O DIA

 
1974
24 de Abril
Otelo Saraiva de Carvalho comunica a Vasco Lourenço e Melo Antunes, via telegrama, a notícia do início das operações.

Cerca das 22 horas Otelo Saraiva de Carvalho chega ao Quartel da Pontinha.

Às 22.55 os Emissores Associados emitem a canção de Paulo de Carvalho E Depois do Adeus, a senha para a preparação da saída dos militares dos quartéis.

Costa Martins desloca-se para a Base Aérea nº 1, na Portela de Sacavém, com a missão de controlar o Aeroporto e o tráfego aéreo.

23.00 – O Capitão Santos Silva assume o comando da  Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas, após a detenção do Comandante, do 2º Comandante e dos sargentos que não aderiram ao golpe.
25 de Abril
0.20 – É transmitida pela Rádio Renascença a canção de José Afonso, Grândola, Vila Morena, a senha que desencadeia a “Operação Fim de Regime”, levada a cabo pelo MFA.

São presos os oficiais de dia e de prevenção na Escola Prárica de Administração Militar em Lisboa.
O Capitão Carlos Gaspar, do MFA, assume o posto de oficial de dia.

01.30 – Chamados à formatura na parada, grande parte dos militares da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, aderem ao golpe, dispondo-se a marchar sobre Lisboa.

0.30 às 3.00 – As unidades militares participantes na operação deslocam-se para os objectivos a controlar.
Da Escola Prática de Artilharia, sai uma força, comandada por Santos Silva, incumbida de ocupar o Aeroporto de Lisboa, para onde se deslocam também elementos da Escola Prática de Infantaria, de Mafra, sob o comando do Capitão Rui Rodrigues.
Salgueiro Maia comanda um grupo de militares da Escola Prática de Cavalaria, com destino ao Terreiro do Paço, por forma a controlar os vários ministérios que aí se encontram sedeados.

Militares estacionados em Santa Margarida dirigem-se para o Porto Alto, onde se encontram as antenas da Emissora Nacional (EN).
Por seu turno, do Campo de Tiro da Serra da Carregueira, saem forças, sob o comando de Oliveira Pimentel e Frederico Morais, em direcção da Rua do Quelhas, com a missão de ocupar as instalações daquela estação emissora.

Oficiais revoltosos, entre os quais se cintam Carlos Azeredo, Eurico Corvacho e Boaventura Ferreira assumem o controlo do Quartel General da Região Militar do Porto, no qual instalam o Posto de Comando do MFA na região norte do país.

03.45 – O Comandante-Geral da GNR, General Adriano Augusto Pires, contacta o Batalhão nº 4, ordenando que contactem com a PSP e o Batalhão de Cavalaria nº 6, do Porto, para cojuntamente tomarem o Quartel General da Região Militar Norte.

Simultaneamente, o General Edmundo da Luz Cunha dá ordem de prevenção rigorosa às unidades da Região Militar de Lisboa (RML), visando neutralizar as operações do MFA.

03.59 – Militares da EPAM, comandados pelo Capitão Teófilo Bento, entram nas instalações da RTP, na Alameda das Linhas de Torres.

04.00 – Tem início a ocupação do Aeroporto de Lisboa.

É enviada uma força do Batalhão de Caçadores 5 para a residência do General Spínola.

O General Edmundo da Luz Cunha contacta o CEMGFA, os Ministros do Exército, da Marinha, e da Defesa, bem como o Chefe de Estado Maior da Força Aérea, dando conta da eclosão do golpe.

04.20 – Através dos microfones do Rádio Clube Português (RCP), ocupado e transformado em posto de comando do MFA, o jornalista Joaquim Furtado lê o primeiro comunicado do Movimento, apelando à calma e mobilizando o pessoal médico para qualquer eventualidade.

04.45 – Através do RCP, é lido um segundo comunicado destinado aos militares em posição de comando, exortando-os, sob ameaça de punição, a não desencadearem operações contra o Movimento.

05.00 – O director da PIDE/DGS, Major Silva Pais, estabelece contacto telefónico com  Marcello Caetano, dando-lhe conta das movimentações em curso, indicando o Quartel do Carmo, sede da GNR, como lugar de refúgio.

A Companhia de Caçadores 4241 ocupa as antenas do RCP e assume o controlo da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira.

05.50 – A coluna da EPC, comandada por Salgueiro Maia, chega à Baixa de Lisboa, ocupando o Banco de Portugal e a Rádio Marconi.

06.00 – Os militares comandados por Salgueiro Maia ocupam o Terreiro do Paço.

Marcello Caetano chega ao Quartel do Carmo.

07.00 – Forças da EPA ocupam posições junto ao monumento do Cristo-Rei, em Almada.

Uma força munida de auto-metralhadoras, comandada pelo Tenente-Coronel Ferrand de Almeida defronta-se com a coluna de Salgueiro Maia, que recusa a capitulação. Ferrand de Almeida rende-se

07.30 – É transmitido via RCP um terceiro comunicado do MFA, explicitando os objectivos do Movimento, reiterando o apelo à população para permancecer em casa. Entretanto, a Legião Portuguesa intercepta as emissões de rádio

Uma força da GNR, estacionada no Campo da Cebolas, desloca-se para o Terreiro do Paço. Salgueiro Maia exorta à sua retirada, ordem que é aceite pelo comandante da coluna.

07.52 – É suspensa a emissão da EN.

08.30 – Os Ministros da Marinha e do Exército, que se haviam deslocado para os respectivos Ministérios, sitos no Terreiro do Paço, refugiam-se no Regimento de Lanceiros 2, onde começam a preparar a resistência ao golpe.

É emitido um novo comunicado do MFA, desta feita através da EN.

10.00 – Militares do Regimento de Cavalaria 7, comandados pelo Brigadeiro Junqueira dos Reis, adjuvados por um contigente de Lanceiros 2, deslocam-se para a Ribeira das Naus. Salgueiro Maia apela ao diálogo, recusado por Junqueira os Reis, que ordena ao Aspirante Sottomayor que abra fogo, ordem que este recusa, no que é acompanhado pelos atiradores dos carros de combate. Fracassada a confrontação, Junqueira dos Reis retira
para a Rua do Arsenal, com alguns dos seus homens.

10.30 – As forças do Regimento de Cavalaria 7 que ainda permaneciam na Ribeira das Naus rendem-se ao Major Jaime Neves.

11.00 – Salgueiro Maia inicia a marcha para o Quartel do Carmo, sendo vitoriado pela população que, desobedecendo às recomendações do MFA para permanecer em casa, sai à rua em apoio aos militares revoltosos.

O Agrupamento Norte, sob o comando do Capitão Gertrudes da Silva chega ao Forte de Peniche. A PIDE/DGS não mostra intenção de se render.

Final da manhã – Um grupo de Fuzileiros desloca-se para a Rua António Maria Cardoso com destino à sede da PIDE/DGS. Após conversações com o Comandante Alpoim Calvão, que se encontrava nas instalações da polícia política, regressam ao quartel.
Entretanto, populares cercam o edifício.

13.00 – Militares da GNR, fiéis ao regime, ocupam posições na Rua Nova da Trindade, cercando as forças de Salgueiro Maia que, entretanto haviam tomado o Largo do Carmo. O Brigadeiro Junqueira dos Reis, comandando os militares que lhe permaneceram fiéis, ocupa o Largo de Camões.

13.15 – Forças do Regimento de Cavalaria 3 controlam a Ponte Salazar. Uma coluna deste Regimento segue então para Lisboa, para prestar auxílio ao contigente da EPC, que ocupava o Largo do Carmo.

13.30 – Um grupo de militares comandados por Jaime Neves ocupa as instalações da Legião Portuguesa (LP), na Penha de França.

14.00 – Em face do avanço das forças do Regimento de Cavalaria 3, o contigente que fiel ao regime que cercava o Largo do Carmo bate em retirada.

14.30 – Em comunicado transmitido pela rádio, o MFA garante que os lugares-chave que o Movimento previa ocupar estavam já sob o seu controlo e o principais dirigentes do regime presos ou sitiados.

15.00 – Perante o impasse vivido no Quartel do Carmo, onde as forças fiéis ao regime não davam sinais de rendição, Salgueiro Maia ordena a sua capitulação em quinze minutos.

15.15 – Em face da recusa da rendição dos militares sitiados no Carmo no prazo exigido, tem início o bombardeamento do Quartel, com recurso a armamento ligeiro, interrompido pouco depois

Simultaneamente, tem início a libertação dos militares envolvidos no golpe frustrado de 16 de Março, que se encontravam detidos no Presídio Militar da Trafaria.

16.30 – Sitiado no Quartel do Carmo, Marcello Caetano solicita ao General Spínola que ali compareça para lhe entregar o poder. Pedro Feytor Pinto, Director dos Serviços da Informação e Turismo e Nuno Távora, assessor do secretário de Estado da Informação, Pedro Pinto, serão os mediadores entre o Presidente do Conselho e o General.

18.00 – Spínola entra no Quartel do Carmo, sob o aplauso dos populares que enchem o largo. Marcello Caetano transmite o poder ao General, pedindo-lhe que evite que este caia na rua.

Forças da EPA entram no Regimento de Lanceiros 2. O Comandante Coronel Pinto Bessa recusa aderir ao Movimento, não sendo acompanhado pelos graduados milicianos e praças sob seu comando, que se colocam à ordens do MFA.

18.15 – Oficiais do Regimento de Cavalaria 7 aderem ao MFA.

18.40 – A emissão da RTP é interrompida. O locutor Fialho Gouveia lê um comunicado do MFA.

19.30 – Marcello Caetano, César Moreira Baptista, Ministro do Interior, Rui Patrício, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Coutinho Lanhoso, adjunto militar do Presidente do Conselho, abandonam o Quartel do Carmo numa viatura Chaimite, sob os apupos da multidão.

20.00 – Rendidos o Presidente do Conselho e os principais membros do Governo, é lida, aos microfones do RCP, a Proclamação do MFA.

20.30 – O General Spínola chega ao Quartel da Pontinha, onde estava sedeado o Posto de Comando do MFA.

21.00 – Da sede da PIDE/DGS, que permanece cercada por populares, são disparados tiros que causam quatro mortes e várias dezenas de feridos.

23.30 – Ocorrem incidentes entre populares e a PSP na Avenida dos Aliados e na Praça da Liberdade, de que resultam feridos.

Ainda no decurso do dia 25 de Abril são promulgados diversos diplomas, entre os quais avultam a Lei nº 1/74, que destitui dos respectivos cargos o Almirante Américo Thomaz e Marcello Caetano, dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e estatui que os respectivos poderes sejam exercidos pela Junta de Salvação Nacional (JSN);
 o Decreto Lei nº 169/74, que exonera os Governadores-Gerais dos Estados de Angola e Moçambique, cujas competências são transferidas para para os correspondentes Secretários-Gerais;
 o Decreto Lei nº 171/74, que determina a extinção da DGS na Metrópole e a sua continuação no Ultramar, sob a designação de Serviço de Informações Militares (SIM), bem como a extinção da LP e da Mocidade Portuguesa;
o decreto Lei nº 172/74, que extingue a Acção Nacional Popular; o Decreto Lei nº 173/74, que amnistia os crimes políticos; o Decreto Lei nº 179/74, que exonera os Governadores Civis, cujas competências são transferidas para os respectivos secretários.
26 de Abril
01.30 – Frente às câmaras da RTP, a JSN apresenta-se ao país. É composta pelas seguintes personalidades: General António de Spínola, que assume a presidência da Junta, General Francisco da Costa Gomes, General Manuel Diogo Neto, Brigadeiro Jaime Silvério Marques, Coronel Carlos Galvão de Melo, Capitão de Mar e Guerra José Baptista Pinheiro de Azevedo, Capitão de Fragata António Rosa Coutinho.
É constituída uma Junta de Salvação Nacional (JSN), presidida pelo general Spínola, que assume as atribuições dos órgãos fundamentais do Estado, entretanto destituídos.
Um conjunto de diplomas legais exonera os principais dirigentes do regime, dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e extingue a Direcção-Geral de Segurança (excepto nas colónias), a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa e a Acção Nacional Popular (ANP).

07.30 – Vítor Alves apresenta à comunicação social o Programa do MFA, que fora, durante a madrugada, objecto de negociações com o  General Spínola, com vista à sua revisão.

07.40 – Américo Thomaz, Marcello Caetano, Joaquim Silva Cunha, ex-Ministro da Defesa e César Moreira Baptista, ex-Ministro do Interior, são transportados para o Funchal, onde permanecerão em residência vigiada.

09.00 – A PIDE/DGS decide, por fim, render-se, sendo o edifício ocupado por forças do Exército e da Marinha, comandadas respectivamente por Campos Andrada e Luís Costa Correia.

É decretada uma amnistia para os crimes políticos e infracções disciplinares da mesma natureza.
Libertação dos presos políticos de Caxias e Peniche.

23.30 – São libertados os presos políticos detidos em Caxias, ocupado por forças de Fuzileiros e Pára-Quedistas, comandados, respectivamente, pelo capitão-tenente Abrantes Serra e pelo capitão Mário Pinto.

A JSN faz a sua primeira conferência de imprensa, no Quartel da Pontinha.

A Intersindical delibera a ocupação dos sindicatos nacionais, que se multiplicam no decurso das semanas seguintes.
27 de Abril
02.30 – São libertados os presos políticos detidos no Forte de Peniche.

É publicado o Decreto-Lei nº 174/74, que nomeia Delegados da JSN junto dos Ministérios, até à nomeação de um Governo Provisório.

É publicado o Decreto-Lei nº 175/74, que decreta do dia 1 de Maio como feriado nacional, comemorativo do Dia do Trabalhador.

Em cumprimento do Programa do MFA, a JSN inicia contactos com representantes de movimentos e correntes políticos. São recebidos o Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE), a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) e a Convergência Monárquica.

A Intersindical apresenta um caderno reivindicativo contendo exigências de carácter laboral e político.

Regresso de Mário Soares e vários outros exilados
28 de Abril
Decorre o Encontro Nacional do MDP/CDE, com a participação de representantes do PCP e do PS, no qual é aprovado um memorando a apresentar à JSN

Mário Soares regressa do exílio em Paris. É acompanhado na viagem de comboio por diversos dirigentes socialistas entre os quais se contam Tito de Morais, Ramos da Costa e Fernando Oneto

Chegada de Mário Soares a Lisboa, sendo saudado por uma multidão em Santa Apolónia, proferindo um discurso da varanda da estação, e dando uma conferência de imprensa improvisada na sala de espera

Mário Soares torna-se, assim, o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros da Revolução de Abril, antes mesmo de ser investido oficialmente no cargo, dezanove dias depois, quando da posse do l Governo Provisório.
29 de Abril
Vasco Lourenço, que fora transferido para os Açores em Março, regressa a Lisboa

O General Spínola reúne-se na Cova da Moura com os administradores dos principais bancos portugueses.

É publicado o Decreto-Lei nº 176/74, que exonera dos reitores das Universidades e as direcções das Escolas Superiores e Institutos Universitários.

Nomeação de Costa Gomes para o cargo de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas
30 de Abril
É publicado o decreto-Lei nº 190/74 que determina o saneamento dos quadros das Forças Armadas.

A JSN autoriza o regresso dos exilados políticos.

Regressa a Lisboa, proveniente de Praga, onde estava exilado, o secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, acompanhado de Domingos Abrantes e Conceição Matos.
Chega a Lisboa (Aeroporto da Portela), vindo do exílio, Álvaro Cunhal, líder do PCP. Espera-o uma grande manifestação que o saúda.
Mário Soares está presente.

São ocupadas, por elementos afectos à Intersindical, as instalações do Ministério das Corporações e Segurança Social, na Praça de Londres, que passa a ser designado como Ministério do Trabalho.

Libertação dos presos políticos das colónias do campo de concentração do Tarrafal, Cabo Verde, e da cadeia de Machava, em Moçambique.
1 de Maio
Realizam-se por todo o país manifestações evocativas do Dia do Trabalhador. Em Lisboa, no antigo Estádio da FNAT, entretanto rebaptizado Estádio 1º de Maio, decorre uma grande manifestação que conta com a presença, entre outros, de Mário Soares, Álvaro Cunhal, Francisco Pereira de Moura, José Manuel Tengarrinha e Arlindo Vicente. Simultaneamente, decorre no Terreiro do Paço, uma manifestação organizada pelo MRPP, sob o signo “1º de Maio Vermelho”.

São libertados os nacionalistas africanos detidos no Campo de Trabalho de Chão Bom, antigo campo de concentração do Tarrafal.

Regressam do exílio os cantores José Afonso, José Mário Branco e Luis Cília.
2 de Maio
Trabalhadores da Siderurgia Nacional apelam ao saneamento da administração. Nas semanas seguintes, semelhantes reivindicações serão feitas em numerosas empresas.

São demitidas as direcções de diversos órgãos de imprensa

Tem início o conflito laboral na Rádio Renascença, que se agudizaria nos meses seguintes, despoletado pela proibição pela administração da estação emissora da emissão de reportagens sobre o regresso do exílio de Mário Soares, Álvaro Cunhal, Luis Cília e José Mário Branco.

São ocupadas casas pertencentes à Fundação Salazar. As ocupações de casas devolutas intensificar-se-iam nos meses seguintes.
3 de Maio
São libertados mais de 4 mil presos políticos do campo de concentração de São Nicolau, em Angola.
4 de Maio
A Conferência Episcopal Portuguesa pronuncia-se em Nota Pastoral sobre os acontecimentos recentes, assumindo a defesa do pluralismo político e exortando os sacerdotes a não militarem em partidos políticos.

Militantes do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) impedem o embarque de tropas para a Guerra Colonial.
Palavra de ordem: "Nem mais um soldado para as colónias!".

Spínola convoca representantes de movimentos políticos para uma reunião no Palácio de Belém, com vista à preparação do Governo Provisório.
Além de membros do MFA, estão presentes dirigentes do PCP, MDP/CDE, PS, Convergência Monárquica, bem como os fundadores dos futuros PPD (Partido Popular Democrático) e Centro Democrático Social (CDS).
5 de Maio
São libertados presos políticos do presídio da Ilha das Galinhas, na Guiné-Bissau.

A Associação Industrial Portuguesa expressa, em comunicado, o seu apoio à JSN e o desejo de aproximação de Portugal à CEE.

É fundado o Partido Cristão Social Democrata (PCSD), por António da Cunha Coutinho e Frei Bento Domingues, que se fundirá com o Partido Democrático Popular Cristão (PDPC), dirigido por Nuno Calvet de Magalhães
6 de Maio
Decorre a primeira reunião plenária do MFA, na qual é discutido o afastamento dos oficiais-generais mais próximos do regime deposto.

É publicado o Decreto-Lei nº 191/74, que estabelece medidas transitórias que garantam o abastecimento de bens essenciais e evitem a fuga de capitais.

É fundado por antigos membros da ANP, da cooperativa Cidadela, da Associação Programa e outras organizações de direita, o Movimento Federalista Português, que assumirá, após o reconhecimento pelo Governo Provisório, do direito à independência dos territórios coloniais, a designação de Partido do Progresso (PP)

Fundação do Partido Popular Democrático (PPD) por Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota
7 de Maio
É criado, por despacho do CEMGFA, o Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP.

Constitui-se formalmente o Partido Popular Democrático (PPD).
8 de Maio
Carlos Fabião é nomeado delegado da JSN na Guiné.

São ocupadas as instalações da Federação das Caixas de Previdência e nomeada uma comissão ad hoc para gerir a instituição.
9 de Maio
A ONU apela à JSN que estabeleça negociações com os movimentos de libertação africanos.

O delegado da JSN junto do Ministério do Trabalho reúne com representantes sindicais e anuncia a homologação de todos os contratos colectivos de trabalho ainda em fase de negociação.

O General Spínola recebe empresários e banqueiros.
10 de Maio
Costa Gomes inicia uma visita a Angola e Moçambique, acompanhado pelo General Diogo Neto.

É fundado o Movimento de Esquerda Socialista (MES) que conta, entre os fundadores, com Jorge Sampaio, César de Oliveira, João Cravinho, José Manuel Galvão Teles e Victor Wengorovius

É criado o Partido da Democracia Cristã (PDC) por iniciativa de, entre outros, Nuno Calvet de Magalhães, João da Costa Figueira e Henrique de Sousa e Melo.

A JSN condena a ocupação de imóveis devolutos.

Termina a primeira Reunião Plenária da Intersindical que aprova dois documentos orientadores da acção sindical, “Reestruturação e Organização Sindical” e “Para uma Estratégia do Movimento Sindical no Momento Actual”.
11 de Maio
É fundada a União Democrática Timorense (UDT).

Trabalhadores da Lisnave apresentam um caderno reivindicativo à administração da empresa.

Com a presença de 56 sindicatos, reúne-se a Intersindical Nacional, que aprova dois documentos: "Para uma estratégia do movimento sindical no panorama actual" e "Reestruturação e organização sindical".
12 de Maio
Entram em greve os trabalhadores do sector têxtil da Covilhã, os pescadores da Nazaré e os mineiros da Panasqueira.
13 de Maio
Libertação dos presos políticos do Campo de S. Nicolau, em Angola.
14 de Maio
É publicada a Lei nº 2/74, que extingue a Assembleia Nacional e a Câmara Corporativa.

É publicada a Lei nº 3/74, que define a estrutura constitucional transitória até à promulgação de uma nova Constituição.

É extinta a Companhia Móvel da PSP conhecida por Polícia de Choque.
15 de Maio
É publicado o Decreto-Lei nº 203/74, que define o Programa de Governo e respectiva orgânica.

O General Spínola é empossado no cargo de Presidente da República, em cerimónia que decorre no Palácio de Queluz.

Tem início uma greve na Lisnave.

Nos meses seguintes, intensificar-se-á uma vaga grevista, que afecta transversalmente os diversos sectores de actividade

Aumentam também substancialmente as manifestações  e plenários de trabalhadores e o saneamento das administrações.

Nomeação do I Governo Provisório, tendo como Primeiro-ministro Adelino da Palma Carlos e como Ministros sem pasta, Álvaro Cunhal, Pereira de Moura e Sá Carneiro

Decreto-Lei nº204/74, nomeando primeiro-ministro provisório Adelino de Palma Carlos. António de Spínola é nomeado presidente da república
16 de Maio
Toma posse o I Governo Provisório, chefiado por Adelino da Palma Carlos.
Ocupam as funções de Ministros sem pasta: Álvaro Cunhal, Francisco Sá Carneiro e Francisco Pereira de Moura.
17 de Maio
Mário Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros, encontra-se em Dakar com o secretário-geral do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Aristides Pereira, para conversações com vista ao estabelecimento do cessar-fogo na Guiné.

O Avante! Órgão oficial do PCP, publica o seu primeiro número na legalidade.
18 de Maio
O PS vem a público defender a realização de eleições municipais em Outubro.
O PPD manifesta publicamente o apoio a esta sugestão.
19 de Maio
No seguimento de um vasto movimento popular de ocupação de casas, a JSN decide legalizar as ocupações verificadas e proíbe novas ocupações.
20 de Maio
Américo Thomaz e Marcello Caetano partem para o exílio no Brasil.

É fundada a Associação Social Democrata Timorense (ASDT) que, em 11 de Setembro adopta a designação de Frente de Libertação de Timor (FRETILIM).
21 de Maio
As instalações da Companhia das Águas de Lisboa são ocupadas pelos trabalhadores.
22 de Maio
Portugal reconhece como interlocutores, de entre os movimentos independentistas o PAIGC (Guiné), o MPLA, a UNITA e a FNLA (Angola) e a FRELIMO (Moçambique)
23 de Maio
A Intersindical critica a vaga grevista.

É fundado o Partido Popular Monárquico (PPM), criado por iniciativa sa Convergência Monárquica, federação de diversos movimentos monárquicos independentes.
24 de Maio
O general Costa Gomes, na qualidade de CEMGFA, decreta que todos os oficiais, sargentos e praças sejam integrados no MFA.

Realiza-se, no Coliseu dos Recreios, o primeiro grande comício de organizações de extrema-esquerda: estão presentes o PRP, a Liga Comunista Internacional (LCI), a União Revolucionária Marxista-Leninista (URML) e os Comités de Base Socialista (CBS).
25 de Maio
Prosseguem, em Londres, as negociações entre o Governo português e o PAIGC, lideradas, respectivamente, por Mário Soares e Pedro Pires.

Comício do PCP no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, onde se afirma que "a onda generalizada de greves serve o fascismo" e se acusam grupos de esquerdistas irresponsáveis de fazerem o jogo da reacção.

Manifestação anticolonial de extrema-esquerda, exigindo a libertação do capitão cubano Peralta, é reprimida pelas Forças Armadas e policiais.
27 de Maio
Formação da APODETI

Tem início uma greve de zelo na Timex.

Avelino Pacheco Gonçalves era ministro do Trabalho quando foi criado o primeiro salário mínimo nacional.
Decreto Lei 217/74 de 27 de Maio
28 de Maio
É criado o Partido Liberal (PL), que se reclama representante da “maioria silenciosa” do povo português.
Resultante de uma cisão na Convergência Monárquica, discordante dos fundamentos do PPM, e ao qual se associam militantes da Acção Católica, conta, entre os seus fundadores, com António Ávila, Osvaldo Aguiar e Gastão da Cunha Ferreira
29 de Maio
O Presidente da República inicia no Porto, um périplo pelas principais cidades do país.
30 de Maio
Tomada de posse do Conselho de Estado de cuja composição fazem parte, entre outros, Vasco Gonçalves, Vítor Alves, Melo Antunes, Freitas do Amaral, Henrique de Barros, Azeredo Perdigão, Isabel Magalhães Colaço, Rafael Durão e Rui Luís Gomes

Prosseguem, em Londres, as negociações entre o Governo português e o PAIGC.

O Presidente da República reúne-se com sindicalistas, a quem apela ao fim da instabilidade laboral.
31 de Maio
É empossado o Conselho de Estado, organismo composto por vinte e um elementos: os membros da JSN, sete representantes do MFA e sete cidadãos de reconhecido mérito, designados pelo Presidente da República. O Conselho de Estado assume a responsabilidade pelo sancionamento e veto dos diplomas do Governo, pela fiscalização dos seus actos, bem como pela verificação da constitucionalidade das normas jurídicas aprovadas pelo Executivo.

É criada a Juventude Socialista (JS).

Ao longo do mês foram regressando ao país conhecidos exilados políticos: Piteira Santos, Manuel Alegre, Rui Luís Gomes, Adolfo Ayala, José Augusto Seabra, Miguel Urbano Rodrigues, Emídio Guerreiro entre muitos outros.

Vaga grevista ao longo de todo o mês centrada em reivindicações salariais, melhores condições de trabalho, controlo dos despedimentos, saneamento, etc.
1 de Junho
Decorre em Lisboa uma manifestação da Intersindical, apoiada pelo PCP, de contestação à vaga grevista.
3 de Junho
O Presidente da República visita Tomar.

Tem início uma greve geral na Timex.
4 de Junho
No Funchal circula um comunicado anónimo que apela à autonomia da Madeira.
5 de Junho
Decorre, na Manutenção Militar, o primeiro Plenário dos militares do Exército do MFA, em que participam cerca de oitocentos oficiais.
6 de Junho
Em visita a Évora, o Presidente da República adverte para os perigos de radicalização da situação política.

É tornado público, nas páginas do Correio dos Açores, um comunicado do Movimento de Autodeterminação do Povo Açoriano (MAPA), no qual é reclamado o direito à autodeterminação do arquipélago.
7 de Junho
José Luís Saldanha Sanches, director do órgão central do MRPP Luta Popular, é preso no Forte da Graça, em Elvas.
8 Junho
Início das negociações entre as delegações do Governo Português e da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), chefiadas respectivamente por Mário Soares e Samora Machel, sob a égide de Kenneth Kaunda, Presidente da Zâmbia.
9 de Junho
Portugal restabelece relações diplomáticas com a União Soviética e com a Jugoslávia.
10 de Junho
Decorrem em Lisboa e no Porto manifestações em defesa de uma solução federalista para os territórios coloniais.

Realiza-se em Lisboa uma manifestação de apoio ao MFA, que termina no Palácio de Belém

É fundada a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), por iniciativa, entre outros, de Vasco de Mello e José Manuel Morais Cabral.

O Partido Trabalhista Democrático Português (PTDP), fundado em 3 de Maio, elege o General Spínola como presidente honorário, propondo a sua elevação a marechal.
11 de Junho
Silvino Silvério Marques e Henrique Soares de Melo são nomeados, respectivamente, Governadores- Gerais de Angola e Moçambique.
12 de Junho
É publicado o Decreto-Lei nº 251/74, que garante o acesso a ambos os sexos e em condição de igualdade a todos os cargos judiciários.
13 de Junho
Decorre na Manutenção Militar um Plenário do MFA e da JSN, presidido pelo Presidente da República, estando também presentes o Primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, Vasco Vieira de Almeida, Ministro da Coordenação Económica, e Mário Firmino Miguel, Ministro da Defesa Nacional.
O General Spínola, propõe a realização de um referendo constitucional e a eleição simultânea do Chefe de Estado.

Tem início a Assembleia Geral da Intersindical, que define como propósito a criação de “um movimento sindical unitário e independente”.
14 de Junho
Tem início em Argel uma ronda negocial entre as delegações do Governo português e do PAIGC.

Decorre um encontro entre a delegação do Governo português e a delegação da UNITA, chefiada pelo seu líder Jonas Savimbi.
15 de Junho
Surge o primeiro comunicado do Movimento Popular Português (MPP), composto por personalidades ligadas ao Círculo de Estudos Sociais Vector e à revista Resistência, criticando o processo de descolonização.
17 de Junho
Greve dos CTT, registando-se um antagonismo entre o PCP, que condena a greve, e o PS, que a apoia
18 de Junho
Encontro entre Spínola e Nixon nos Açores, cujas conversações são secretas
19 de Junho
O Presidente da República encontra-se com o Presidente norte-americano, Richard Nixon, na Base das Lages. É acompanhado por Francisco Sá Carneiro e Diogo Neto.
20 de Junho
Tem início uma vaga de encerramentos de empresas têxteis.
21 de Junho
O Movimento Nacional Pró-Divórcio realiza o seu primeiro comício em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos.
22 de Junho
É extinto o Movimento Nacional Feminino.
23 de Junho
É fundada a Associação dos Deficientes das Forças Armadas.
24 de Junho
Familiares de soldados destacados no Ultramar manifestam-se exigindo o seu regresso.
25 de Junho
É publicado o Decreto-Lei nº 278/74, que confere ao Governo a gestão da RTP.

É publicado o Decreto-Lei nº 281/74 que define as regras de liberdade de imprensa e cria uma Comissão “Ad-Hoc” para a comunicação social, presidida por António Ramalho Eanes.

Palma Carlos encontra-se em Bruxelas com o seu homólogo britânico, Harold Wilson.

O Governo toma posse da Empresa de Águas de Lisboa, na sequência da ocupação das suas instalações por trabalhadores que reivindicam a sua nacionalização.

Entrevista de Palma Carlos ao Diário de Notícias: "As maiorias silenciosas têm de sair do seu comodismo ou do seu temor e de se pronunciarem abertamente"
26 de Junho
São publicados os Decretos-Lei nºs 283, 284 e 285/74 que nomeiam as Comissões Liquidatárias da ANP, PIDE/DGS e LP, respectivamente.
1 de Julho
Tem lugar na Guiné uma Assembleia do MFA.

É criada a Agência Noticiosa Portuguesa (ANOP), que substitui a Agência Nacional de Informação (ANI).
4 de Julho
Inicia-se, assim, o desacordo com o PCP a propósito do MDP/CDE.
5 de Julho
O Presidente da República apresenta no Conselho de Estado um conjunto de propostas, em que avultam a convocação de eleições presidenciais e a referenda de uma Constituição provisória para Outubro de 1974, o adiamento para Novembro de 1976 das eleições para a Assembleia Constituinte e o reforço dos poderes do Primeiro-ministro.

Projecto de Constituição provisória, de cariz presidencialista, apresentado a Spínola por Palma Carlos
6 de Julho
O MFA, reunido no Quartel-General da antiga LP, na Penha de França, manifesta oposição às propostas apresentadas no dia anterior pelo Presidente da República ao Conselho de Estado, excepto no que respeita ao reforço de poderes do Primeiro-ministro.
 A Comissão Coordenadora do MFA reune igualmente, manifestando discordância com as propostas do Chefe de Estado.
8 de Julho
O Conselho de Estado recusa as propostas formuladas pelo Presidente da República.

O Presidente da República encontra-se com o seu homólogo senegalês, Léopold Senghor, em escala por Lisboa.

Criação do COPCON
Decreto-Lei nº 310/74 criando o COPCON
9 de Julho
O Primeiro-ministro apresenta a demissão. Acompanham-no os ministros Firmino Miguel, Vasco Vieira de Almeida, Sá Carneiro e Magalhães Mota.
10 de Julho
Tem lugar uma reunião do MFP, MPP, PL e PTDP, que criticam em comunicado o silenciamento a que tem sido votada a maioria dos portugueses e exortam ao cumprimento integral do Programa do MFA.
11 de Julho
O Presidente da República, em visita à Base Militar do Alfeite, endurece as críticas à situação política e militar.
13 de Julho
Otelo Saraiva de Carvalho, graduado no posto de Brigadeiro, é empossado nos cargos de comandante da RML e de comandante-adjunto do COPCON, organismo, segundo o qual, se destinava “à defesa intransigente do cumprimento do Programa do Movimento das Forças Armadas (…) contra eventuais manobras reaccionárias”.

Em face do prolongamento da greve na TAP, forças policiais ocupam as instalações da empresa, registando-se incidentes.

Publicação do "Povo Livre"

Otelo Saraiva de Carvalho no seu discurso entra em choque directo com o do general Jaime Silvério Marques.
15 de Julho
É criado o Partido Social Democrata Português (PSDP) que conta, entre os seus dirigentes, com Adelino da Palma Carlos.

Nomeação de Vasco Gonçalves para primeiro-ministro do II Governo Provisório
17 de Julho
Tomada de posse do II Governo Provisório, chefiado pelo coronel Vasco Gonçalves, que liderava a Comissão Coordenadora do Programa do MFA,

Spínola refere-se, pela primeira vez, à "Maioria silenciosa"
18 de Julho
Toma posse o II Governo Provisório, chefiado pelo coronel Vasco Gonçalves. São Ministros Sem Pasta: Álvaro Cunhal, Ernesto Melo Antunes, Vítor Alves e Joaquim Magalhães Mota.

É criada a 5ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, com a finalidade de divulgar o ideário do MFA.
19 Julho
É fundado o Partido do Centro Democrático Social (CDS), presidido por Diogo Freitas do Amaral.
Renomeado mais tarde em Partido Popular e finalmente em CDS-PP

Trabalhadores da Fundação Calouste Gulbenkian ocupam as instalações da instituição, exigindo o saneamento da administração.
22 de Julho
No seguimento de vários incidentes graves em Angola, a JSN resolve criar uma Junta Governativa.
Rosa Coutinho irá chefiá-la, acumulando o cargo com o de Comandante-Chefe das Forças Armadas.
24 de Julho
É publicada a Lei nº 6/74, que cria as Juntas Governativas de Angola e Moçambique, em resposta ao agravamento da situação política e militar nestes territórios.
Rosa Coutinho é nomeado Presidente da Junta Governativa de Angola, que acumula com o cargo de Comandante-Chefe das Forças Armadas, que já ocupava.
O Governador de Moçambique, Soares de Melo, demite-se.

É fundado, no Porto, o Partido Nacionalista Português (PNP), composto por elementos das entretanto extintas ANP e LP.
25 de Julho
Decorre em Lisboa, no Estádio 1º de Maio, uma manifestação de apoio ao Governo Provisório e ao MFA.
26 de Julho
Aprovação da Lei n.º 7/74, pelo Conselho de Estado, reconhecendo o direito das colónias à autodeterminação e independência
27 de Julho
É publicada a Lei nº 7/74, que reconhece o direito à independência das províncias ultramarinas.

António de Spínola reconhece o direito à independência das colónias, após três meses de silêncio sobre essa matéria.
29 de Julho
Pires Veloso é nomeado Governador-Geral de São Tomé e Príncipe.

Têm lugar em diversas cidades do país manifestações de regozijo pelo fim da guerra colonial.
31 de Julho
O General Galvão de Melo, na qualidade de responsável pelo Serviço da Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP assina a ordem para sumário de culpa, dando início à investigação judicial, segundo o que determinava o Código da Justiça Militar, dado que os funcionários da PIDE/DGS envolvidos no crime estavam sujeitos a justiça militar.
2 de Agosto
O "Diário de Lisboa", "A Capital" e "República" são suspensos

Desloca-se a Lisboa o Presidente do Conselho da Europa, Walter Hofe, para negociações visando a integração de Portugal nesta instituição.

A Comissão de Extinção da PIDE/DGS e Legião Portuguesa revela à imprensa o número de agentes e informadores daquelas instituições. DGS: 2162 funcionários, 20000 informadores; Legião Portuguesa: 8000 legionários com mais de 600 informadores.

O Presidente da República visita o Regimento de Pára-Quedistas, em Tancos.
4 de Agosto
Portugal e a ONU emitem uma declaração conjunta, na qual o Governo português reafirma o propósito de cumprir o constante do Cap. XI da Carta das Nações Unidas, no que respeita à concessão da independência aos territórios coloniais.
5 de Agosto
O semanário Luta Popular, órgão oficial do MRPP, é suspenso pela JSN, acusado de agressão ideológica ao MFA. Uma manifestação promovida por aquele partido é reprimida pelas forças militares.
7 de Agosto
O capitão-de-fragata Henrique da Silva Horta é nomeado Governador-Geral de Cabo Verde.
12 de Agosto
Motim de agentes da PIDE/DGS, detidos na Penitenciária de Lisboa.
15 de Agosto
Decorrem em Dar-es-Salam, capital da Tanzânia, negociações entre as delegações portuguesa, chefiada por Melo Antunes, e a delegação da FRELIMO.
19 de Agosto
É publicado o Decreto-Lei nº 366/74, que nomeia as Comissões Ministeriais de Saneamento.
20 de Agosto
É publicado o Decreto-Lei nº 372/74, que fixa os novos valores dos salários dos funcionários públicos e aumenta as pensões de aposentação, reforma e invalidez.
21 de Agosto
Tem início uma greve no Jornal do Comércio. Os trabalhadores exigem a demissão do director

É anunciado o cessar-fogo entre as forças armadas portuguesas e o MPLA, continuando os confrontos com elementos da FNLA. A 14 de Junho tinha já sido celebrado o cessar-fogo com a UNITA.
22 de Agosto
É criado o Movimento Dinamizador Empresa-Sociedade, que agrupa alguns dos maiores empresários nacionais, que submetem ao Governo várias propostas de avultados investimentos no valor de cem milhões de contos.

O CEMGFA alerta, em circular distribuída por todas as unidades militares, para a existência de “manobras  reaccionárias” contra os militares envolvidos no 25 de Abril.
24 de Agosto
É posto a circular entre as unidades militares o Documento Hugo dos Santos/Engrácia Antunes, da responsabilidade de oficiais spinolistas, que propõe a extinção da Comissão Coordenadora do MFA.
25 de Agosto
São concluídas em Argel as negociações entre o Governo português e o PAIGC.

Tem início o regresso das tropas portuguesas destacadas na Guiné.
26 de Agosto
Decorre nova greve na TAP.

Assinatura em Argel do acordo entre Portugal e o PAIGC, com vista à independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
27 de Agosto
É promulgado o Decreto-Lei nº 392/74, que regulamenta o direito à greve e o lock out.

É constituída a Frente Democrática Unida (FDU), que agrega o PL, o PP e o PTDP críticos do processo de descolonização, e que desempenharão um importante papel na manifestação da Maioria Silenciosa de apoio ao Presidente da República, projectada para o mês de Setembro.
29 de Agosto
O Presidente da República ratifica o Acordo de Argel, que consagra a independência da Guiné e Cabo Verde.

O PS retira-se do MDP/CDE
03 de Setembro
Encontro em Brazzaville dos dirigentes das três facções do MPLA: Agostinho Neto, Joaquim Pinto de Andrade e Daniel Chipenda.
 Firma-se um acordo pelo qual Agostinho Neto é reconhecido como Presidente.
5 de Setembro
Prosseguem em Lusaka, capital da Zâmbia, as negociações entre o Governo português e a FRELIMO.
7 de Setembro
É assinado o Acordo de Lusaka, consagrando a independência de Moçambique.

Colonos brancos, agrupados no Movimento Moçambique Livre, ocupam a Rádio Clube de Moçambique em protesto contra o Acordo de Lusaka. Simultaneamente, decorrem manifestações de apoio à FRELIMO. Registam-se incidentes com centenas de vítimas.
9 de Setembro
É publicada a Lei nº 8/74, que cria o cargo de Alto-comissário, um Governo de Transição e uma Comissão Militar Mista para Moçambique.

Sai para as bancas o primeiro número da publicação Movimento: Boletim do MFA, da responsabilidade da Comissão Coordenadora.

É constituída a comissão organizadora da manifestação da Maioria Silenciosa, de apoio ao Presidente da República.
10 de Setembro
No decurso da cerimónia de reconhecimento da independência da Guiné Bissau, em Lisboa, o Presidente da República volta a chamar a atenção para os perigos gerados pela acção dos “totalitarismos extremistas”, que condicionavam o “comportamento do povo perplexo por meio século de obscurantismo político”, exortando “a maioria silenciosa do povo português” a “despertar” e a “defender-se” das suas ofensivas.
11 de Setembro
É publicada no Diário do Governo a Declaração Conjunta da JSN, do Conselho de Estado e do Governo Provisório que reconhece a independência da República da Guiné Bissau, proclamada pelo PAIGC em 24 de Setembro de 1973.
12 de Setembro
É publicado o Decreto-Lei nº 443/74, que extingue os organismos corporativos dependentes do Ministério da Economia e transfere as respectivas competências e património para os organismos de coordenação económica das diversas Secretarias de Estado.
13 de Setembro
São publicados os Decretos-Lei nºs 450, 451 e 452, que determinam, respectivamente, a nacionalização dos Bancos de Angola, Nacional Ultramarino e Banco de Portugal.

Decretos-Leis nº 450, 451 e 452 /74, assinalando as primeiras nacionalizações. Banco Nacional Ultramarino, Banco de Angola e Banco de Portugal, que arrastam consigo alguns órgãos de comunicação social
15 de Setembro
O Presidente da República encontra-se na Ilha do Sal, Cabo Verde, com o seu homólogo do Zaire, Mobuto Sese Seko, obtendo o compromisso de não intervenção deste país no processo de descolonização de Angola.
18 de Setembro
A sede do PNP no Porto é ocupada pela PSP e os seus dirigentes detidos. O partido é extinto.

Anúncio de uma manifestação da denominada "maioria silenciosa", convocada para Belém, no dia 28 de Setembro, para apoiar Spínola
20 de Setembro
Victor Crespo, membro da JSN, é nomeado Alto-comissário para Moçambique.

Toma posse o Governo de Transição de Moçambique, chefiado por Joaquim Chissano.

São distribuídos panfletos e colados cartazes apelando à participação na manifestação da Maioria Silenciosa. São entretanto detidos elementos do Partido Nacionalista Português, formação política constituída por elementos afectos ao Estado Novo e cuja sede, situada no Porto, fora entretanto ocupada pela Polícia de Segurança Pública
22 de Setembro
É criado o Conselho dos Vinte, orgão superior do MFA, composto pelos membros do Movimento pertencentes à Comissão Coordenadora, à JSN e ao Governo.

Mário Soares discursa, na qualidade de Ministro dos Negócios Estrangeiros, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
23 de Setembro
Mário Soares encontra-se em Washington com o Secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger.
24 de Setembro
Aprovação do texto da Lei Eleitoral pelo Conselho de Ministros
26 de Setembro
O Presidente da República e o General Costa Gomes comparecem no Concurso Hípico Internacional, no Hipódromo do Campo Grande. No decurso do evento é entregue ao Chefe de Estado um cartaz da manifestação da Maioria Silenciosa, agendada para o dia 28.

O Presidente da República e o Primeiro-ministro assistem a uma corrida na Praça de Touros do Campo Pequeno, no decurso da qual a assistência dá vivas ao Ultramar e vaia Vasco Gonçalves.
No exterior, ocorrem confrontos entre apoiantes e opositores ao General Spínola.
27 de Setembro
Em face do agravamento da situação política, motivada pela projectada manifestação da Maioria Silenciosa, bem como pela mobilização dos opositores à sua realização, o Presidente da República chama a Belém o Primeiro-ministro e Otelo Saraiva de Carvalho.
Entretanto, o COPCON executa detenções de algumas dezenas de indivíduos, sob a acusação de pertença a organizações fascistas e de envolvimento num golpe contra-revolucionário.

O Presidente da República, António de Spínola, entra em confronto com a Comissão Coordenadora do MFA, Vasco Gonçalves e Otelo Saraiva de Carvalho, e manda encerrar diversas rádios.

Apoiantes de partidos de esquerda levantam barricadas nos arredores de Lisboa, para impedir a entrada de manifestantes.

A evolução da situação torna patentes as divergências insanáveis entre o Governo e a Comissão Coordenação do MFA e o Presidente da República.

O General Galvão de Melo, membro da JSN, torna público o seu apoio à manifestação

São erguidas barricadas, durante a noite de 27 para 28, por milhares de militantes de todos os partidos de esquerda, conduzidos pelo PCP e pela Intersindical e apoiados por forças militares, impedindo os acessos a Lisboa
28 de Setembro
A Presidência da República emite um comunicado apelando à não realização da manifestação.

A Comissão Coordenadora reúne com o Primeiro-ministro e com os ministros militares, acordando propor ao Presidente da República demissão dos membros da JSN Galvão de Melo, Jaime Silvério Marques, Diogo Neto e de Sanches Osório, todos afectos ao General Spínola, bem como o confinamento do Chefe de Estado à estrita esfera das suas competências
29 de Setembro
Em reunião com o Presidente da República e com a JSN, a Comissão Coordenadora informa que retira o seu mandato a Galvão de Melo, Silvério Marques e Diogo Neto.

O Presidente da República reúne o Conselho de Estado, que recusa a sua proposta de proclamação do estado de sítio.

São erguidas barricadas nas principais estradas do país.
30 de Setembro
Em mensagem difundida pela rádio e pela televisão o general Spínola renuncia à Presidência da República, após ter verificado que as suas teses iam sendo sucessivamente derrotadas pela Comissão Coordenadora do MFA, pela JSN e pelo Conselho de Estado

O general Costa Gomes assume o cargo de Presidente da República
Demissão de António de Spínola das funções de Presidente da República, sendo substituído por Costa Gomes

O General Costa Gomes é nomeado Presidente da República, cargo que acumula com o de CEMGFA.
1 de Outubro
Tomada de posse do III Governo Provisório, chefiado pelo brigadeiro Vasco Gonçalves

São afastados do elenco governativo Firmino Miguel e Sanches Osório.
2 de Outubro
É publicado o Decreto-Lei nº 516/74, que determina que as pastas da Defesa e da Comunicação Social passam a depender do Primeiro-ministro.

É libertado Saldanha Sanches, líder do MRPP.
5 de Outubro
A ponte sobre o Tejo é rebaptizada com o nome Ponte 25 de Abril.
6 de Outubro
Milhares de pessoas voluntariam-se para trabalhar no domingo, correspondendo ao apelo do Primeiro-ministro para dedicarem um dia de trabalho gratuito em favor da Nação.
8 de Outubro
Carlos Fabião e Fisher Lopes são nomeados para a JSN, em substituição dos membros entretanto destituídos.
11 de Outubro
Comício do PS no Pavilhão dos Desportos em Lisboa. Mário Soares declara: "É necessário ganhar a classe média, a pequena burguesia, os pequenos comerciantes e os pequenos proprietários, porque também são povo e estão com a democracia".
12 de Outubro
É publicado o Decreto-Lei nº 540-A/ 74, que confere ao Governo competência para intervir através da nomeação de delegados ou administradores na gestão de instituições de crédito.
13 de Outubro
Termina o Plenário da Intersindical, reunido no Porto, que se pronuncia a favor da unicidade sindical.
14 de Outubro
Tem início a Operação Komodo, plano clandestino indonésio de ocupação de Timor-Leste.
17 de Outubro
Pela primeira vez, um Presidente da República Portuguesa, Costa Gomes, discursa perante a Assembleia Geral da ONU.
19 de Outubro
O Ministro da Coordenação Intereterritorial, António de Almeida Santos, visita Timor.
20 de Outubro
Decorre em Lisboa o VII Congresso (Extraordinário) do PCP, o primeiro realizado na legalidade.
22 Outubro
Na sequência de contactos com o Governo português, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) declara o cessar-fogo.
23 de Outubro
São anunciadas as “Campanhas de Dinamização Cultural”, da responsabilidade da Comissão Coordenadora Central da 5ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, que têm por finalidade a divulgação do ideário do MFA e a colocação das Forças Armadas ao serviço do povo português.
31 de Outubro
No seguimento dos acontecimentos do 28 de Setembro, começa a organizar-se o Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (MDLP).

Spínola encontra-se com Alpoim Calvão em Massamá, para a preparação de um golpe de Estado.
Novembro
O MRPP anuncia a sua transformação em partido político
3 de Novembro
O MDP/CDE constitui-se como partido político.
4 de Novembro
O Ministro sem Pasta, Vítor Alves, inicia um périplo por diversos países da CEE, com vista ao reforço de laços económicos e obtenção de financiamentos.

Forças de extrema-esquerda tentam impedir a realização do primeiro comício da Juventude Centrista, organização de juventude do CDS, que se realiza no Teatro S. Luiz. De seguida, dirigem-se para a sede do partido, no Largo do Caldas, alvo de invasão e pilhagem.
7 de Novembro
É publicado o Decreto-Lei nº 595/74, que regulamenta a actividade dos partidos políticos.

Lei dos partidos políticos
15 de Novembro
Aprovação da Lei Eleitoral
São publicados os DL n.º 621 A/74, 621 B/74 e 621 C/74, que no seu conjunto ficaram conhecidos como lei eleitoral.
10 de Novembro
A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda ataca o contigente militar português presente no território.
13 de Novembro
São empossados os Governadores de Macau e Timor, Garcia Leandro e Lemos Pires, respectivamente.
15 de Novembro
É publicada a Lei nº 10/74, que determina a criação do cargo de Alto Comissário para Cabo Verde, para o qual é nomeado o Almirante Almeida d’Eça.

Em reunião do Conselho dos Vinte é decidida a criação de novas estruturas intermédias do MFA. É deliberada a instituição de uma Assembleia de Delegados do Movimento em cada um dos três ramos das Forças Armadas e a Assembleia Geral, com representantes dos três ramos, comummente designada por Assembleia dos Duzentos.

São publicados os Decretos-Lei nºs 621-A, 621-B e 621-C/74, que definem as capacidades eleitorais, o recenseamento e o sistema eleitoral.
16 de Novembro
Frank Carlucci é nomeado embaixador dos Estados Unidos da América em Lisboa, em substituição de Stuart Nash Scott.
20 de Novembro
Melo Antunes, Ministro sem Pasta, Pezarat Correia, na qualidade de representante do MFA e Fernando Reino, em representação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, encontram-se em Argel com uma delegação do MPLA chefiada por Agostinho Neto, com a finalidade de debater a independência de Angola.
21 de Novembro
É promulgado o Decreto-Lei nº 647/74, que reintegra Humberto Delgado no cargo de General da Força Aérea, a título póstumo.
Novembro de 1974

O primeiro Congresso do PPD, em 22 e 23 de Novembro de 1974, ainda sem representantes de Alcobaça, que reuniu 994 delegados no Pavilhão dos Desportos de Lisboa
23 de Novembro
Realização do I Congresso do PPD, no qual são aprovados os Estatutos, eleito o Secretário-Geral do Partido (Sá Carneiro) e aprovado o pedido de inscrição na Internacional Socialista
25 de Novembro
É publicado o Decreto-Lei nº 660/74, que confere ao Governo o direito de intervir directamente nas empresas privadas sempre que o seu normal funcionamento o exija.
27 de Novembro
É publicada a Lei nº 11/74, que consagra o Regime Constitucional Provisório de Angola, bem como a criação do cargo de Alto-comissário para o território.
3 a 15 de Dezembro
I Congresso do PS na legalidade, realizado em Lisboa. A linha de Soares sai vitoriosa. Alguns militantes considerados mais à esquerda, entre eles Manuel Serra, abandonam o partido.
4 de Dezembro
O Governo institui o pagamento do chamado 13.º mês (subsídio de Natal) aos pensionistas do Estado.
6 de Dezembro
Realiza-se a primeira reunião da Assembleia dos Duzentos, na qual se debate o Plano Económico de Transição proposto por Melo Antunes.
9 de Dezembro
Tem início o recenseamento eleitoral.
13 de Dezembro
Inicia-se em Lisboa o I Congresso do PS na legalidade. Mário Soares é eleito Secretário-Geral do partido.
16 de Dezembro
É fundada a União Democrática Popular (UDP), resultante da junção de diversos grupos de extrema-esquerda.
17 de Dezembro
É tornado público o acordo estabelecido entre o Governo português e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, que define os termos do processo de descolonização do território.
19 de Dezembro
É publicado o Decreto-Lei nº 724/74, que atribui o subsídio de Natal aos beneficiários de pensões de invalidez, velhice e de sobrevivência.

É assinado entre o Governo português e o PAIGC o acordo para a independência de Cabo Verde.
22 de Dezembro
É empossado, sob a presidência de Leonel d’Alva o Governo de Transição de São Tomé e Príncipe.
26 de Dezembro
O PCP é o primeiro partido a apresentar o seu pedido de legalização ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
28 de Dezembro
A Assembleia dos Duzentos reúne no Instituto de Sociologia Militar. São novamente debatidas as propostas económicas de Melo Antunes, constantes do plano entretanto renomeado como Plano Económico de Emergência.
31 de Dezembro
Na sua primeira conferência de imprensa, a Comissão Coordenadora do MFA afirma o seu compromisso com a revolução e a missão de servir “os trabalhadores em geral e os operários e camponeses em particular”.
Dezembro
Legalização da Inter

FLA - Frente de Libertação dos Açores (1974

FLAMA - Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (1974)
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O Dia 25 de Abril Operações Militares VIDEO 1 VIDEO 2 VIDEO 3 VIDEO 4 VIDEO 5 VIDEO 6 VIDEO 7 VIDEO 8 VIDEO 9

EPAM RTP No dia 25 de Abril de 1974 uma força da EPAM, comandada pelo capitão Teófilo Bento, ocupa com êxito os estúdios da RTP no Lumiar, impedindo a sua utilização pelas forças do regime e colocando-os ao serviço do MFA. Problemas vários só iriam permitir que a televisão passasse a transmitir regularmente pelas 19:00, pelas vozes de Fernando Balsinha e Fialho Gouveia.



Reportagem de Adelino Gomes Rua Augusta, Rossio, Carmo



Rumo ao Carmo

No

Largo do Carmo



Entrevista com Salgueiro Maia



Ordem de Fogo - Carmo

S.

Maia e M. Caetano




O Dia Inicial Palavras de Sophia de Mello Breyner Ditas por Ruy de Mattos e cantadas e acompanhadas ao piano por Isabel Cid.



Proclamação da Junta de Salvação Nacional O general António de Spínola, recém nomeado Presidente da Junta de Salvação Nacional lê a Proclamação da Junta perante as câmaras da RTP na madrugada de 26 de Abril de 1974.




O dia 25 de Abril



Depoimentos de vários presos políticos após a sua saída da prisão, reconhecem-se o Arq. Teotónio Pereira e Saldanha Sanches.




Depoimentos dos presos políticos Arq. Teotónio Pereira e Prof. José Manuel Tengarrinha.



À espera que os portões de Caxias se abram para a saída dos presos políticos. As instalações já sob o controlo dos militares. No exterior aguardam a saída dos presos políticos algumas personalidades que se podem ver no filme entre outras: Jorge Sampaio



Várias personalidades dialogam com militar sobre a saída dos presos, podem ver-se: Manuel João da Palma Carlos, João Bénard da Costa, Francisco Pereira de Moura, Salgado Zenha, Jorge



O anúncio da ordem de libertação é dada por um oficial fuzileiro. A alegria de todos os que cá fora esperavam, podem ver-se: Francisco Sousa Tavares, Sophia de Mello Breyner, Manuel João da



Os presos políticos começam a ser soltos, reconhecem-se entre outros, Sérgio Ribeiro e Palma Inácio que é abraçado por Urbano Tavares Rodrigues a Sophia de Mello Breyner e



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