quarta-feira, 4 de novembro de 2020

COMISSÃO ADMINISTRATIVA, FUNDADORES,

Carlos Augusto Araújo
        

Álvaro Santos Legoinha 
Data de nascimento 29 de dezembro 1942
Andou na escola Colegio São João de Brito Turma de 1962 
 Faculdade Economia - Porto 1963 
1963 Começou a estudar em Faculdade Economia - Porto 
1962 Concluiu os estudos em Colegio São João de Brito 
1952Começou a estudar em Colegio São João de Brito

António Alfredo Figueiredo



No passado dia 15 de Abril, já em plena crise sanitária, recebemos a triste notícia do falecimento do Engenheiro António Alfredo Figueiredo. 

"O António Figueiredo É, desde muito novo, uma personalidade forte, marcante carismática. Já era líder entre os seus contemporâneos. Como estudante, o seu rendimento escolar foi um sucesso e as mães e pais de Alfândega citavam-no como exemplo a seguir pelos seus filhos. 

 Frequenta a Academia Militar e após a tropa conclui o curso de Engenheiro Técnico Agrícola. Está em construção um dos melhores projectos agrícolas da nossa terra - o plano Alfa - liderado pelo Engenheiro Camilo Mendonça. Quando regressa a Alfândega, é nesse plano que o António participa e de onde sai prestigiado em conjunto com os seus colegas de curso que o acompanhavam. O seu caráter, relacionamento e cordialidade fazem dele o mais provável Presidente da Câmara (não fora o 25 de Abril). 

Com o 25 de Abril, funda, conjuntamente com um grupo de homens bons, o PS de Alfândega da Fé e a sua referência política é Mário Soares. Por esta altura o nosso concelho é predominantemente de direita e elege um Presidente do CDS (Carlos Castro) a que se seguiram 3 mandatos do PSD liderado por Branco Rodrigues. Entretanto, o PS liderado por António Figueiredo foi apoiando sucessivas candidaturas, elegendo António Duque Dias e Álvaro José Lopes. Até que finalmente ele se candidata e serve como vereador na Câmara Municipal presidida por Branco Rodrigues. Este Presidente falece, não concluindo o seu terceiro mandato que é concluído pelo Sr. António Jesus Pacheco. As eleições seguintes, de 89, são o momento pelo qual o António tinha lutado tanto.

 A eleição do primeiro Presidente da Câmara do PS. Concretizou, então, um dos seus maiores sonhos. O que vou dizer daqui para a frente é suspeito porque eu sou um dos intervenientes. A Barragem da Camba: era um sonho (então perfeitamente justificado) mas era também um atrevimento para uma Câmara Municipal. O António era um grande entusiasta e nós atrevemo-nos. A concretização desta obra deu-nos uma enorme credibilidade, o que conduziu a um conjunto de realizações que todos conhecem. Não iniciou este exercício como vereador a tempo inteiro mas quando se disponibilizou para o ser, assumiu, entre outros pelouros (pela sua área profissional) o dos espaços verdes, de que resultou a ampliação e qualificação do antigo Pinhal da Câmara mas também o Parque Verde, bem como toda a arborização em torno da obra pública. Outra área a que se dedicou foi a realização do primeiro PDM. Ainda não sabíamos bem o que isso era e acompanhou-me numa visita a uma cidade alemã - Neustadt - onde vimos pela primeira vez esse plano. Participámos em centenas de reuniões com diversas entidades (Ordenamento do território, JAE , Ministério da Agricultura, Ambiente, etc..) 

E nasceu o nosso primeiro. Quando passarem pelo Parque Verde, pelo Pinhal da Câmara, pelas árvores envolventes das zonas públicas ou pelo PDM, lembrem -se dele. Seria fastidioso continuar a falar da sua atividade e empenhamento mas não resisto a contar aqui duas das muitas histórias que vivemos. Primeira história: Chegava eu de 15 dias de férias, tendo ficado o António a tomar conta da Câmara. Estava tenso e preocupado. Pediu-me para ir ao seu gabinete e revelou-me que a contabilidade lhe tinha dito que havia faturas para pagamento que ultrapassavam cento e tal milhares de contos e que não sabiam como se iriam pagar. Mandei os funcionários colocarem todas essas faturas em cima da secretária do António e de seguida fomos analisar uma a uma. Concluído o exercício, verificou que o compromisso da Câmara Municipal era afinal de cerca de 20 mil contos, o que cabia perfeitamente dentro das nossas possibilidades.

Manuel Cunha Silva