DOCUMENTO DOS NOVE

DOCUMENTO DOS NOVE
Os nove signatários afinal eram vinte e seis


O capitão Vasco Lourenço foi o primeiro a assinar a pressa era tanta que nem leu o documento redigido por Melo Antunes. Seguiram-se, em ritmo sempre acelerado, as assinaturas do major Canto e Castro, representante da Força Aérea no Conselho da Revolução, do comandante Vítor Crespo, único representante da Marinha no Grupo dos Nove, e do major Costa Neves, também em representação da Força Aérea.
O major Ernesto Melo Antunes só assinou em quinto lugar, facto que confirmou a sua intenção de atribuir uma autoria colectiva ao documento. Logo depois aparece o nome do major Vítor Alves, outro militar que fez parte do núcleo central dos "capitães de Abril".
Seguiam-se duas assinaturas ainda com maior peso institucional as dos brigadeiros Franco Charais e Pedro Pezarat Correia. O primeiro comandava a Região Militar Centro, o segundo comandava a Região Militar do Sul. O capitão Rodrigo de Sousa e Castro, outro membro do Conselho da Revolução, também assinou a folha inicial, que assim passou à História como Documento dos Nove, entregue por Vasco Lourenço ao Presidente Costa Gomes ao início da tarde de 7 de Agosto de 1975.
dois de fora. Nesta fase inicial, duas assinaturas também muito aguardadas de dois outros membros do Conselho da Revolução ficaram pelo caminho. Por motivos diferentes. O major Pinho Freire, da Força Aérea, estava a gozar um período de férias na zona de Aveiro e ninguém conseguiu contactá-lo em tempo útil. E o capitão Marques Júnior, que trabalhava com Otelo Saraiva de Carvalho, não chegou a subscrever o documento devido à sua ligação funcional com o poderoso comandante do Copcon. "Assim não provocaria a desconfiança dos apaniguados de Otelo", escreve o comandante José Gomes Mota no seu livro A Resistência
De acordo ainda com este autor, que viria a ser director das campanhas eleitorais de Mário Soares à Presidência da República, em 1986 e 1991, o Documento dos Nove - prontamente distribuído pelos quartéis do País - mereceu "a adesão de 80 por cento dos militares" em funções à época.
No mesmo dia 7, pelas 21 horas, o coronel Amadeu Garcia dos Santos e o tenente-coronel Manuel Costa Brás entregavam ao Chefe do Estado uma segunda lista de assinaturas de oficiais que participaram na Revolução dos Cravos e agora se apressavam a cerrar fileiras com Melo Antunes e os seus pares. Eram mais 17. Em bom rigor, os nove acabaram afinal por ser 26...
Além dos já mencionados, quem eram os restantes 15? Desde logo, o capitão Salgueiro Maia, que tinha a seu cargo a Escola Prática de Cavalaria de Santarém e fora a figura mais emblemática do 25 de Abril. E o tenente-coronel Ramalho Eanes, que daí a um ano ocuparia (até 1986) a Presidência da República. E o brigadeiro Vasco Rocha Vieira, futuro governador de Macau. E o coronel Jaime Neves, comandante do Regimento de Comandos.

Outros aderentes imediatos foram os tenentes-coronéis Adérito Figueira, Castro Alves e Fisher Lopes Pires, os majores Loureiro dos Santos (futuro ministro da Defesa), Aventino Teixeira, Rebelo Gonçalves e Gorda Lima, o comandante Mário de Aguiar e os capitães Parente, Lopes Camilo e Tomás Rosa.

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