeado mais tarde em Partido Popular e finalmente em CDS-PP

Trabalhadores da Fundação Calouste Gulbenkian ocupam as instalações da instituição, exigindo o saneamento da administração.
22 de Julho
No seguimento de vários incidentes graves em Angola, a JSN resolve criar uma Junta Governativa.
Rosa Coutinho irá chefiá-la, acumulando o cargo com o de Comandante-Chefe das Forças Armadas.
24 de Julho
É publicada a Lei nº 6/74, que cria as Juntas Governativas de Angola e Moçambique, em resposta ao agravamento da situação política e militar nestes territórios.
Rosa Coutinho é nomeado Presidente da Junta Governativa de Angola, que acumula com o cargo de Comandante-Chefe das Forças Armadas, que já ocupava.
O Governador de Moçambique, Soares de Melo, demite-se.

É fundado, no Porto, o Partido Nacionalista Português (PNP), composto por elementos das entretanto extintas ANP e LP.
25 de Julho
Decorre em Lisboa, no Estádio 1º de Maio, uma manifestação de apoio ao Governo Provisório e ao MFA.
26 de Julho
Aprovação da Lei n.º 7/74, pelo Conselho de Estado, reconhecendo o direito das colónias à autodeterminação e independência
27 de Julho
É publicada a Lei nº 7/74, que reconhece o direito à independência das províncias ultramarinas.

António de Spínola reconhece o direito à independência das colónias, após três meses de silêncio sobre essa matéria.
29 de Julho
Pires Veloso é nomeado Governador-Geral de São Tomé e Príncipe.

Têm lugar em diversas cidades do país manifestações de regozijo pelo fim da guerra colonial.
31 de Julho
O General Galvão de Melo, na qualidade de responsável pelo Serviço da Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP assina a ordem para sumário de culpa, dando início à investigação judicial, segundo o que determinava o Código da Justiça Militar, dado que os funcionários da PIDE/DGS envolvidos no crime estavam sujeitos a justiça militar.
2 de Agosto
O "Diário de Lisboa", "A Capital" e "República" são suspensos

Desloca-se a Lisboa o Presidente do Conselho da Europa, Walter Hofe, para negociações visando a integração de Portugal nesta instituição.

A Comissão de Extinção da PIDE/DGS e Legião Portuguesa revela à imprensa o número de agentes e informadores daquelas instituições. DGS: 2162 funcionários, 20000 informadores; Legião Portuguesa: 8000 legionários com mais de 600 informadores.

O Presidente da República visita o Regimento de Pára-Quedistas, em Tancos.
4 de Agosto
Portugal e a ONU emitem uma declaração conjunta, na qual o Governo português reafirma o propósito de cumprir o constante do Cap. XI da Carta das Nações Unidas, no que respeita à concessão da independência aos territórios coloniais.
5 de Agosto
O semanário Luta Popular, órgão oficial do MRPP, é suspenso pela JSN, acusado de agressão ideológica ao MFA. Uma manifestação promovida por aquele partido é reprimida pelas forças militares.
7 de Agosto
O capitão-de-fragata Henrique da Silva Horta é nomeado Governador-Geral de Cabo Verde.
12 de Agosto
Motim de agentes da PIDE/DGS, detidos na Penitenciária de Lisboa.
15 de Agosto
Decorrem em Dar-es-Salam, capital da Tanzânia, negociações entre as delegações portuguesa, chefiada por Melo Antunes, e a delegação da FRELIMO.
19 de Agosto
É publicado o Decreto-Lei nº 366/74, que nomeia as Comissões Ministeriais de Saneamento.
20 de Agosto
É publicado o Decreto-Lei nº 372/74, que fixa os novos valores dos salários dos funcionários públicos e aumenta as pensões de aposentação, reforma e invalidez.
21 de Agosto
Tem início uma greve no Jornal do Comércio. Os trabalhadores exigem a demissão do director

É anunciado o cessar-fogo entre as forças armadas portuguesas e o MPLA, continuando os confrontos com elementos da FNLA. A 14 de Junho tinha já sido celebrado o cessar-fogo com a UNITA.
22 de Agosto
É criado o Movimento Dinamizador Empresa-Sociedade, que agrupa alguns dos maiores empresários nacionais, que submetem ao Governo várias propostas de avultados investimentos no valor de cem milhões de contos.

O CEMGFA alerta, em circular distribuída por todas as unidades militares, para a existência de “manobras  reaccionárias” contra os militares envolvidos no 25 de Abril.
24 de Agosto
É posto a circular entre as unidades militares o Documento Hugo dos Santos/Engrácia Antunes, da responsabilidade de oficiais spinolistas, que propõe a extinção da Comissão Coordenadora do MFA.
25 de Agosto
São concluídas em Argel as negociações entre o Governo português e o PAIGC.

Tem início o regresso das tropas portuguesas destacadas na Guiné.
26 de Agosto
Decorre nova greve na TAP.

Assinatura em Argel do acordo entre Portugal e o PAIGC, com vista à independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
27 de Agosto
É promulgado o Decreto-Lei nº 392/74, que regulamenta o direito à greve e o lock out.

É constituída a Frente Democrática Unida (FDU), que agrega o PL, o PP e o PTDP críticos do processo de descolonização, e que desempenharão um importante papel na manifestação da Maioria Silenciosa de apoio ao Presidente da República, projectada para o mês de Setembro.
29 de Agosto
O Presidente da República ratifica o Acordo de Argel, que consagra a independência da Guiné e Cabo Verde.

O PS retira-se do MDP/CDE
03 de Setembro
Encontro em Brazzaville dos dirigentes das três facções do MPLA: Agostinho Neto, Joaquim Pinto de Andrade e Daniel Chipenda.
 Firma-se um acordo pelo qual Agostinho Neto é reconhecido como Presidente.
5 de Setembro
Prosseguem em Lusaka, capital da Zâmbia, as negociações entre o Governo português e a FRELIMO.
7 de Setembro
É assinado o Acordo de Lusaka, consagrando a independência de Moçambique.

Colonos brancos, agrupados no Movimento Moçambique Livre, ocupam a Rádio Clube de Moçambique em protesto contra o Acordo de Lusaka. Simultaneamente, decorrem manifestações de apoio à FRELIMO. Registam-se incidentes com centenas de vítimas.
9 de Setembro
É publicada a Lei nº 8/74, que cria o cargo de Alto-comissário, um Governo de Transição e uma Comissão Militar Mista para Moçambique.

Sai para as bancas o primeiro número da publicação Movimento: Boletim do MFA, da responsabilidade da Comissão Coordenadora.

É constituída a comissão organizadora da manifestação da Maioria Silenciosa, de apoio ao Presidente da República.
10 de Setembro
No decurso da cerimónia de reconhecimento da independência da Guiné Bissau, em Lisboa, o Presidente da República volta a chamar a atenção para os perigos gerados pela acção dos “totalitarismos extremistas”, que condicionavam o “comportamento do povo perplexo por meio século de obscurantismo político”, exortando “a maioria silenciosa do povo português” a “despertar” e a “defender-se” das suas ofensivas.
11 de Setembro
É publicada no Diário do Governo a Declaração Conjunta da JSN, do Conselho de Estado e do Governo Provisório que reconhece a independência da República da Guiné Bissau, proclamada pelo PAIGC em 24 de Setembro de 1973.
12 de Setembro
É publicado o Decreto-Lei nº 443/74, que extingue os organismos corporativos dependentes do Ministério da Economia e transfere as respectivas competências e património para os organismos de coordenação económica das diversas Secretarias de Estado.
13 de Setembro
São publicados os Decretos-Lei nºs 450, 451 e 452, que determinam, respectivamente, a nacionalização dos Bancos de Angola, Nacional Ultramarino e Banco de Portugal.

Decretos-Leis nº 450, 451 e 452 /74, assinalando as primeiras nacionalizações. Banco Nacional Ultramarino, Banco de Angola e Banco de Portugal, que arrastam consigo alguns órgãos de comunicação social
15 de Setembro
O Presidente da República encontra-se na Ilha do Sal, Cabo Verde, com o seu homólogo do Zaire, Mobuto Sese Seko, obtendo o compromisso de não intervenção deste país no processo de descolonização de Angola.
18 de Setembro
A sede do PNP no Porto é ocupada pela PSP e os seus dirigentes detidos. O partido é extinto.

Anúncio de uma manifestação da denominada "maioria silenciosa", convocada para Belém, no dia 28 de Setembro, para apoiar Spínola
20 de Setembro
Victor Crespo, membro da JSN, é nomeado Alto-comissário para Moçambique.

Toma posse o Governo de Transição de Moçambique, chefiado por Joaquim Chissano.

São distribuídos panfletos e colados cartazes apelando à participação na manifestação da Maioria Silenciosa. São entretanto detidos elementos do Partido Nacionalista Português, formação política constituída por elementos afectos ao Estado Novo e cuja sede, situada no Porto, fora entretanto ocupada pela Polícia de Segurança Pública
22 de Setembro
É criado o Conselho dos Vinte, orgão superior do MFA, composto pelos membros do Movimento pertencentes à Comissão Coordenadora, à JSN e ao Governo.

Mário Soares discursa, na qualidade de Ministro dos Negócios Estrangeiros, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
23 de Setembro
Mário Soares encontra-se em Washington com o Secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger.
24 de Setembro
Aprovação do texto da Lei Eleitoral pelo Conselho de Ministros
26 de Setembro
O Presidente da República e o General Costa Gomes comparecem no Concurso Hípico Internacional, no Hipódromo do Campo Grande. No decurso do evento é entregue ao Chefe de Estado um cartaz da manifestação da Maioria Silenciosa, agendada para o dia 28.

O Presidente da República e o Primeiro-ministro assistem a uma corrida na Praça de Touros do Campo Pequeno, no decurso da qual a assistência dá vivas ao Ultramar e vaia Vasco Gonçalves.
No exterior, ocorrem confrontos entre apoiantes e opositores ao General Spínola.
27 de Setembro
Em face do agravamento da situação política, motivada pela projectada manifestação da Maioria Silenciosa, bem como pela mobilização dos opositores à sua realização, o Presidente da República chama a Belém o Primeiro-ministro e Otelo Saraiva de Carvalho.
Entretanto, o COPCON executa detenções de algumas dezenas de indivíduos, sob a acusação de pertença a organizações fascistas e de envolvimento num golpe contra-revolucionário.

O Presidente da República, António de Spínola, entra em confronto com a Comissão Coordenadora do MFA, Vasco Gonçalves e Otelo Saraiva de Carvalho, e manda encerrar diversas rádios.

Apoiantes de partidos de esquerda levantam barricadas nos arredores de Lisboa, para impedir a entrada de manifestantes.

A evolução da situação torna patentes as divergências insanáveis entre o Governo e a Comissão Coordenação do MFA e o Presidente da República.

O General Galvão de Melo, membro da JSN, torna público o seu apoio à manifestação

São erguidas barricadas, durante a noite de 27 para 28, por milhares de militantes de todos os partidos de esquerda, conduzidos pelo PCP e pela Intersindical e apoiados por forças militares, impedindo os acessos a Lisboa
28 de Setembro
A Presidência da República emite um comunicado apelando à não realização da manifestação.

A Comissão Coordenadora reúne com o Primeiro-ministro e com os ministros militares, acordando propor ao Presidente da República demissão dos membros da JSN Galvão de Melo, Jaime Silvério Marques, Diogo Neto e de Sanches Osório, todos afectos ao General Spínola, bem como o confinamento do Chefe de Estado à estrita esfera das suas competências
29 de Setembro
Em reunião com o Presidente da República e com a JSN, a Comissão Coordenadora informa que retira o seu mandato a Galvão de Melo, Silvério Marques e Diogo Neto.

O Presidente da República reúne o Conselho de Estado, que recusa a sua proposta de proclamação do estado de sítio.

São erguidas barricadas nas principais estradas do país.
30 de Setembro
Em mensagem difundida pela rádio e pela televisão o general Spínola renuncia à Presidência da República, após ter verificado que as suas teses iam sendo sucessivamente derrotadas pela Comissão Coordenadora do MFA, pela JSN e pelo Conselho de Estado

O general Costa Gomes assume o cargo de Presidente da República
Demissão de António de Spínola das funções de Presidente da República, sendo substituído por Costa Gomes

O General Costa Gomes é nomeado Presidente da República, cargo que acumula com o de CEMGFA.
1 de Outubro
Tomada de posse do III Governo Provisório, chefiado pelo brigadeiro Vasco Gonçalves

São afastados do elenco governativo Firmino Miguel e Sanches Osório.
2 de Outubro
É publicado o Decreto-Lei nº 516/74, que determina que as pastas da Defesa e da Comunicação Social passam a depender do Primeiro-ministro.

É libertado Saldanha Sanches, líder do MRPP.
5 de Outubro
A ponte sobre o Tejo é rebaptizada com o nome Ponte 25 de Abril.
6 de Outubro
Milhares de pessoas voluntariam-se para trabalhar no domingo, correspondendo ao apelo do Primeiro-ministro para dedicarem um dia de trabalho gratuito em favor da Nação.
8 de Outubro
Carlos Fabião e Fisher Lopes são nomeados para a JSN, em substituição dos membros entretanto destituídos.
11 de Outubro
Comício do PS no Pavilhão dos Desportos em Lisboa. Mário Soares declara: "É necessário ganhar a classe média, a pequena burguesia, os pequenos comerciantes e os pequenos proprietários, porque também são povo e estão com a democracia".
12 de Outubro
É publicado o Decreto-Lei nº 540-A/ 74, que confere ao Governo competência para intervir através da nomeação de delegados ou administradores na gestão de instituições de crédito.
13 de Outubro
Termina o Plenário da Intersindical, reunido no Porto, que se pronuncia a favor da unicidade sindical.
14 de Outubro
Tem início a Operação Komodo, plano clandestino indonésio de ocupação de Timor-Leste.
17 de Outubro
Pela primeira vez, um Presidente da República Portuguesa, Costa Gomes, discursa perante a Assembleia Geral da ONU.
19 de Outubro
O Ministro da Coordenação Intereterritorial, António de Almeida Santos, visita Timor.
20 de Outubro
Decorre em Lisboa o VII Congresso (Extraordinário) do PCP, o primeiro realizado na legalidade.
22 Outubro
Na sequência de contactos com o Governo português, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) declara o cessar-fogo.
23 de Outubro
São anunciadas as “Campanhas de Dinamização Cultural”, da responsabilidade da Comissão Coordenadora Central da 5ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, que têm por finalidade a divulgação do ideário do MFA e a colocação das Forças Armadas ao serviço do povo português.
31 de Outubro
No seguimento dos acontecimentos do 28 de Setembro, começa a organizar-se o Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (MDLP).

Spínola encontra-se com Alpoim Calvão em Massamá, para a preparação de um golpe de Estado.
Novembro
O MRPP anuncia a sua transformação em partido político
3 de Novembro
O MDP/CDE constitui-se como partido político.
4 de Novembro
O Ministro sem Pasta, Vítor Alves, inicia um périplo por diversos países da CEE, com vista ao reforço de laços económicos e obtenção de financiamentos.

Forças de extrema-esquerda tentam impedir a realização do primeiro comício da Juventude Centrista, organização de juventude do CDS, que se realiza no Teatro S. Luiz. De seguida, dirigem-se para a sede do partido, no Largo do Caldas, alvo de invasão e pilhagem.
7 de Novembro
É publicado o Decreto-Lei nº 595/74, que regulamenta a actividade dos partidos políticos.

Lei dos partidos políticos
15 de Novembro
Aprovação da Lei Eleitoral
São publicados os DL n.º 621 A/74, 621 B/74 e 621 C/74, que no seu conjunto ficaram conhecidos como lei eleitoral.
10 de Novembro
A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda ataca o contigente militar português presente no território.
13 de Novembro
São empossados os Governadores de Macau e Timor, Garcia Leandro e Lemos Pires, respectivamente.
15 de Novembro
É publicada a Lei nº 10/74, que determina a criação do cargo de Alto Comissário para Cabo Verde, para o qual é nomeado o Almirante Almeida d’Eça.

Em reunião do Conselho dos Vinte é decidida a criação de novas estruturas intermédias do MFA. É deliberada a instituição de uma Assembleia de Delegados do Movimento em cada um dos três ramos das Forças Armadas e a Assembleia Geral, com representantes dos três ramos, comummente designada por Assembleia dos Duzentos.

São publicados os Decretos-Lei nºs 621-A, 621-B e 621-C/74, que definem as capacidades eleitorais, o recenseamento e o sistema eleitoral.
16 de Novembro
Frank Carlucci é nomeado embaixador dos Estados Unidos da América em Lisboa, em substituição de Stuart Nash Scott.
20 de Novembro
Melo Antunes, Ministro sem Pasta, Pezarat Correia, na qualidade de representante do MFA e Fernando Reino, em representação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, encontram-se em Argel com uma delegação do MPLA chefiada por Agostinho Neto, com a finalidade de debater a independência de Angola.
21 de Novembro
É promulgado o Decreto-Lei nº 647/74, que reintegra Humberto Delgado no cargo de General da Força Aérea, a título póstumo.
Novembro de 1974

O primeiro Congresso do PPD, em 22 e 23 de Novembro de 1974, ainda sem representantes de Alcobaça, que reuniu 994 delegados no Pavilhão dos Desportos de Lisboa
23 de Novembro
Realização do I Congresso do PPD, no qual são aprovados os Estatutos, eleito o Secretário-Geral do Partido (Sá Carneiro) e aprovado o pedido de inscrição na Internacional Socialista
25 de Novembro
É publicado o Decreto-Lei nº 660/74, que confere ao Governo o direito de intervir directamente nas empresas privadas sempre que o seu normal funcionamento o exija.
27 de Novembro
É publicada a Lei nº 11/74, que consagra o Regime Constitucional Provisório de Angola, bem como a criação do cargo de Alto-comissário para o território.
3 a 15 de Dezembro
I Congresso do PS na legalidade, realizado em Lisboa. A linha de Soares sai vitoriosa. Alguns militantes considerados mais à esquerda, entre eles Manuel Serra, abandonam o partido.
4 de Dezembro
O Governo institui o pagamento do chamado 13.º mês (subsídio de Natal) aos pensionistas do Estado.
6 de Dezembro
Realiza-se a primeira reunião da Assembleia dos Duzentos, na qual se debate o Plano Económico de Transição proposto por Melo Antunes.
9 de Dezembro
Tem início o recenseamento eleitoral.
13 de Dezembro
Inicia-se em Lisboa o I Congresso do PS na legalidade. Mário Soares é eleito Secretário-Geral do partido.
16 de Dezembro
É fundada a União Democrática Popular (UDP), resultante da junção de diversos grupos de extrema-esquerda.
17 de Dezembro
É tornado público o acordo estabelecido entre o Governo português e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, que define os termos do processo de descolonização do território.
19 de Dezembro
É publicado o Decreto-Lei nº 724/74, que atribui o subsídio de Natal aos beneficiários de pensões de invalidez, velhice e de sobrevivência.

É assinado entre o Governo português e o PAIGC o acordo para a independência de Cabo Verde.
22 de Dezembro
É empossado, sob a presidência de Leonel d’Alva o Governo de Transição de São Tomé e Príncipe.
26 de Dezembro
O PCP é o primeiro partido a apresentar o seu pedido de legalização ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
28 de Dezembro
A Assembleia dos Duzentos reúne no Instituto de Sociologia Militar. São novamente debatidas as propostas económicas de Melo Antunes, constantes do plano entretanto renomeado como Plano Económico de Emergência.
31 de Dezembro
Na sua primeira conferência de imprensa, a Comissão Coordenadora do MFA afirma o seu compromisso com a revolução e a missão de servir “os trabalhadores em geral e os operários e camponeses em particular”.
Dezembro
Legalização da Inter

FLA - Frente de Libertação dos Açores (1974

FLAMA - Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (1974)
 Telegrama 1
General Spínola
Presidência da República
Lisbon Portugal
Na hora em que assume presidência república é V. Exa. símbolo das liberdades reconquistadas e garantia da democracia futura. Calorosas felicitações
Jorge de Sena
(Abril, 1974)

Telegrama 2:
General Spínola
Presidência da República
Reencontrados agora no Porto, após anos de exílio que viveram no Brasil, os abaixo-assinados saudam V. Exa. nesta hora em que o reconhecimento do princípio de independência dos povos ultramarinos, abre uma nova era da História portuguesa.
João Sarmento Pimentel
Jorge de Sena
Francisco Sarmento Pimentel
(Setembro, 1974)


25 de ABRIL de 1974 
“É hoje um lugar-comum a afirmação de que o 25 de Abril foi um golpe de Estado militar que, pela ampla movimen­tação social a que deu lugar, se transformou em revolução. Mas mesmo o próprio golpe militar ultrapassou os modelos clássicos, normalmente mais orientados para valores de tipo «ordem e autoridade», enquanto o 25 de Abril se propunha, à partida, corrigir os vícios maiores do regime ditatorial que veio a derrubar, ou seja, a ditadura polí­tica, o subdesenvolvimento e a opressão colonial. 
Por isso atraiu a adesão popular, por isso despoletou um processo revolucionário.” 
 Pezarat Correia, em Revista Crítica de Ciências Sociais, Fevereiro de 1986  
O general Pezarat Correia, major na altura do 25 de Abril, foi um destacado elemento do MFA. 
 O Movimento das Forças Armadas (...) proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo, até à sua completa realização, um programa de salvação do País e de restituição ao povo português das liberdades cívicas de que vem sendo privado. 
Para o efeito, entrega o governo a uma Junta de Salvação Nacional a quem exige o compromisso de (...) promover eleições gerais para uma Assembleia Nacional Constituinte, cujos poderes, por sua representatividade e liberdade na eleição, permitam ao País escolher livremente a sua forma de vida social e política. (...) 
A Junta de Salvação Nacional decretará: a extinção imediata da DGS, Legião Portuguesa e organizações políticas da juventude (...); a amnistia imediata a todos os presos políticos (...); a abolição da censura e exame prévio. (...) 
 Do Programa do MFA - Movimentos das Forças Armadas, 
1974 
 HISTÓRIA DO CRAVOS VERMELHOS NO 25 DE ABRIL 
Muitas são as histórias que contam como o cravo vermelho se tornou o símbolo da Revolução de 25 de Abril, fazendo com que a mesma ficasse conhecida na história como a Revolução dos Cravos; a mais conhecida delas é a história de uma florista da Baixa Lisboeta que no dia 25 de Abril, distribuiu cravos vermelhos aos populares que por lá passavam, e estes os ofereciam aos soldados que estavam espalhados por toda Lisboa. Os soldados ao receberem os cravos vermelhos, colocaram-nos nos canos das espingardas como um gesto de paz. 
 Outras fontes citam que na Rua Braancamp em Lisboa, havia um restaurante que no dia 25 de Abril celebrava o seu primeiro aniversário. 
 O dono em comemoração a data de aniversário do restaurante, decidiu neste dia enfeitar o local com cravos vermelhos e oferece-los à quem alí comparecesse; entretanto com o tumulto que havia na cidade e com soldados espalhados por todos os cantos, o mesmo decidiu fechar o restaurante naquele dia; dispensando assim todos os funcionários. 
Dentre eles, uma das empregadas, Celeste Caeiro, a mando do dono do referido restaurante em que trabalhava, decidiu levar para casa os cravos. 
 Ao caminhar pela Rua do Carmo em Lisboa, Dona Celeste, se apercebeu do tumulto e parou para falar com um dos soldados que lhe contou que a tropa já alí estava desde as 3 horas da madrugada; este então perguntou-lhe se Dona Celeste tinha um tabaco para lhe oferecer.
 Dona Celeste nada tinha naquele momento para oferecer ao soldados e decidiu oferecer-lhe um cravo, e ao receber o cravo, o soldado o colocou no cano da espingarda;e assim fizeram os demais soldados que se aproximaram e receberam de Dona Celeste um cravo vermelho. 
 O movimento nasce secretamente em 1973
 Nele estão envolvidos certos oficiais do exército que já conspiravam, descontentes por motivos de carreira militar. 
Monumento em Grândola. 
 A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 1973
 Uma nova reunião surge no Monte Sobral (Alcáçovas) e dá origem ao Movimento das Forças Armadas.
 No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: 
Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. 
 Este documento é posto a circular clandestinamente. 
 Entretanto o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, a razão foi a edição do livro por parte de Spinola "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. 
 No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. MFA: MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS
 O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da revolução. 
 - Incapacidade de democratização do regime 
 - Persistência/impasse da guerra colonial 
 - Movimento dos Capitães nasceu em 1973 como forma de protesto contra dois diplomas legais que facilitavam o acesso dos oficiais milicianos (não de carreira) ao quadro permanente do exército 
 - Pressão sobre o governo para aceitar uma solução política para o problema africano - O Movimento dos Capitães depositou a sua confiança nos generais Gomes da Costa e Spínola, respectivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas - Marcello Caetano faz ratificar a orientação da política colonial pela Assembleia Nacional e convoca os oficiais generais das Forças Armadas para uma sessão solene para reafirmar a sua lealdade ao Governo. 
 - Gomes da Costa e Spínola não compareceram à reunião sendo exonerados dos seus cargos 
 - No Movimento das Forças Armadas – MFA – acreditavam na urgência de um golpe militar que restaurando as liberdades cívicas permitisse a tão desejada solução para o problema colonial 
 - Tentativa falhada em Março MFA – Operação “Fim-Regime”
 – 25 de Abril de 1974 decorreu sob a coordenação do major Otelo Saraiva de Carvalho 
 - Depois do sinal com a transmissão na rádio da música de Paulo de Carvalho E Depois do Adeus pelas 23 h e de Grândola Vila Morena de Zeca Afonso, hora e meia mais tarde, as unidades militares saem dos quartéis para cumprirem com êxito as missões que lhes estavam destinadas: · Ocupação das estações de rádio e RTP · Controlo do aeroporto e dos quartéis-generais das regiões militares de Lisboa e do Norte · Cerco dos ministérios militares do Terreiro do Paço 
 · A única falha no plano previsto foi a prévia neutralização dos comandos do Regimento de Cavalaria 7 que não aderira ao golpe · Capitulação de Marcello Caetano refugiado no Quartel do Carmo – rendição ao general Spínola (temia que o poder “caísse na rua”) 
- A multidão acorrera às ruas em apoio dos militares a quem distribuía cravos vermelhos 
 - Só resistia a polícia política



[PS%25201974.3%255B8%255D.jpg][PPD%25201976.5%255B10%255D.jpg][PCP%25201975.12%255B12%255D.jpg][CDS.1%255B12%255D.jpg][MDP-CDE%25201975.9%255B5%255D.jpg][FSP%2520Frente%2520Socialista%2520Popular%25201975.1%255B5%255D.jpg][MES%25201975.3%255B8%255D.jpg][UDP%25201975.2%255B8%255D.jpg][PPM.1%255B9%255D.jpg][Fec%2520%2528ML%2529.1%255B6%255D.jpg][LCI.31%255B8%255D.jpg][PUP%25201975.1%255B4%255D.jpg]






[1975%2520%2520Boletim%2520de%2520Voto%252025-04%2520%2528Assembleia%2520Constituinte%2529%255B4%255D.jpg]

[1975%2520l%25C2%25AA%2520Elei%25C3%25A7%25C3%25B5es%2520Assembleia%2520Constituinte%255B4%255D.jpg]





































































Nome da escola: EXTERNATO LICEAL ALFÂNDEGA DA FÉ
EXTERNATO LICEAL DE ALFÂNDEGA DA FÉ
Doutor Francisco Pereira Lemos




Santa Maria de Lamas- marcelo caetano com confetis a escola a beira da estrada a aguardar a chegada da comitiva de marcelo-


Chegou a comitiva do uniao de lamas e os alunos distribuiu os confetis do união de lamas mais tarde chegou marcelo e comitiva

sem festa





ESTADO NOVO:Presidente  da Câmara Municipal- Mário Almeida







Cooperativa: Cereja-Pera-Azeitona-Ameixas-Morango- Framboesa-Tomate
-Gado-Vitelos de engorda-Escoado para o Cachão
Três secções
1- COMPRA-VENDA
2-LAGAR (azeite e amêndoa)
3- PLANO ALFA
Pereiras-70 hetares
Cerejeiras 100 hetares
Ameixoeiras 40 hetares
Olival 30 hetares
Nogueira 5 hetares





Director do Cachão: Jorge Vicente da esquerda após 25 Abril







Colocados na Cooperativa;

Manuel Afonso
António Alfredo Figueiredo
Vaz

Duque funcionário na cooperativa





No Cachão: Capitão Teófilo Bento- 25 Abril





Estamos no dia 25 de Abril.

Na facção oposicionista tínhamos, então, o Partido Comunista Português (PCP), o Partido Socialista (PS), a Comissão Democrática Eleitoral (CDE), e os grupos de extrema esquerda, onde se destacavam o MRPP, as Brigadas Revolucionárias, todos de inspiração maoísta e com implantação no meio estudantil e os sectores da ala liberal
Depois do acto revolucionário outros embriões de partidos foram surgindo, como o PPD e o CDS.





COMISSÃO ADMINISTRATIVA- 1974-1975

Presidente: Carlos Augusto Araújo
Vogal: Alvaro dos Santos Legoinha
Vogal: António Alfredo Figueiredo



1976





Estava no Colégio dos Orfãos
5 ano






25? de Abril- Manifestação- Protesto






Capitão Mendonça: Cacique

Casou com Rosa Manso
Dois rapazes e uma rapariga- 
Morreu o do meio- Zeca- Engenheiro
Primogénito- Joaquim
Mulher: ZITA




Carlos Araújo - Presidente da Comissão Administrativa-


Saída dos portugueses começou , em Angola, em Agosto de 1974.

Em junho de 1974 começam a chegar a Lisboa, vindos da Guiné, Moçambique, foi criado o GADU (Grupo de Apoio aos Desalojados do Ultramar)
-- Os primeiros ex-residentes ultramarinos chegaram a PORTUGAL em JUNHO de 1974, na maioria provenientes da GUINÉ e de MOÇAMBIQUE. 
 Para os acolher e na expectativa de que chegassem muitos outros foi então criado o "GRUPO DE APOIO AOS DESALOJADOS DO ULTRAMAR" (GADU). 
 -- 1975 - MARÇO - 31 - O Decreto-Lei nº 169/75 cria o "INSTITUTO DE APOIO AO RETORNO DE NACIONAIS" (IARN). 
 -- 1975 - JUNHO - ?- O IARN inicia a evacuação de desalojados ultramarinos com destino a PORTUGAL, tendo sido instalada uma "PONTE AÉREA", com base nas cidades de LOURENÇO MARQUES,LUANDA E NOVA LISBOA (esta de início apenas servindo de ligação para LUANDA, com acentuada colaboração de MOÇAMBIQUE
 -- 1975 - OUTUBRO - - 
Foi criada a SECRETARIA DE ESTADO DOS RETORNADOS, funcionando anexa ao "MINISTÉRIO DOS ASSUNTOS SOCIAIS", servindo de tutela do IARN.




25 de Abril de 1974-Bragança
O 5.º L do Liceu marcou, provavelmente, a nossa geração.

Mais um ano de exame. Uns já tinham abandonado o ano a meio, quer para irem trabalhar, quer para ingressarem no serviço militar. A sociedade estava conturbada e confusa, o meu Pai estava doente e sempre nervoso. A guerra no Ultramar estava a ser uma sombra. Eu estáva a começar a fazer a mochila.

Faltou apertar as correias da mochila.

Em 1972, as propinas já custavam 125$00 x 3, ou seja 375$00 para a frequência mais 250$00 de inscrição. Era dinheiro para a altura…era muito dinheiro. Talvez, em pormenores como este, se entenda melhor a razão porque poucos conseguiam seguir os estudos e optavam pela vida laboral por cá ou no estrangeiro. “O dinheiro era caro”.

25 de Abril de 1974 - Bragança

  Estava eu a menos de 3 meses de fazer 18 anos.

Logo de manhã, no Liceu, ouvimos uns rumores de que algo se estava a passar no País, mas nada a que estivéssemos a dar demasiada importância.

Entretanto, na hora do almoço e no refeitório, o Dr. Subtil não tirava o transístor do ouvido e ia relatando os acontecimentos. Todos estavam em silêncio a escutar o que o Dr. Subtil ia dizendo. Ele ouvia as notícias e transmitia-as para nós todos.

O Governo Caiu. Prenderam o Tomás e o Caetano. As tropas estão fora dos quartéis. O povo, em Lisboa e no Porto, está a invadir as ruas para apoiar o “Movimento das Forças Armadas”.

Apesar de tudo, nada de anormal se passou no Liceu e as aulas recomeçaram na parte de tarde. As horas e os dias seguintes, com muita informação, veiculada pelos órgãos de comunicação social, foram decisivas para começarmos a entender melhor as repercussões do que se estava a passar efectivamente em Portugal.
Chegou a Liberdade! Para nós, no início, não nos pareceu coisa de sobeja importância, mas, alguns de nós ao chegarmos a casa começámos a perceber que, para os nossos Pais, a importância era enorme. Eu sabia, por ele me ter dito, que o meu Pai tinha votado em 1958, no General Humberto Delgado.

Conversámos um pouco e fui entendendo melhor algumas coisas que pouco ou nada me tinham preocupado até ao momento. O meu Pai, que bem sabia a “peça” que tinha em casa, apenas me dizia: - Não te metas em confusões.

Um grupo restrito de amigos, já tinha anteriormente a noção do Portugal das diferenças. Afinal a Ilha do Rei era mesmo ali ao lado do Liceu e muitas vezes surripiamos leite de nossa casa para levar aos miúdos da ilha do Rei. A sensibilidade estava latente.

Era hora de mobilizar. Portugal tinha mudado.

Não me lembra se, por iniciativa própria ou mobilizados por alguém, já participámos no 1 de Maio de 1974. Eu, mais o Lacerda empunhávamos uma faixa onde se podia ler: “Os estudantes ao lado do povo e sob a direcção da classe operária”. Como se pode verificar pela foto, o umbigo à mostra não foi invenção do séc. XXI.

Eram dias de euforia, talvez pouco racional, mas era assim por todo o lado. O povo estava na rua. E a hora era de festejos.

(H.M.)



Denominação/Sigla dos Partidos PortuguesesInscriçãoNº de eleições a que concorreu para AR
Partido Comunista Português (PCP)197412
Partido do Centro Democrático Social (CDS); Em 1993: Centro Democrático Social - Partido Popular (CDS-PP); Em 1995: Partido Popular (CDS-PP)197512
Partido Popular Democrático PPD. Em 1976: Partido Social Democrata (PPD-PSD)197512
Movimento Democrático Português-Comissões Democráticas Eleitorais (MDP-CDE). Em 1993: MDP Em 1994: Política XXI19755
Partido Socialista (PS)197512
União Democrática Popular (UDP)19757
Partido da Democracia Cristã (PDC)19756
Partido Popular Monárquico (PPM)19758
Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP). Em 1977: Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)197511
Movimento de Esquerda Socialista (MES)19752
Aliança Operária Camponesa (AOC) Em 1979: Partido Trabalhista (PT)19751
Partido Trabalhista (PT)19791
Frente Eleitoral Comunista ? Marxistas-Leninistas (FEC-ML). Em 1976: Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP)19751
Partido de Unidade Popular (PUP)19751
Frente Socialista Popular (FSP)19752
Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) Em 1979:Funde-se com a Liga Comunista Internacionalista LCI), dando origem ao Partido Socialista Revolucionário (PSR)19751
Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM)1975
Centro Democrático de Macau (CDM)1975
Liga Comunista Internacionalista (LCI) Em 1979:Funde-se com o Partido Revolucionário dos Trabalhistas (PRT), dando origem ao Partido Socialista Revolucionário (PSR)19752
Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista) (PCP-ML)19762
Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP's)19760
Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP)19763
Partido Socialista Revolucionário (PSR)19796
Movimento Independente para a Reconstrução Nacional / Partido da Direita Portuguesa (MIRN/PDP)19791
União de Esquerda Socialista Democrática (UEDS)19792
Partido Operário de Unidade Socialista (POUS) Em 1994:Movimento para a Unidade dos Trabalhadores (MUT); Em 1999: Partido Operário de Unidade Socialista (POUS)1979
1999
7
Partido Democrático do Atlântico (PDA) Em 1979 tem como sigla UDA-PDA, e a partir de 1983 PDA19795
Acção Social Democrata Independente (ASDI)19801
Força de Unidade Popular (FUP)19800
Partido Socialista dos Trabalhadores (PST)19801
Partido Comunista Reconstruído (PCP-R)19812
Movimento Ecologista Português-Partido Os Verdes (MEP-PV) Em 1997: Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV)19826
Liga Socialista dos Trabalhadores (LST). Em 1989: Frente de Esquerda Revolucionária (FER)19831
Partido Renovador Democrático (PRD). Em 2000: Partido Nacional Renovador (PNR)19853
Frente de Esquerda Revolucionária (FER)19891
Partido da Solidariedade Nacional (PSN)19903
Movimento O Partido da Terra (MPT). Em 2000: MPT-Partido da Terra19933
Movimento para a Unidade dos Trabalhadores (MUT). Em 1999: Partido Operário de Unidade Socialista (POUS)19941
Política XXI (PXXI)19945
Partido Português das Regiões (PPR)19950
Partido da Gente (PG)19951
Bloco de Esquerda (BE)19993
Partido Humanista (PH)19993
Partido Nacional Renovador (PNR)20002
Movimento pelo Doente (MD)20020
Nova Democracia (PND)20031






III República - Partidos, Coligações, Movimentos e Agremiações políticas ( inclui os partidos fundados antes de 1974 e que solicitaram a sua legalização após 25-04-1974)

1974

ADIM - Associação de Defesa dos Interesses de Macau (1974)

AOC - Aliança Operária Camponesa (1974)

CARP (M-L) – Comité de Apoio à Reconstrução do Partido (Marxista-Leninista) (1974)

CBS - Comissões de Base Socialistas (1974)

CDM - Centro Democrático de Macau (1974)

CDS - Partido do Centro Democrático Social (1974). - fundado em 19 de Julho - Renomeado mais tarde em Partido Poular e finalmente em CDS-PP

CIC - Comités pela Independência Imediata e Incondicional das Colónias (1974)

CLAVA - Comissões de Luta Anti-Imperialista e Vigilância Antifascista (1974)

CRS - Comités Revolucionários de Soldados (1974)

FLA - Frente de Libertação dos Açores (1974)

FDU - Frente Democrática Unida (1974) - coligação dos Partido do Progresso, Partido Liberal e Partido Trabalhista

FLAMA - Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (1974)

FSMR - Frente dos Soldados e Marinheiros Revolucionários (1974)

FSP - Frente Socialista Popular (1974) Integrou a coligação FEPU com o PCP e o MDP

LCI - Liga Comunista Internacionalista (1973). Em 1979 funde-se com o PRT no PSR

LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária (1967)

MAP - Movimento de Acção Portuguesa (1974)

MARP - Movimento para a Autogestão Revolucionária do Proletariado (1974)

MDP/CDE - Movimento Democrático Português (1974) - proveniente da CDE de 1969

MEC - Movimento Ecológico Português (1974)

MES - Movimento de Esquerda Socialista (1974)

MFP - Movimento Federalista Português (1974)- Existiu só entre 6 de Maio e 28 de Setembro de 1974

MJT - Movimento da Juventude Trabalhadora (1974)

MLM - Movimento de Libertação das Mulheres (1974)

MPP - Movimento Popular Português (1974)

MPP - Movimento Popular Português (1974)

MRPP - Movimento Reorganisativo do Partido do Proletariado (1970)

MUT - Movimento para a Unidade dos Trabalhadores (1974)

MUT - Movimento para a Unidade dos Trabalhadores (1974). Originário do POUS, em 1999 retomou a denominação original POUS

NRE - Núcleos Revolucionários do Exército (1974)

PCP - Partido Comunista Português (1921)

PCP (m-l) - Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista) (1970)

PCSD - Partido Cristão Social Democrata (1974) - nunca se legalizou

PDC - Partido da Democracia Cristã (1974)

PL - Partido Liberal (1974)- dissidentes da Convergência Monárquica

PNP - Partido Nacionalista Português (1974)

PP - Partido do Progresso (1974)

PPD - Partido Popular Democrático (1974) - fundado a 6 de Maio ex-Ala Liberal . Renomeado PSD (Partido Social Democrata) em 1977

PPM - Partido Popular Monárquico (1957)

PRP-BR - Partido Revolucionário do Proletariado (1973)

PS - Partido Socialista (1973)

PSDI - Partido Social Democrata Independente (1974)

PSDP - Partido Social-Democrata Português (1974)

PTDP - Partido Trabalhista Democrático Português (1974)

PTDP - Partido Trabalhista Democrático Português (1974) - 1º partido a ser fundado pós 25 de Abril a 3 de Maio - nunca se legalizou

PUP - Partido de Unidade Popular (1974)

RPAC - Resistência Popular Anti-Colonial (1974)

UDP - União Democrática Popular (1974)

UPM - União do Povo da Madeira (1974)

URML - Unidade Revolucionária Marxista-Leninista (1974)



1975


CDCR - Comissão Dinamizadora dos Conselhos Revolucionários (1975)

CDL - Comités de Defesa da Liberdade (1975)

CRAC - Cruzada Renascida Anti-Comunista (1975)

CRAMO - Comissões Revolucionárias Autónomas de Moradores Ocupantes de Lisboa e Arredores (1975)

CRARA - Comissão Revolucionária de Apoio à Reforma Agrária (1975)

CRTSM - Conselho Revolucionário de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (1975)

CVRFA - Comissão de Vigilância Revolucionária das Forças Armadas (1975)

ELP - Exército de Libertação de Portugal (1975)

FAP - Frente de Acção Popular e Antifascista (1975)

FEC(m-l) - Frente Eleitoral dos Comunistas (marxistas-leninistas) (1975). Em 1976 altera a sua designação e sigla para OCMLP

FERP - Frente Eleitoral da Resistência Popular (Anti Social-Fascista e Anti-Fascista) (1975)

FMU - Frente Militar Unida (1975), criada para neutralizar os SUV

FUR - Frente de Unidade Revolucionária (1975)

LIM - Liga Internacionalista Maoista

MARP - Movimento dos Africanos Residentes em Portugal (1975)

MDFA - Movimento democrático das Forças Armadas (1975)

MDLP - Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (1975)

MOSNA - Movimento de Salvação Nacional (1975)

OCMLP - Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa (1975)

OCP(MB)P - Organização Comunista Proletária (Marxista Bolchevique de Portugal (1975)

ORPC (m-l) - Organização para a Reconstrução do Partido Comunista (marxista-leninista) (1975)

ORS - Organização Revolucionária de Sargentos (1975)

PC(R) - Partido Comunista (Reconstruído) (1975)

PRT - Partido Revolucionário dos Trabalhadores (1975). Em 1979 funde-se com a LCI no PSR

SUV - Soldados Unidos Vencerão (1975)

TUV - Trabalhadores Unidos Vencerão (1975)

UCML - União Comunista Marxista Leninista (1975)

UCRP - União Comunista para a Reconstrução do Partido (1975)

UCRP (M-L) - União Comunista para a Reconstituição do Partido (Marxista-Leninista) (1975), fusão das 2 uniões anteriores.

URAP - União de Resistentes Antifascistas Portugueses (1975)




1976



FEPU - Frente Eleitoral Povo Unido - (Coligação entre o PCP, o MDP e a FSP) (1976)

GDUP's - Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (1976)

PCTP – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (1976), ex MRPP

POUS - Partido Operário de Unidade Socialista (1976)

URAP - União de Resistentes Antifascistas Portugueses (1976)



1977

PCTP/MRPP - Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/MRPP (1977), ex PCTP


1978

APU - Aliança Povo Unido - (Coligação entre o PCP e o MDP) (1978)

PSR - Partido Socialista Revolucionário (1978)

UEDS - União da Esquerda para a Democracia Socialista (1978)


1979

AD - Aliança Democrática - (Coligação entre o PPD/PSD, o CDS e o PPM) (1979)

ASDI - Acção Social Democrata Independente (1979)

MIRN/PDP - Movimento Independente para a Reconstrução Nacional / Partido da Direita Portuguesa (1979)

PT - Partido Trabalhista (1979). Resultante da alteração da denominação da AOC


1980

FUP - Força de Unidade Popular (1980)

MCDF - Movimento Cristão para a Defesa da Família (1980)

PST - Partido Socialista dos Trabalhadores (1980)

1982 - 1999

BE - Bloco de Esquerda (1998)

CDU - Coligação Democrática Unitária (1987)

FER - Frente da Esquerda Revolucionária (1989), proveniente da alteração da denominação da LST

LST - Liga Socialista dos Trabalhadores (1983). em 1989, alterou a sua donominação para FER

MAD - Movimento para o Aprofundamento da Democracia (1983)

MAN - Movimento de Acção Nacional (1985)

MPT - Partido da Terra (1993)

PDA - Partido Democrático do Atlântico (1983)

PEV - Partido Ecologista "Os Verdes" (1982)

PG - Partido da Gente (1995)

PH - Partido Humanista (1999)

PPR - Partido Português das Regiões (1995)

PRD - Partido Renovador Democrático (1985)

PSN - Partido da Solidariedade Nacional (1990)

PXXI - Política XXI (1994). Ex-membros do PCP e MDP/CDE

2000 - 2011

FEH - Frente Ecologia e Humanismo (2009) (MPT+PH)

MEP - Movimento Esperança Portugal (2008)

MMS - Movimento Mérito e Sociedade (2007)

PND - Nova Democracia (2003)

PNR - Partido Nacional Renovador (2000)

PPV - Portugal pro Vida (2009)

PTP - Partido Trabalhista Português (2009)

PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza (2011)

PLD - Partido Liberal Democrata (2011) - resultado da mudança de nome do MMS fundado em 2007

Partidos, Coligações, Movimentos  e Agremiações Políticas, sem os anos de fundação

ACO - Acção Católica Operária

ADS - Acção Democrato-Social

ADS - Aliança de Democracia Socialista

AL - Acção Libertária

ARMD - Associação Revolucionária de Militares na Disponibilidade

ARPE - Acção Revolucioária das Praças do Exército

ARS - Aliança Republicano-Socialista

ASD - Acção Social Democrata

ASJ - Aliança Socialista da Juventude

ASP - Acção Socialista Portuguesa



BAP - Brigadas de Agitação e Propaganda

BASE-FUT - Base-Frente Unitária de Trabalhadores

BRAP - Birgadas Revolucionárias de Agitação e Propagandas

BRIMA - Brigadas Revolucionárias da Independência da Madeira


CAAF - Comité de Acção Antifascista

CAF - Comité Antifascista

CALO - Comités de Apoio às Lutas Operárias

CALP - Centro de Apoio às Lutas Populares

CCR - Comités Comunistas Revolucionários

CCR(ML) - Comités Comunistas Revolucionários (Marxistas-Leninistas)

CEM - Comissão Eleitoral Monárquica

CEOC - Comissões Eleitorais de Operários e Camponeses

CES - Centro de Esquerda Socialista

CLMRP - Comité de Ligação dos Militantes Revolucionários Portugueses

CLN - Comité de Libertação Nacional

CML de P - Comité Marxista-Leninista de Portugal

CMLP - Comité Marxista-Leninista Português

CO (ML) - Círculos Operários (Marxistas Leninistas)

CO - Comissões Operárias

CO - Comités Operários

CP25A - Centros Populares 25 de Abril

CPLAI - Comité Português de Luta Anti-Imperialista

CPML - Comités de Propaganda Marxista-Leninista

CPS - Cristãos pelo Socialismo

CPV - Comité "O Proletariado Vencerá"

CR - Conselho das Repúblicas

CRAE - Comités Revolucionários Anti-Eleitorais

CRAMOS - Comissões Revolucionárias Autónomas de Moradores

CRCFPML - Comité Revolução Comunista pela Formação do Partido Marxista-Leninista

CTV - Comités Toupeira Vermelha

CUAI - Comissão Unitária Anti-Imperialista

CUALRG - Comissão Unitária de Apoio à Libertação de Rui Gomes

CUAM - Comissão de Unidade Antifascista do Metro

CUEMCF - Comissão de Unidade dos Ex-Militares Contra o Fascismo

CULIC - Comités Unitários para a Libertação Imediata das Colónias

CUM - Comissão de Unidade Militar

CUM - Comissões Unitárias de Mulheres

CUO - Comissões de Unidade Operária

CUOCC - Comissão de Unidade Operária da Construção Civil

CUOM - Comissão de Unidade Operária Metalúrgica

CUP - Comissão de Unidade Popular

CUR - Comissão de Unidade Revolucionária

CURAF - Comando de Unidade Revolucionária Antifascista

CUT - Comissão Unitária de Trabalhadores

CVA - Comités de Vigilância Armada

CVAF - Comités de Vigilância Antifascista

CVRFA - Comité de Vigilância Revolucionária da Força Aérea



EDE - Esquerda Democrática Eleitoral

EDE - Esquerda Democrática Estudantil

ER - Esquerda Revolucionária


FAF - Frente Antifascista

FAI - Federação Anarquista Ibérica

FAO - Federação das Associações Operárias

FAP - Frente de Acção Patriótica

FAPAP - Frente de Acção Popular dos Artistas Plásticos

FAPE - Federação dos Anarquistas Portugueses Exilados

FAPIR - Frente dos Artistas Populares e Intelectuais Revolucionários

FAPLE - Frente Antitotalitária de Portugueses Livres no Exílio

FARP - Federação Anarquista da Região Portuguesa

FARP - Forças Armadas Revolucionárias do Povo (Guiné)

FAU - Frente de Acção Universitária

FCR - Frente Comunista Revolucionária

FDT - Força Democrática do Trabalho

FEAR - Frente Estudantil de Acção Revolucionária

FEM - Frente dos Estudantes Nacionalistas

FEML - Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas

FERP - Frente Eleitoral da Resistência Popular

FIA - Frente Independente Alentejana

FIJL - Federação Ibérica das Juventudes Libertárias

FLOC - Frente de Libertação Operária e Camponesa

FLU - Frente de Libertação e Unidade

FN - Frente Nacionalista

FNR - Frente Nacional Revolucionária

FO - Força Operária

FO - Fraternidade Operária

FP-25A - Forças Populares 25 de Abril

FPAC - Frente Patriótica Anti-Comunista

FPL - Frente Portugal Livre

FPN - Frente Patriótica Nacional

FPOLN - Frente Portuguesa de Libertação Nacional

FRAP - Frente Revolucionária Antifascista e Patriótica em Portugal

FREP - Federação Revolucionária dos Estudantes Portugueses

FREP - Frente Revolucionária dos Estudantes Portugueses

FRS - Frente Revolucionária Socialista

FSMR - Fracção Sindical dos Metalúrgicos Revolucionários

FSN - Frente de Salvação Nacional (depois: MDLP)


GAAC - Grupos de Acção Anti-Comunista

GAAF - Grupo de Ação Antifascista

GAAFAI - Grupo de Acção Antifascista e Anti-Imperialista

GAB - Grupos de Acção de Base

GAC - Grupo de Acção Cultural "Vozes na Luta"

GAC - Grupos de Acção Comunista

GADAF - Grupos de Acção Directa Antifascista

GAF - Grupos Antifascistas

GAFUPC - Grupo de Apoio à Formação de Uniões Populares Camponesas

GAP - Grupos de Acção Popular

GAR - Grupo Autónomo Revolucionário

GCA - Grupos de Consciência Antifascista

GCB - Grupos Cristãos de Base

GCI - Grupo Comunista Internacionalista

GDA - Grupos de Dinamização da Armada

GDE - Grupos de Dinamização do Exército

GDFA - Grupos de Dinamização da Força Aérea

GDMLM - Grupo de Divulgação do Marxismo-Leninismo-Maoismo

GDUP - Grupo Dinamizador de Unidade Popular

GEACAI - Grupos de Estudantes Anti-Colonialistas e Anti-Imperialistas

GIS - Grupo de Intervenção Socialista

GMAO - Grupo Monárquico de Acção Operária

GMAU - Grupo Monárquico de Acção Universitária

GMES - Grupo Monárquico do Ensino Secundário

GMR - Grupo Marxista Revolucionário

GOUMP - Grupo Operário pela Unidade do Movimento Popular

GPVAF - Grupo Popular de Vigilância Antifascista ( Catarina Eufémia)

GQI - Grupo Quarta Internacional

GRAI - Grupo para a Reflexão, Acção e Intervenção

GRS - Grupo Revolução Socialista

GSAL - Grupo de Solidariedade com a América Latina

GTL - Grupo Trabalhadores em Luta

GVAAF - Grupo de Vigilancia e Acção Antifascista

GVAF - Grupos de Vigilância Antifascista


JAC - Juventude Agrária Católica

JAP - Junta de Acção Patriótica

JAPE - Juntas de Acção Patriótica de Estudantes

JAPPA - Junta de Acção Patriótica dos Portugueses de Argel

JAR - Juventude Autónoma Revolucionária

JARC - Juventude Agrária Rural Católica

JC - Juventude Centrista

JC(ML) - Juventudes Comunistas (Marxistas-Leninistas)

JCAC - Junta Central de Acção Patriótica

JCP - Juventude Comunista Portuguesa

JCR - Juventude Comunista Revolucionária

JD - Juventude Democrática

JEC - Juventude Escolar Católica

JECI - Juventude Escolar Católica Internacional

JEM - Junta de Estudantes Monárquicos

JILN - Junta Independente de Libertação Nacional

JM - Juventude Monárquica

JMI - Junta Militar Independente

JMR - Juventude Monárquica Revolucionária

JOC - Juventude Operária Católica

JONS - Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista

JP - Junta Patriótica

JPC - Junta Patriótica Central

JPEPE - Junta Patriótica de Estudantes Portugueses no Estrangeiro

JR - Junta Revolucionária

JS - Juventude Socialista

JSD - Juventude Social Democrática

JSN - Junta de Salvação Nacional

JSR - Juventude Socialista Revolucionária

JUC - Juventude Universitária Católica


LAG - Liga dos Antigos Graduados (da Mocidade Portuguesa)

LC - Luta Comunista

LCPR - Liga para a Construção do Partido Revolucionário

LCR - Liga Comunista Revolucionária

LDP - Liga dos Democratas Portugueses

LDS - Liga Democrática Socialista

LOC - Liga Operária Católica

LP - Legião Portuguesa

LLPM - Liga Popular Monárquica

LPP - Liga dos Patriotas Presos

LST - Liga Socialista dos Trabalhadores


MA - Movimento Associativo

MAC - Movimento Anti-Colonialista

MAD - Movimento para o Aprofundamento da Democracia

MAI - Movimento Académico Independente

MAN - Movimento de Acção Nacional

MAP - Movimento Anticomunista Português

MAP - Movimento de Acção Portuguesa

MAPA - Movimento Açoriano Para a Autonomia

MAPA - Movimento de Autonomia do Povo Açoriano

MAPOS - Movimento Alargado de Praças, Oficiais e Sargentos

MAPRU - Movimento de Agricultores por uma Melhor Previdência Rural

MARP - Movimento para a Autogestão Revolucionária do Proletariado

MAUD - Movimento Académico de Unidade Democrática

MCI - Movimento Comunista Internacional

MCPV - Movimento Cristão Pró-Voto

MD - Movimento Democrático

MDE - Movimento Democrático Eleitoral

MDED - Movimento Democrático das Empregadas Domésticas

MDT - Movimento Democrático do Trabalho

MEFD - Movimento Emancipador Feminino Democrático

MEP - Movimento Ecologista Português

MFP - Movimento Federalista Português

MICP - Movimento Independente dos Cristãos Portugueses

MIJARC - Movimento Internacional da Juventude Agrária Rural Católica

MIP - Movimento Igualista Português

MJC(ML) - Movimento da Juventude Comunista (Marxista-Leninista)

MJP - Movimento Jovem Portugal

MJT - Movimento da Juventude Trabalhadora

MJT - Movimento de Jovens Trabalhadores

MLM - Movimento de Libertação da Mulher

MLP - Movimento Libertário Português

MMLP - Movimento Marxista-Leninista Português

MNAF - Movimento Nacional Antifascista

MND - Movimento Nacional Democrático

MNF - Movimento Nacional Feminino

MNI - Movimento Nacional Independente

MNJD - Movimento Nacional da Juventude Democrática

MODEF - Movimento de Defesa das Explorações Familiares

MOP - Movimento Operário Português

MP - Mocidade Portuguesa

MPAC - Movimento Popular Anti-Colonial

MPAR - Movimento Para a Autogestão Revolucionária

MPAR - Movimento Popular de Acção Revolucionária

MPM - Movimento Popular Monárquico

MPP - Movimento Popular Português

MRML - Movimento Revolucionário Marxista-Leninista

MRP - Movimento Republicano Popular

MSD - Movimento Social Democrata

MSU - Movimento Socialista Unificado

MUP - Movimento de Unidade Popular

MURPI - Movimento Unitário dos Reformados Pensionistas e Idosos

MUV - Milicianos Unidos Vencerão

MV - Movimento Vanguardista


OCPO - Organização Comunista Política Operária

ORA - Organização Revolucionária da Armada

ORE - Organização Revolucionária do Exército

ORFA - Organização Revolucionária das Forças Armadas

ORPC - Organização para a Reconstrução do Partido Comunista

ORSM - Organização Revolucionária de Soldados e Marinheiros

OSV - Organização Sindical Vermelha

OURSM - Organizações de Unidade Revolucionária dos Soldados e Marinheiros

OURTI - Organização de Unidade Revolucionária dos Trabalhadores da Informação


PC de P (ec) - Partido Comunista de Portugal (em Construção)

PC de P - Partido Comunista de Portugal

PC de P(ML ) - Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista)

PC(ML)P - Partido Comunista (Marxista-Leninista) de Portugal

PDP - Partido da Direita Portuguesa

POS - Partido Operário Socialista

PP-MFP - Partido do Progresso-Movimento Federalista Português

PSDP - Partido Social Democrata Português


UAC - Unidade Anti Colonial

UAP - União Anarquista Portuguesa

UC - Unidade Comunista

UCDC - União do Centro Democrata Cristão

UCML - União Comunista Marxista-Leninista

UEC - União dos Estudantes Comunistas

UEC(ML) - União dos Estudantes Comunistas (Marxistas-Leninistas)

UJC - União da Juventude Comunista

UJCP - União da Juventude Comunista Portuguesa

UJCR - União da Juventude Comunista Revolucionária

UJEC(ML) União da Juventude Estudantil Comunista (Marxista-Leninista)

UMAR - União das Mulheres Antifascistas e Revolucionárias

UMC(ML) - União das Mulheres Comunistas (Marxista-Leninista)

UNAF - Unidade Nacional Antifascista

UON - União Operária Nacional

UOR - União Operária Revolucionária

UP - Unidade Popular

UPM - União do Povo da Madeira pela Democracia Popular

UPM - União Popular da Madeira

URML - Unidade Revolucionária Marxista-Leninista

US - União Socialista

USD - União Social Democrata

USR - União Socialista Revolucionária



Otelo
Major Otelo Saraiva de Carvalho 
Otelo
Mural dedicado a Otelo 
Artistas Unidos
Artistas Unidos 
Marcello Caetano
Marcello Caetano, inicio da sua presidencia do conselho de ministros
Marcello Caetano
Marcello Caetano na "Filgráfica" em 1/3/1969 
Marcello Caetano
Marcello Caetano ouvindo a explicação de Miguel Pereira sobre uma rotativa 
Spínola
General António Spínola 
Ramalho Eanes
Mural de apoio ao general Ramalho Eanes 
Cunhal & Soares
1ºMaio74 Com Cunhal e Soares juntos 
Mário Soares
1º Maio, Mário Soares 
Avante
Avante 
Mes
MES 
Mulher Nua
Mulher Nua 
Mário Soares
Mário Soares a fumar 
PPD
PPD, no inicio com caracteristicas de "esquerda"!
CDS
CDS, no inicio também se juntava aos ideais que moviam as massas 
MDP de José Tengarrinha saído do PCP
MDP/CDE, Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral 
PCP+PS
PCP+PS, ainda c/pontos comuns 
Salgueiro Maia
Capitão Salgueiro Maia, o grande operacional da revolução 
Mário Soares
Mário Soares acabado de chegar do exílio no seu Renault 16, filho João Soares ao volante 




SALGUEIRO MAIA
 “A marcha para o Carmo foi extraordinária pelo apoio popular que congregou, o que contribuiu bastante para que o Carmo perdesse vontade de resistir.
Nunca tinha visto o Povo a manifestar-se assim.
No Carmo houve, desde senhoras a abrir portas e janelas para colocar os homens nas posições dominantes sobre o Quartel, até ao simples espectador que enrouquecia a cantar o Hino Nacional.
O ambiente que lá se viveu... foi de tal maneira belo...
” (Salgueiro Maia, “Crónicas dos feitos por Abril”, em História de Portugal, vol. XIV, dir. João Medina)
 Movimento das Forças Armadas – MFA.
 De Movimento dos Capitães passou a Movimento das Forças Armadas – MFA.
 “A missão a atingir com a realização da operação é provocar o derrube do Governo vigente, com o aprisionamento de todos os seus membros e do Presidente da República (...) tendo em vista pôr imediatamente em execução o programa constante da proclamação a dirigir à nação logo após o golpe, visando a implantação... de uma democracia política como forma de Governo no País.”

 (Do “Plano Geral de Operações”, em Otelo Saraiva de Carvalho, Alvorada em Abril, Pub. Alfa)



 Portugal e o Futuro “Haveremos de continuar em África. Sim (...) Mas pela clara visão dos problemas no quadro de uma solução portuguesa. (...) Temos plena consciência dos riscos que se correm na linha política preconizada, baseada na abertura, na liberalização, na segurança cívica, na africanização, na autonomia dos territórios ultramarinos e no respeito pelo direito dos povos a disporem de si mesmos, única via de solução para os problemas nacionais; mas temos igualmente plena consciência dos riscos bem mais graves que envolve a sua ignorância ou a sua negação.” (António de Spínola, Portugal e o Futuro, 1974)
 Independência da Guiné-Bissau Independência da Guiné-Bissau em 1973, ficando reconhecida pela ONU. “(A Assembleia Geral):
 1. Saúda a recente independência do povo da Guiné-Bissau e a consequente criação do Estado soberano da República da Guiné-Bissau. (...)
2. Insta o Governo de Portugal a que ponha termo à violação da soberania e da integridade territorial da República da Guiné-Bissau e a todos os actos de agressão contra o povo da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde através da retirada imediata das suas forças armadas.”
 (Resolução 3061, aprovada pela Assembleia-Geral da ONU, em 2 de Novembro de 1973)
 ALA LIBERAL
Francisco Sá Carneiro
 “A breve tentativa de «liberalização» política na Assembleia Nacional pós-salazarista terminou hoje, violentamente, no meio de cenas insultuosas e acusações de «traição». «Isto significa que não pode existir qualquer forma de oposição em Portugal. A tentativa falhou», disse um comentador. Outro frisou, tristemente: «Estamos a voltar ao despotismo.» (...) (sobre) a guerra portuguesa em África... não é permitida qualquer discussão acerca do problema. [...] Hoje, a demissão do dr. Miller Guerra... da ala liberal da Assembleia, é olhada como um fosso na evolução política pós-salazarista. Na semana passada, o dr. Francisco Sá Carneiro... deixou a Assembleia, afirmando que era inútil continuar a ser membro da Assembleia, visto que não era permitida qualquer forma de liberdade de expressão.(...) (Bruce Ludon, «Uma tentativa de liberalização falha em Portugal por entre gritos de traição», artigo publicado no Financial Times, em 8 de Fevereiro de 1973)


A OPÇÃO CONSTITUCIONAL DE 1976

A 2 de Junho de 1975 abriu, em sessão solene, a Assembleia Constituinte.

 Era a primeira que se reunia desde a elaboração da Constituição de 1911 e, tal como acontecera, os seus trabalhos decorreram num ambiente pós-revolucionário.
Apesar de eleitos democraticamente, os deputados não possuíam total liberdade de decisão. Como condição para que se realizassem as eleições, o MFA impusera, aos partidos concorrentes, a assinatura de um compromisso que preservava as conquistas revolucionárias.
 Este documento, conhecido como Primeiro Pacto MFA-Partidos, foi substituído por um segundo pacto, mais moderado mas igualmente condicionador da capacidade legislativa da Constituinte.
Fruto destes compromissos, das convicções dos deputados eleitos e também do ambiente de pressão política que então se viveu, a Constituição reitera a via de «transição para o socialismo» já encetada e considera «irreversíveis» as nacionalizações e as expropriações de terras efectuadas.
Mantém, igualmente, como órgão de soberania, o Conselho da Revolução considerado o garante do processo revolucionário.
 Para além disso, a Constituição define Portugal como «um Estado de direito democrático», reconhece o «pluralismo» partidário e confere a todos os cidadãos «a mesma dignidade social».
 Esta opção liberalizante vê-se reforçada pela adoção dos princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem, pela eleição direta, mediante sufrágio universal, da Assembleia legislativa e do presidente da República, pela independência dos tribunais, entre outras disposições. O respeito pela vontade popular exprimiu-se ainda na concessão de autonomia política às regiões insulares dos Açores e da Madeira e na instituição de um modelo de poder local descentralizado e eleito por via direta. A nova constituição entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, exatamente dois anos após a «Revolução dos Cravos».
O seu texto resultou do compromisso das diferentes concepções ideológicas defendidas pelos partidos da Assembleia e congregou ainda medidas de excepção revolucionária.
 No entanto, e apesar de todas as críticas e alterações de que foi alvo, a Constituição de 1976 foi, sem dúvida, o documento fundador da democracia portuguesa consolidando-a com os passos seguintes:
- 25 de Abril de 76 – primeiras eleições legislativas (vitória do PS);
 - em Junho Ramalho Eanes é eleito Presidente da república;
- em Julho, toma posse o 1º Governo Constitucional (Mário Soares);
 - em Dezembro realizam-se as primeiras eleições autárquicas (maioria PS).
Em suma, os partidos haviam assumido, em definitivo, a condução do processo político.
 A CONSTITUIÇÃO 1976
 A Constituição da República Portuguesa de 1976 Foi promulgada, pelo Presidente da República, Francisco da Costa Gomes, a Constituição da República Portuguesa.
 Esta Constituição foi elaborada na sequência da Revolução do 25 de Abril de 1974.
 Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte, ou seja, a assembleia (o conjunto de deputados) que devia preparar o texto constitucional - o conjunto das principais leis da Nação.
 Quase um ano depois, 2 de Abril de 1976, a Constituição foi aprovada.
 Iria entrar em vigor no dia 25 de Abril de 1976.
 E o Preambulo (a introdução) começava assim: «A 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista. Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais.
No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do País. (...)»
O embrião do 25 de Abril:
A 28 de Agosto de 1973 dá-se a eleição da primeira comissão do "Movimento dos Capitães", constituída pelos Capitães Almeida Coimbra, Matos Gomes, Duran Clemente e António Caetano. 
 Tiveram várias reuniões clandestinas, dentro e fora de Portugal metropolitano, destacando-se a de Bissau em 21 de Agosto de 1973 e a de 9 de Setembro de 1973, em Monte Sobral, dia em que oficialmente nasce o MFA (Movimento das Forças Armadas), com a presença de 95 Capitães, 39 Tenentes e 2 Alferes.
 Os «Capitães de Abril», tinham várias tendências políticas (mas mais inclinadas para a esquerda) e, segundo o «Programa do MFA», alegavam que pretendiam «acabar com as Guerras Coloniais que se arrastavam há 13 anos, abolir a censura e a PIDE/DGS, instaurar uma melhor justiça social, acabar com monopolismos, e providenciar eleições livres e uma Constituição nova»
 A 24 de Setembro de 1973 a Guiné Bissau proclama unilateralmente a independência, que será confirmada por Portugal a 10/9/1974 após o Acordo de Argel de 29/8/1974. 5 de Março de 1974: Reunião de cerca de 200 oficiais dos três ramos das Forças Armadas, em Cascais, no atelier do arquitecto B. Reis.
 O MFA distribui discretamente o documento
 Os Militares, as Foças Armadas e a Nação, criticando o governo e implicitamente incitando o país à revolta. 14 de Março de 1974: Marcelo Caetano recebe Oficiais-Generais dos três ramos das Forças Armadas, na célebre reunião alcunhada de «Brigada do Reumático», para se assegurar do apoio dos militares contra uma suspeitada conspiração. 
 Spínola e Costa Gomes recusam-se a comparecer, e são demitidos dos altos cargos militares que ocupavam.
 16 de Março de 1974:
 Tentativa de golpe militar. 
Às 04h00 da madrugada, uma coluna do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha marcha sobre Lisboa.
 É intersectada e o golpe falha, sendo presos cerca de 200 militares. 24 de Março de 1974: o MFA decide que é necessário uma revolução militar mais alargada para derrubar o governo de Caetano e começou a infiltrar a ritmo acelerado, instituições governamentais dentro e fora do meio militar e da própria DGS/PIDE, aliciando homens de confiança em posições-chave.
Os objetivos do 25 de Abril Senhor Presidente (da Assembleia Geral das Nações Unidas)
 Sou o primeiro Chefe de Estado de Portugal que tem o privilegio de se dirigir à opinião pública mundial beneficiando da vantagem de o fazer aqui e perante Vossas Excelências.
 Sou o Chefe de Estado dum País que, depois de humilhado por meio século de ditadura, soube iniciar na longa noite de 25 de Abril uma revolução sem sangue que outros classificaram da mais pura do século.
 Estamos perfeitamente determinados a salvaguardar a pureza dos principais objetivos revolucionários:
 - Devolver ao Povo português a dignidade perdida, implantando condições mais justas com instituições democráticas pluralistas legitimadas na vontade do povo livremente expressa,
 - Iniciar o processo irreversível e definitivo de descolonização dos territórios sob administração portuguesa. Não mais admitiremos trocar a liberdade de consciência coletiva por sonhos grandiosos de imperialismo estéril.
 Discurso do Presidente da República, general Costa Gomes, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 17 de Outubro de 1974
Os objetivos do 25 de Abril Senhor Presidente (da Assembleia Geral das Nações Unidas)
Sou o primeiro Chefe de Estado de Portugal que tem o privilegio de se dirigir à opinião pública mundial beneficiando da vantagem de o fazer aqui e perante Vossas Excelências.
Sou o Chefe de Estado dum País que, depois de humilhado por meio século de ditadura, soube iniciar na longa noite de 25 de Abril uma revolução sem sangue que outros classificaram da mais pura do século.
Estamos perfeitamente determinados a salvaguardar a pureza dos principais objetivos revolucionários:
- Devolver ao Povo português a dignidade perdida, implantando condições mais justas com instituições democráticas pluralistas legitimadas na vontade do povo livremente expressa,
 - Iniciar o processo irreversível e definitivo de descolonização dos territórios sob administração portuguesa.
Não mais admitiremos trocar a liberdade de consciência coletiva por sonhos grandiosos de imperialismo estéril.
Discurso do Presidente da República, general Costa Gomes, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 17 de Outubro de 1974

A conferência de Imprensa de Spínola em 26 de Abril Regresso dos Exilados 1 Regresso de alguns cantores exilados, cantam Grândola Vila morena. Reconhecem-se, entre outros: Ary dos santos, José Jorge Letria, José Mário Branco, Luís Cília, Adriano Correia Regresso dos Exilados 2 regresso de alguns cantores exilados, cantam Grândola Vila morena. Reconhecem-se, entre outros: Ary dos santos, José Jorge Letria, José Mário Branco, Luís Cília, Adriano Correia Regresso dos Exilados 3 José Afonso fala sobre Grândola Vila Morena. Regresso dos Exilados 4 Após o dia 25 de Abril os exiliados políticos começam a regressar: Mário Soares, Álvaro Cunhal, Rui Luís Gomes, Piteira Santos, José Mário Branco, Luís Cília e tantos outros. Regresso de Álvaro Cunhal, Abril de 1974 1º de Maio Imagens do 1.º Maio de 1974 em Lisboa 1º de Maio 2 1º de Maio - Artistas / Escritores Imagens do 1.º Maio de 1974 em Lisboa reconhecendo-se conhecidos artistas e escritores 1º de Maio - Cartazes Imagens do 1.º Maio de 1974 em Lisboa. Interessante ver as palavras de ordem: "Fim à Guerra Colonial", "Regresso dos exilados", "Direito à Greve"... Filme 3 - O 1º de Maio 1.º Maio de 1974 em Lisboa Artistas e intelectuais Artistas e intelectuais comemoram o 1.º de Maio de 1974 Entrevista com Vasco Lourenço, Vítor Alves e Otelo Saraiva de Carvalho No 1.º aniversário do 25 de Abril, Vasco Lourenço, Vítor Alves e Otelo Saraiva de Carvalho dão uma entrevista à RTP, onde narram as motivações dos militares e a preparação, organização e a execução do 25 de Abril de 1974. Presidente Francisco Costa Gomes na ONU A 17 de Outubro de 1974, Costa Gomes discursa perante a Assembleia Geral da ONU Do 28 de Setembro ao 11 de Março Um Ano de Revolução, programa da RTP, que narra os principais acontecimentos do 25 de Abril de 1974 a 25 de Abril de 1975. Do 27 de Julho ao 28 de Setembro Um Ano de Revolução, programa da RTP, que narra os principais acontecimentos do 25 de Abril de 1974 a 25 de Abril de 1975. Tomada de posse de Spínola ao 27 de Julho Um Ano de Revolução, programa da RTP, que narra os principais acontecimentos do 25 de Abril de 1974 a 25 de Abril de 1975.
  • Livro de actas da Câmara Municipal de Alfândega da Fé
Livro de actas da Câmara Municipal de Alfândega da Fé nº 14
  • Termo de Abertura: Actas de reuniões da  Câmara Municipal de Alfândega da Fé- 28 de Junho de 1973.
  • Termo de encerramento -- 28 de Junho de 1973.
Mário Carlos da Costa Almeida



  •  Actas de reuniões da  Câmara Municipal de Alfândega da Fé 
Reuniões Quinzenais
  • 29 de Abril 1974
Vice Presidente: Fernando Edgar da Fonseca Trigo
  • 15 Maio 1974
Terreno para a construção da Escola Preparatória- Ofício nº 1254 de 25 de Abril

  • 29 Maio
Presidente: Mário Carlos Costa Almeida
  • 1 Julho 1974
Presidente da Comissão Administrativa: Carlos Augusto Araújo 
Vogais: Alvaro dos Santos Legoinha
e António Alfredo Figueiredo 
  • 29 de Julho 1974
Lotes de Terrenos à construção de habitações: Circular nº A-30/ 74 de Julho- Despacho conjunto do Ministério da Administração Interna e do Equipamento Social e Ambiente.
Sítio do Vale Telheiro (Direção de Urbanização do Distrito de Bragança)
 Fundo de Fomento de Habitação (Governo Civil)
Construção de 100 fogos
  •  29 Novembro 1974
Construção dos CTT
  • 16 Dezembro 1974
Orçamento ordinário para 1975
14 milhões 112 mil 441 escudos
(14. 112. 441$00)
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    • Estamos na madrugada da "Liberdade"


  • No dia 25 de Abril 1974 houve o Rebate dos Sinos para a população?




  • Os moçambicanos chegam mais cedo em 1974.

Hall da Entrada com as secretarias
Sala do Presidente de Câmara
Varanda - Destruição das fotos do Antigo Regime
25 ou 27 de Abril- 1ª Manifesção












Carlos Augusto Araújo (1974-1975)
 Nasceu em Alfândega da Fé a 13 de Setembro de 1919.
Após um período de permanência no Arquipélago do Açores onde prestou serviço militar, durante a 2ª Grande Guerra, regressou à terra natal. Na altura, por volta de 1945, começou a explorar um comércio que ainda hoje é conhecido pelo seu nome. Associado a este ramo desenvolvia também a actividade de negociante de produtos agrícolas regionais. Mas, se na vida profissional se destacou enquanto comerciante e industrial, o seu percurso cívico fica marcado pela oposição ao antigo regime. Carlos Augusto Araújo desde cedo se afirmou como um opositor à ditadura fascista.
Foi fundador do MDP (Movimento Democrático Português), mandatário das candidaturas presidenciais da oposição no concelho e um dos rostos mais visíveis da luta pela democracia em Alfândega da Fé, antes do 25 de Abril de 1974. Na década de 70, foi também Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Após o 25 de Abril de 1974, assume a Presidência da Comissão Administrativa da Câmara Municipal.
Foi, assim, o primeiro Presidente de Câmara de Alfândega da Fé do Portugal democrático.

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