GUINÉ


Guiné-Bissau 
 Geografia País da África Ocidental. 
É banhado pelo oceano Atlântico a oeste e faz fronteira com o Senegal a norte e a Guiné a leste e a sul. A sua superfície é de 36 120 km2, incluindo o arquipélago dos Bijagós. 
As principais cidades são Bissau, a capital, com 388 000 habitantes (2009), Bafatá (22 521 hab.), Gabú (14 430 hab.), Mansôa (7821 hab.) e Catió (9898 hab.).
 O relevo do país é predominantemente plano, apresentando-se o litoral profundamente recortado por amplos estuários. O arquipélago dos Bijagós constitui um cordão de ilhas dispersas ao largo da costa. Clima Nas terras baixas do litoral, o clima é tropical húmido, com precipitações elevadas. 
Para o interior, o clima apresenta-se com características de tropical seco, com menor duração da estação das chuvas. Economia A principal atividade económica do país é a agricultura. 
As culturas para exportação são a noz de acaju e o amendoim enquanto o arroz, a batata-doce, a mandioca, o milho, o sorgo e a cana-de-açúcar sustentam o mercado interno. Também a indústria se encontra num estado de subaproveitamento, assentando em pequenas indústrias de produtos alimentares (como o peixe congelado e as conservas), óleo de palma, amendoim descascado, têxteis e bebidas. 
 Por outro lado, setores como o pesqueiro e o florestal têm excelentes perspetivas de desenvolvimento.
 Os principais parceiros comerciais da Guiné-Bissau são Portugal, a Índia, a Holanda e a China. Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 0,2. População A população era, em 2009, de 1 449 230 habitantes, o que equivale a uma densidade populacional de 39,2 hab./km2. 
As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 37,22%o e 16,53%o. A esperança média de vida é de 46,87 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,373 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,353 (2001). Estima-se que, em 2025, a população seja de 2 200 000 habitantes. Os principais grupos étnicos da Guiné-Bissau são os Balantas (27%), os Fulas (23%), os Mandingas (12%), os Manjacos (11%) e os Papéis (10%). As crenças tradicionais são seguidas por 54% da população, enquanto os muçulmanos representam 38% e os cristãos correspondem a 8%. 
A língua oficial é o português. História 
De facto, e apesar de a origem deste país remontar a mais de 1000 anos atrás (quando a zona costeira guineense foi ocupada por agricultores especializados na cultura de arroz e na produção de sal, formando, mais tarde, o reino Gabu, sob a influência do império Mali), deve-se aos Portugueses a exploração deste território. Em 1446, Diogo Gomes e Luís de Cadamosto chegaram aos grandes rios da atual Guiné-Bissau, mas só 20 anos depois é que a Coroa portuguesa oficializou a sua soberania sobre a então "Guiné de Cabo Verde", de modo a assegurar o comércio de escravos, primeiro para as ilhas de Cabo Verde, mais tarde para o Brasil. 
No entanto, Portugal teve de lutar contra os interesses da França e da Inglaterra sobre o território, duas potências que frequentemente boicotavam as atividades portuguesas, como aconteceu na exploração das feitorias de Cacheu (1588) e Bissau (1687). 
As primeiras negociações ocorreram em 1870, mas apenas entre Portugal e França, vindo a dar frutos apenas em 1905. Contudo, Portugal foi impondo as suas ambições territoriais, muitas vezes através da força, conseguindo, em 1915, definir as atuais fronteiras guineenses. A paz generalizada vivida nas quase cinco décadas seguintes foi interrompida quando, em 1961, se deram os primeiros ataques de guerrilheiros nacionalistas contra a administração portuguesa. Este movimento, liderado por Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), inspirou-se no crescimento do nacionalismo africano e nas consequentes independências de países vizinhos, como o Gana e a Guiné francesa. 
Foi, aliás, na capital deste país (Conakri) que Amílcar Cabral, em agosto de 1961, declarou luta armada contra a potência colonizadora. 
E até 1974 (um ano após o assassinato de Cabral), assistiu-se, no território, a uma guerra, que conduziria à independência a 10 de setembro desse ano, facto relacionado, sobretudo, com o derrube do regime ditatorial que se vivia em Portugal. Luís de Almeida Cabral, cabo-verdiano e meio-irmão de Amílcar Cabral, tornou-se o primeiro presidente da Guiné-Bissau, mas, em 1980, o guineense João Bernardo Vieira liderou um golpe de Estado que rompeu com a ligação Cabo Verde/Guiné-Bissau. 
O novo presidente do Conselho de Estado, comandante-chefe das Forças Armadas e secretário-geral do PAIGC, preocupou-se, a partir de então, em restabelecer com Portugal os laços culturais e políticos, como meio de reestruturação económica do país. 
Até 1991 vigorou uma Constituição que admitia apenas a existência do PAIGC; esta situação alterou-se de modo a evitar insatisfação por parte dos quatro principais grupos étnicos, os Balantas Bassa, os Fulas, os Mandingas e os Manjacos, ainda que não fosse autorizada a formação de partidos com raiz tribal, regional ou mesmo religiosa.
 A 21 de março de 1994, Vieira adiou as primeiras eleições presidenciais e legislativas multipartidárias, argumentando com condições logísticas e económicas insuficientes. 
As eleições acabaram por ter lugar a 3 de julho desse ano, sendo o principal opositor de Vieira o líder do Partido de Renovação Social (PRS), Kumba Ialá. 
Os primeiros resultados deram uma vitória insuficiente a Vieira, o que obrigou à realização de uma segunda volta, cujos resultados, e apesar de todos os partidos da oposição apoiarem Ialá, foram favoráveis a Vieira, que conseguiu mais de 52% dos votos.
 Entre junho e agosto de 1998, a Guiné-Bissau viveu um período de guerra civil. 
Um grupo de militares das forças armadas, liderados por Ansumane Mané, revoltou-se contra a política do presidente Nino Vieira, que reagiu ao ataque recorrendo ao apoio de forças senegalesas para combater os rebeldes. 
Apesar do cessar-fogo, assinado a 25 de agosto de 1998, as ofensivas militares continuaram e, em maio de 1999, Nino Vieira pediu asilo a Portugal, que permitiu a sua entrada no país. 
A Junta Militar, que então ficou a governar a Guiné-Bissau, não autorizou a saída de Vieira sem passar primeiro por um julgamento num tribunal nacional. Nas eleições de janeiro de 2000, o líder do PAIGC perdeu para Kumba Ialá, um dos fundadores do PRS, que se tornou presidente do país até setembro de 2003, altura em que renunciou ao cargo, após um golpe militar para o derrubar. Face à crise económica e social do país, o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas alegou a incapacidade de Kumba Ialá em resolver os problemas mais prementes do povo guineense. 
Foi criado um Comité Militar para a Reposição da Ordem Constitucional e Democrática (CMROCD) que anunciou dois nomes para os cargos de presidente da República e primeiro-ministro interinos, Henrique Rosa e Artur Sanha (secretário-geral do PRS), respetivamente. 
Nas eleições legislativas realizadas em finais de março de 2004, o vencedor foi o PAIGC, liderado então por Carlos Gomes Júnior, não tendo alcançado a maioria absoluta. Após seis anos no exílio, Nino Vieira regressou ao país e resolveu concorrer à eleições presidenciais em julho de 2005, que lhe deram a vitória, tornando-se mais uma vez o presidente da República da Guiné-Bissau. Em fins de outubro do mesmo ano, Carlos Gomes Júnior foi exonerado pelo chefe de Estado e substituído por Aristides Gomes no cargo de primeiro-ministro.
 Como referenciar: in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-03-26 12:34:19]. Disponível na Internet:





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