O teatro do 24 de Abril
No tempo em que, segundo soi dizer-se, a revista ainda era a revista, Lisboa tinha em exibição dois exemplares dessa longínqua forma de expressão teatral tipicamente portuguesa. "Com Parra Nova", de e com Francisco Nicholson, ocupava a sala do ABC, no Parque Mayer.
No Maria Vitória, no mesmo espaço agora feito cemitério de culturas passadas, estava em cena um sugestivo "Ver, Ouvir e Calar", com Ivone Silva.
Funcionavam, em Lisboa, salas de teatro como o Laura Alves, o Variedades e o Vasco Santana, no Parque Mayer.
Ainda que muito marcado pelas comédias (não confundir com a revista), o panorama teatral tinha, naturalmente, também o seu lado sério, representado, por exemplo, nas apresentações de "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, e "O Mar", de Edward Bond, respectivamente no Maria Matos e no Vasco Santana
O teatro do 25 de Abril
«Tudo a Nu, Com Parra Nova"
Em 1973 estreava no Teatro ABC a revista "Tudo a Nu", levada a cabo pelo empresário Sérgio de Azevedo e escrita por Francisco Nicholson e Mário Alberto.
A revista foi um enorme sucesso de crítica e de público, mesmo que alguns números tenham sido cortados pela censura.
Mas em 1974, após o 25 de Abril, já com a liberdade, é finalmente reestreada a mesma revista, com alguns números novos, e com o novo títiulo: «Tudo a Nu, Com Parra Nova".
O elenco mantinha-se o mesmo: Anabela; Francisco Nicholson; Henrique Viana; Aida Baptista; Rui Mendes; Maria Tavares e com a presença especial de Vitória Maria e José Bravo, duas belas vozes da canção portuguesa.
Mais uma grande recordação.
Ainda as tropas do Movimento dos Capitães andavam a patrulhar as ruas e já o Teatro ABC
anunciava que “a melhor revista dos últimos anos” aparecia “completamente renovada”
Antes chamava-se “Tudo a Nu”, continuava com o mesmo nome, mas agora “Com Parra Nova”.
Anúncio publicado em “O Século” de 26 de Abril de 1974.
Tudo a Nu, que cria o seu êxito total e absoluto.
Charlot pode bem ser considerada a melhor criação de sempre no Teatro musicado, pela complexidade, pela graça e por Anabela ter conseguido superar um desafio que até hoje ninguém conseguiria!
É durante esta revista que se dá a revolução dos cravos e Tudo a Nu passou a ser Tudo a Nu com Parra Nova.
Incluíram-se todos os textos que tinham sido cortados e isto permitiu que a revista continuasse carreira.
Em 1974 estreia antes de revolução de Abril a revista Tudo a Nu. Nessa revista, esta força da natureza, teve 2 criações que ficarão para sempre na história do teatro de revista: Charlot Somos Todos Nós e A derrocada dos teatros; (como esta rábula está actual).
Dá-se o 25 de Abril e a revista muda o titulo Tudo a Nu com Parra Nova
Ainda nesse ano, ao lado de Ivone Silva, estreia-se Uma no cravo outra na ditadura.
Logo de seguida faz a revista Para Traz Mija a Burra.
A temporada 1975/76 marca o meu conhecimento com a actriz Anabela,
Nasceu em 1946 e faleceu em Lisboa a 24 de Abril de 1991.
TEATRO MARIA VITÓRIA
(Parque Mayer – 1250 Lisboa, Portugal) Edificado em 1922, o Teatro Maria Vitória foi o primeiro espaço teatral a ser erigido no Parque Mayer.
FIGURINO DE ARTUR CASAIS
DEIXO AQUI UM FIGURINO DE AUTORIA DE ARTUR CASAIS PARA A ACTRIZ
MARIEMA NA REVISTA "VER,OUVIR E CALAR" PARA O NUMERO "A MATADORA"
Sempre em Pé 1938 |
No Maria Vitória, no mesmo espaço agora feito cemitério de culturas passadas, estava em cena um sugestivo "Ver, Ouvir e Calar", com Ivone Silva.
Funcionavam, em Lisboa, salas de teatro como o Laura Alves, o Variedades e o Vasco Santana, no Parque Mayer.
Ainda que muito marcado pelas comédias (não confundir com a revista), o panorama teatral tinha, naturalmente, também o seu lado sério, representado, por exemplo, nas apresentações de "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, e "O Mar", de Edward Bond, respectivamente no Maria Matos e no Vasco Santana
O teatro do 25 de Abril
«Tudo a Nu, Com Parra Nova"
Em 1973 estreava no Teatro ABC a revista "Tudo a Nu", levada a cabo pelo empresário Sérgio de Azevedo e escrita por Francisco Nicholson e Mário Alberto.
A revista foi um enorme sucesso de crítica e de público, mesmo que alguns números tenham sido cortados pela censura.
Mas em 1974, após o 25 de Abril, já com a liberdade, é finalmente reestreada a mesma revista, com alguns números novos, e com o novo títiulo: «Tudo a Nu, Com Parra Nova".
O elenco mantinha-se o mesmo: Anabela; Francisco Nicholson; Henrique Viana; Aida Baptista; Rui Mendes; Maria Tavares e com a presença especial de Vitória Maria e José Bravo, duas belas vozes da canção portuguesa.
Mais uma grande recordação.
Ainda as tropas do Movimento dos Capitães andavam a patrulhar as ruas e já o Teatro ABC
anunciava que “a melhor revista dos últimos anos” aparecia “completamente renovada”
Antes chamava-se “Tudo a Nu”, continuava com o mesmo nome, mas agora “Com Parra Nova”.
Anúncio publicado em “O Século” de 26 de Abril de 1974.
Fachada do Teatro ABC em meados dos anos 80 com a peça erótica "Isto é Crazy Horse" |
Panorâmica do Parque Mayer, tirada do nº 5 da rua do Salitre |
Teatro Maria Vitória levava à cena a revista Ver, Ouvir e… Calar!. Elenco de luxo: Salvador, Ivone, Henrique Santana. |
… que o Teatro Maria Vitória levava à cena a revista Ver, Ouvir e… Calar!. Elenco de luxo: Salvador, Ivone, Henrique Santana. (Semanas depois, mudariam algumas rábulas e, sobretudo, o título, que passou a ser: Ver, Ouvir e… Falar!)
… que as chamadas telefónicas locais mais baratas da Europa eram as portuguesas ($70). E as mais caras eram as alemãs (2$97).
… que um pouco antes do 25 de Abril se tinha dado outra revolução. Foi em 1 de fevereiro de 1974: as donas de casa passaram a pagar os sacos de plástico. Diversas cadeias de supermercados fizeram um anúncio conjunto explicando a medida. Os portugueses ficaram mais cultos: ficaram a saber que o plástico vinha do petróleo.
… que o Diário Popular lançou o alerta: «Barbeiros: uma classe em vias de extinção?» Em Lisboa, fecharam 250 barbearias. A moda dos «guedelhudos» era apontada como uma das causas.
… que havia 26 cinemas em Lisboa. E nem um terço dos filmes que passavam eram americanos.
… que os produtos alimentares subiram, num ano, 17 por cento.
… que a Associação dos Médicos Católicos Portugueses promoveu umas jornadas sobre «Sociedade Moderna e População», onde se concluiu: «A contraceção é um crime contra a humanidade.»
… que ainda havia, em Lisboa, moços de fretes. Carregadores que ficavam nas esquinas (na Rua da Prata, na Calçada do Combro), à espera de trabalho. Vinham quase todos do concelho de Góis, tinham uma corda forte ao ombro e esperavam que os chamassem.Mudavam mobílias, pianos e faziam recados. Chamavam-se assim: «Psst! Pssst!»
… que os postos gasolineiros estavam fechados nos fins de semana.
… que o secretário de Estado do Desporto, Valadão Chagas, anunciou que, a partir de janeiro de 1975, não haveria campos pelados na Primeira Divisão (hoje, Liga Zon Sagres).
… que foram inauguradas as duas primeiras máquinas-bilheteiras da CP. Na Estação do Rossio, serviam a Linha de Sintra e tinham vindo da Holanda.
… que as revistas do Parque Mayer eram o abono de família dos jornais de Lisboa: eram os principais clientes das páginas de publicidade.
… que o Dr. Brito Rebelo, um dos nossos raros especialistas de informática, fez o balanço: em Lisboa, havia 12 centros de ensino de «programação computerial»; em Portugal, havia 300 computadores e 500 minicomputadores (subida de 80 por cento em três anos); os bancos, «por prestígio», eram os melhores clientes; por muito caros, os computadores alugavam-se (de 70 a mil contos mensais).
… que o embaixador americano ofereceu a Portugal uma bandeira portuguesa que viajou na Apolo 17 e uma pedra lunar. (Muitos anos depois, a pedra seria roubada do Planetário Gulbenkian.)
… que um turista sul-africano fez nudismo na piscina do Hotel Polana, em Lourenço Marques (hoje Maputo). Indignação em vários jornais nacionais.
… da tarde em que se encontraram, Amália e Eusébio. Os dois símbolos do fado e do futebol (da trilogia de «efes» com Fátima, que narcotizava, dizia-se, a sociedade portuguesa). Nesse dia, Eusébio, em fim de carreira, com 32 anos, ainda marcaria dois golos ao Belenenses. Antes do jogo, Amália foi dar-lhe um beijo. E tudo foi filmado para o terceiro canal da televisão francesa, para o documentário Mon Pays: Le Portugal.
… que toda a gente andava maluca com a Bolsa. Para poder garantir o ritmo frenético das atualizações, a Bolsa passou a abrir só três dias por semana. Por causa disso, a compra e a venda de títulos vieram para a rua: a do Ouro, em Lisboa, e a Sampaio Bruno, no Porto. Havia pregões assim: «É do Sotto Mayor, a quatro e trezentos!»
E é na revista seguinte,Tudo a Nu, que cria o seu êxito total e absoluto.
Actriz Anabela.
Anabela Gonçalves Ramos
nasceu a 19 de Maio de 1946
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Incluíram-se todos os textos que tinham sido cortados e isto permitiu que a revista continuasse carreira.
Actriz Anabela. |
Dá-se o 25 de Abril e a revista muda o titulo Tudo a Nu com Parra Nova
Ainda nesse ano, ao lado de Ivone Silva, estreia-se Uma no cravo outra na ditadura.
Logo de seguida faz a revista Para Traz Mija a Burra.
A temporada 1975/76 marca o meu conhecimento com a actriz Anabela,
Nasceu em 1946 e faleceu em Lisboa a 24 de Abril de 1991.
TEATRO MARIA VITÓRIA
(Parque Mayer – 1250 Lisboa, Portugal) Edificado em 1922, o Teatro Maria Vitória foi o primeiro espaço teatral a ser erigido no Parque Mayer.
Teatro Maria Vitória (fachada e lateral), 1943, fot. Eduardo Portugal [Arquivo Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico] |
DEIXO AQUI UM FIGURINO DE AUTORIA DE ARTUR CASAIS PARA A ACTRIZ
MARIEMA NA REVISTA "VER,OUVIR E CALAR" PARA O NUMERO "A MATADORA"
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